Capítulo 7

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— Ele me traiu.

Sophia cruzou os dedos em cima da mesa, estava sentada na ponta quando Joana lhe fez companhia, sentando ao lado.

— Então o bebê é daquela mulher e dele?

— Sim. — Sua garganta deu um nó. — É por isso que ela está me procurando, disse que... Enfim, você sabe. Sem dinheiro! — Suspirou. — O Micael não quer assumir a criança, Joana.

— Sabe dona Sophia, a senhora deveria se divertir mais, sair, conhecer gente nova. — Joana optou, sorrindo. — Ainda mais agora que tem eu pra cuidar da Clarinha, vai viver!

— Não, não. Nada disso. — Sophia até achou graça. — Não posso deixar a Clara sozinha, ela é muito pequena ainda.

— E a senhora vai ficar presa nesse apartamento até quando?

— E eu preciso de homem pra ser feliz, Joana? — Tinha um sorriso nos lábios, iria rir dos comentários de Joana a noite toda.

— De vez em quando sim. — As duas riram.

— Acho que as coisas estão indo rápidas demais. — Sophia gesticulou, ficando séria novamente. — Primeiro a liberdade e depois, quem sabe... Eu possa arrumar um padrasto para Clara. — Pensou.

— Mas vem cá, a senhora vai engolir essa história do bebê? — Joana quis saber.

— É óbvio que não, Joana. Isso é responsabilidade do Micael e eu não quero mais saber desse assunto. — Se irritou. — Aqui em casa só irá falar do Micael para casos entre ou com a Clara. Fora isso? Mais nada. — Deu o ultimato.

E Joana sabia que era uma tremenda mentira.

— Bom... Já que a senhora extravazou tudo que tinha pra falar, eu me vou indo. — Ela se levantou, saindo da mesa. — Se cuida, hein!

— Pode deixar, Joana. Obrigada! — Sophia sorriu em agradecimento, vendo Joana passar com uma sacola retornável de mercado entre os braços, saindo do apartamento.

As dez horas bateram no relógio, já estava tarde para Sophia que tinha o sono quebrado por conta de Clara.


— Tô um pouco bêbado. — Micael arregaçou a gravata, deixando-a mais frouxa ainda.

Balançou o copo de uísque com pouco conteúdo.

— Estou vendo. — Arthur deu um risinho. Estavam no apartamento de Micael, tomando um drinque para distrair a mente.

E comemorar a volta da empresa ao ranking empresarial. O nome havia voltado a aparecer
na bolsa de valores, o que deixava Micael mais despreocupado.

— O negócio é o seguinte. — Micael se ajeitou em sua poltrona de papai, igual a que havia na sala de Sophia. — Essa mulher apareceu e está dizendo que o bebê é meu.

— E o filho é seu?

— Claro que não. — Deu de ombros. — O filho é do meu pai, Arthur.

Arthur quase se engasgou com o uísque, mas deu a famosa elegância na frente de Micael, bebendo o líquido em silêncio.

— Do seu pai? — Levantou uma sobrancelha. — Como assim o filho é do seu pai, Micael?

— Ele se envolveu com essa mulher, que foi indicação de um amigo dele, ela era puta. — Micael estava bêbado demais para lidar com as palavras. — E aí os dois começaram a sair, ela ganhou presentes que nem eu mesmo achava que meu pai poderia comprar. — Riu incrédulo, pensando. — E então ela engravidou.

— Caraca. É uma situação bem complicada!

— É uma situação péssima, Arthur. Ela já foi atrás do meu pai e ele simplesmente sumiu, minha mãe disse que ele está fazendo uma viagem. — Bebeu mais um gole. — E agora essa mulher precisa de dinheiro porque diz que está passando fome, o que eu acho uma tremenda mentira.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora