Aposta de Amor - 2ª Temporada

Capítulo 26

— Me desculpe por isso, Steve.

Sophia ficou sem graça quando se despediu de Steve. Estavam na frente da empresa, conversando.

— Não, está tudo bem. — Sorriu. — Ele é o seu marido? Quer dizer, ex-marido. — Steve sabia da resposta.

— É. É sim. — Sophia assentiu, estavam andando até seus carros estacionados. — Ele é o pai da minha filha.

— Compreendo o ciúmes. — Steve encarou a calçada, colocou as mãos no bolso da calça. — Geralmente, ele não está pronto pra dividir isso com ninguém.

— Dividir o que?

— Esse ciúme todo sobre você. — Parou de andar, encarando Sophia. — Na verdade, eu não deveria ter falado nada. Me desculpe!

— Ah, está tudo bem. — Sorriu leve. — Eu me viro com ele depois.

Steve assentiu leve, observou o local bem movimentado.

— Não querendo ser abusivo mas... Você gosta de golfe?

— Golfe? — Sophia estranhou. — Meu pai jogava golfe mas eu nunca me interessei.

— Gostaria de jogar no próximo final de semana?

— É... — Sophia procurou alguma resposta. — Isso é algum tipo de encontro? — Mexeu as mãos.

— O que? Não! — Steve achou graça. — É que você é divertida, Sophia. Poderíamos jogar golfe e conversar mais sobre os projetos intermináveis que Sheron quer fazer na empresa. — Sophia riu.

— Pode ser. — Aceitou. — Vou adorar jogar golfe.

— Não tenho dúvidas! — Steve sorriu mais uma vez, abraçou Sophia enquanto se despedia da mesma. — Bom... Até amanhã.

— Até. — Viu o homem ir até o seu carro, indo embora.

Sophia entrou em sua BMW, indo para casa.

— Olá? — Entrou no apartamento. Visualizou o ambiente. — Joana?

— Oi dona Sophia. — Joana apareceu. — Como foi o trabalho?

— Bem. — Estranhou. — Onde está Clara?

— Ah, eu esqueci de lhe avisar. — Lembrou. — A avó dela buscou na escola, disse que queria passear com ela. — Sophia estranhou mais ainda.

— Beth? — Joana assentiu. — Estranho!

— Ela não ligou pra senhora?

— Não, e o Micael também não me avisou nada. — Sophia vasculhou sua bolsa, pegou o celular. — Eu vou ligar pra ela! — Discou o número.

Beth demorou um pouco à atender, o que deixou Sophia aflita, mas logo depois, conseguiu conversar com a sogra.

Já sabia que Clara estava bem, agora podia relaxar.

— Ela vai dormir com a avó. — Sophia avisou Joana, que sorriu.

— Ela gosta, né?

— Adora! E também, Beth é apaixonada pela neta que tem.

— É a única, né dona Sophia.

— É. — A mesma abriu um vinho. — Estou com problemas e você já sabe do que se trata.

— Iiiiiiiii, é o seu Micael de novo?

— O próprio. — Sophia buscou uma taça. — Ele está com ciúmes de mim e do Steve.

— QUEM É STEVE? — Joana se aproximou da patroa, querendo saber a história completa. — Perdi essa aula!

— Steve é o contratado da Sheron, acho que cheguei a te falar. — Sentou-se posicionando a taça em sua frente. — Ele é um homem bastante educado, fino, engraçado... — Soltou. — Fora que é meu companheiro de trabalho.

— E a senhora tá sentindo alguma coisa nele?

— Claro que não, Joana. Tá igual ao Micael? — Se irritou. — O Steve é só o meu colega e o que Micael está fazendo é muita criancice à parte.

— Olha, dona Sophia... — Joana também se sentou. — Eu sei que não é nada da minha conta e também, a vida é da senhora, né? Mas, me diga uma coisa! — Rolou os olhos. — A senhora tem pretenção de voltar com o seu Micael?

Uma pergunta totalmente revoltante à Sophia. Seria um crime perguntar aquilo, mesmo todos sabendo da resposta.

Realidade: nem ela sabia da resposta.

— Eu não sei, Joana. — Ficou em transe. — Eu não sei.

— É que... A senhora é nova, bonita, elegante. Pode dar espaço pra esse Steve. Não?

— Eu também não sei, Joana. — Ainda estava em transe. — Você acha que eu posso ser feliz com outra pessoa?

— M-mas é claro que sim! — Sorriu. — Olhe pra mim e me diga, a senhora ainda gosta do seu Micael?

— Não vou responder isso. — Se irritou.

— Então eu posso ficar com a resposta na minha cabeça?

— Pode como deve. — Rodeou a borda da taça de vinho. — E aonde está o jantar? Estou com fome! — Joana riu leve vendo que Sophia ficou irritada com a pergunta, não fez mais aquilo de novo.

21:48 PM.

Micael chegou exausto em seu apartamento. Retirou o sapato social junto do terno, pendurando no cabideiro ao lado da porta. Ligou para Sophia centena de vezes mas ela não o atendeu, o que lhe deixou irritado.

Tomou um longo banho, jantou, abriu uma cerveja e viu diversos jogos dos Lakers, gravados em seu aparelho de canais fechados na TV imensa da sala.
Cochilou, acordou, assistiu dois filmes e depois foi para o quarto, mas antes, lavou toda a louça suja.

Era tarde quando deitou-se em sua cama, se aninhando no edredom, já que, acordaria algumas horas depois, para o trabalho.

03:57 AM.

A primeira vibrada no criado mudo de Micael fez o celular mexer alguns milímetros para a direita. Ele não acordou.

A segunda vibrada mexeu mais três milímetros. Ele acordou mas não ousou em atender.

A terceira vibrada fez o aparelho cair do móvel, lhe assustando.

O olho e face inchados pelo sono recente, Micael buscou o aparelho no chão, vendo o nome de Sophia na tela.

— Alô? — Estava sério quando lhe atendeu. Sentou-se na cama.

— Oi Micael, desculpe te ligar agora mas estou no hospital. — Ele se assustou. — Meu pai passou mal e estou aqui com ele. Ele está internado!

— Eu tô indo pra aí. — Levantou-se depressa, meio desnorteado.

— Tudo bem. Eu espero por você aqui na recepção. — Tinha a voz nasalada pelo choro recente.

— Chego aí em minutos, não irei demorar.

— Ok. E obrigada por estar vindo.

Micael não disse nada, deixou que Sophia finalizasse a ligação enquanto ele terminava de se vestir.