— Bom dia, senhora Borges! A senhora está bem? — A enfermeira simpática acompanhou Sophia até o terceiro piso, onde certamente ficaria o laboratório.— Estou. — Sophia deu meio sorriso, aquele lugar era tenebroso mas aconchegante.
Hospitais lembravam o dia em que seu pai veio a falecer. Ela não gostava de hospitais!
— Por aqui, por favor. — A enfermeira abriu uma porta marrom, Sophia encarou aquilo confusa pois não era uma porta de madeira maciça.
Entrou no laboratório com cadeiras reclinadas, como se fossem poltronas. O balcão de mármore e o cheiro de éter fez o seu corpo ter uma onda de medo em vão, fazia tempo que não colhia amostras para exames.
— Pode retirar a jaqueta e se sentar aqui, por favor. — Mostrou à Sophia em qual cadeira teria que sentar.
Enquanto a enfermeira preparava a coleta de sangue, Sophia retirou a jaqueta de couro e se sentou na cadeira reclinada, apoiou o braço no suporte e verificou sua pele extremamente branca. Engoliu seco quando ela voltou, ficando ao seu lado.
Tentou ao máximo não olhar a seringa transparente, a agulha extra fina e o garrote de borracha.
— Relaxe, tudo bem? — Sophia assentiu. — Pode olhar para o teto, se quiser. — Optou à ela que não quis observar o teto do laboratório.
Sophia era forte, pensou.
Decidiu olhar em como o sangue ficaria perfeito naquela pequena amostra, que indicaria se estava grávida ou não.Conferiu as mãos da enfermeira, com luvas de látex. A jovem mulher apertou o garrote de borracha em seu braço, deu três petelecos e como um passe de mágica, suas veias apareceram. Ela podia escolher em qual gostaria de colher seu sangue.
A agulha extra fina adentrou a pele de Sophia e logo a seringa transparente ganhou um vermelho vivo por dentro, fazendo a coleta de seu sangue. Quando se deu conta, já havia acabado.
— Prontinho, senhora Borges. — A enfermeira retirou o garrote apertado de seus braços. — A senhora se sente bem? Náuseas? Tonturas? Enjoo? — Foi atenciosa.
— Acho que preciso comer um pouco. — Sophia protestou, tinha se dado conta do sangue dentro da seringa, aquilo lhe deixou... Enjoada. — Quando sai o resultado?
— Daqui há quinze minutos! — A enfermeira sorriu.
Sophia se impressionou.
— Oh. — Ficou perplexa. — Quinze minutos? — A enfermeira riu leve de suas caretas. — Acho que eu vou morrer até lá! — Vestiu novamente a sua jaqueta de couro.
— A senhora irá esperar ou vem buscar o exame mais tarde?
— Eu espero. — Assentiu.
— Tudo bem, então... Pode aguardar lá fora, por favor! Eu irei chamar assim que ficar pronto. — A mulher jovem avisou Sophia, que entendeu perfeitamente, saindo do laboratório.
Quinze minutos que pareciam quinze horas! Sophia andou de um lado para o outro naquele imenso corredor.
Bebeu água, olhou as janelas, leu as placas de aviso, folheou revistas de moda e por último contou seus passos, do elevador até à porta do laboratório.
Quinze minutos.
A enfermeira simpática e jovem abriu a porta. O envelope branco com detalhes em azul preencheu sua mão. Sophia iria ter um colapso!
— Aqui está o seu exame, senhora Borges. — Lhe entregou.
— Obrigada. — Sophia teve o envelope em mãos mas não abriu.
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Aposta de Amor - 2ª Temporada
RomanceDepois do nascimento de Clara, as coisas entre Sophia e Micael irão ficar cada vez mais difícil... Uma visita inusitada pode mudar tudo e o destino de todos. Principalmente o destino dos dois!