Capítulo 41

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— Bom dia, senhora Borges! A senhora está bem? — A enfermeira simpática acompanhou Sophia até o terceiro piso, onde certamente ficaria o laboratório.

— Estou. — Sophia deu meio sorriso, aquele lugar era tenebroso mas aconchegante.

Hospitais lembravam o dia em que seu pai veio a falecer. Ela não gostava de hospitais!

— Por aqui, por favor. — A enfermeira abriu uma porta marrom, Sophia encarou aquilo confusa pois não era uma porta de madeira maciça.

Entrou no laboratório com cadeiras reclinadas, como se fossem poltronas. O balcão de mármore e o cheiro de éter fez o seu corpo ter uma onda de medo em vão, fazia tempo que não colhia amostras para exames.

— Pode retirar a jaqueta e se sentar aqui, por favor. — Mostrou à Sophia em qual cadeira teria que sentar.

Enquanto a enfermeira preparava a coleta de sangue, Sophia retirou a jaqueta de couro e se sentou na cadeira reclinada, apoiou o braço no suporte e verificou sua pele extremamente branca. Engoliu seco quando ela voltou, ficando ao seu lado.

Tentou ao máximo não olhar a seringa transparente, a agulha extra fina e o garrote de borracha.

— Relaxe, tudo bem? — Sophia assentiu. — Pode olhar para o teto, se quiser. — Optou à ela que não quis observar o teto do laboratório.

Sophia era forte, pensou.
Decidiu olhar em como o sangue ficaria perfeito naquela pequena amostra, que indicaria se estava grávida ou não.

Conferiu as mãos da enfermeira, com luvas de látex. A jovem mulher apertou o garrote de borracha em seu braço, deu três petelecos e como um passe de mágica, suas veias apareceram. Ela podia escolher em qual gostaria de colher seu sangue.

A agulha extra fina adentrou a pele de Sophia e logo a seringa transparente ganhou um vermelho vivo por dentro, fazendo a coleta de seu sangue. Quando se deu conta, já havia acabado.

— Prontinho, senhora Borges. — A enfermeira retirou o garrote apertado de seus braços. — A senhora se sente bem? Náuseas? Tonturas? Enjoo? — Foi atenciosa.

— Acho que preciso comer um pouco. — Sophia protestou, tinha se dado conta do sangue dentro da seringa, aquilo lhe deixou... Enjoada. — Quando sai o resultado?

— Daqui há quinze minutos! — A enfermeira sorriu.

Sophia se impressionou.

— Oh. — Ficou perplexa. — Quinze minutos? — A enfermeira riu leve de suas caretas. — Acho que eu vou morrer até lá! — Vestiu novamente a sua jaqueta de couro.

— A senhora irá esperar ou vem buscar o exame mais tarde?

— Eu espero. — Assentiu.

— Tudo bem, então... Pode aguardar lá fora, por favor! Eu irei chamar assim que ficar pronto. — A mulher jovem avisou Sophia, que entendeu perfeitamente, saindo do laboratório.

Quinze minutos que pareciam quinze horas! Sophia andou de um lado para o outro naquele imenso corredor.

Bebeu água, olhou as janelas, leu as placas de aviso, folheou revistas de moda e por último contou seus passos, do elevador até à porta do laboratório.

Quinze minutos.

A enfermeira simpática e jovem abriu a porta. O envelope branco com detalhes em azul preencheu sua mão. Sophia iria ter um colapso!

— Aqui está o seu exame, senhora Borges. — Lhe entregou.

— Obrigada. — Sophia teve o envelope em mãos mas não abriu.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Donde viven las historias. Descúbrelo ahora