Capítulo 61

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Sophia adentrou o antigo prédio que era de seu marido, algumas coisas estavam sendo mudadas radicalmente e ela sentiu falta, por um milésimo de segundo, que aquilo ainda poderia ser de Micael.

Estava amando o marido estar em casa mas era estranho ver Micael... Em casa.

— Bom dia, Sophia. — Steve a encontrou enquanto esperava o elevador. — Você voltou! Eu fiquei feliz de te ver. — Ambos sorriram.

— Como você está, Steve? — A porta metálica se abriu. — Eu estava viajando, não sei se você ficou sabendo. — Entraram no elevador.

— Eu fiquei sim. — Steve coçou a barba rala. — Fico feliz que você tenha se divertido!

— É. — Sophia sorriu leve, esperou que chegassem ao andar. — Como ela está?

— Sheron? — Sophia assentiu à Steve. — Do mesmo jeito. Vai ficar louca se não terminarmos essa obra antes... — A porta do elevador se abriu novamente.

Sheron estava no andar, andando de um lado para o outro. Louca da vida!

— Os pombinhos chegaram? — A morena ajuntou as mãos, um pouco irritada logo pela manhã.

— Desculpa pela demora, Sheron. — Sophia foi se justificar. — O trânsito estava meio caótico. Me atrasei um pouco.

— Não quero saber do seu trânsito caótico, eu quero saber disso aqui! — Jogou um jornal contra o peito de Sophia.

Na matéria de início, Micael estampava a notícia com mais cinco empresários, ambos sorrindo e brindando com Champagne de altíssimo valor.

Na legenda: Micael Borges doa empresa para Sheron de Menezes. "Não preciso desse dinheiro, sou uma pessoa do bem".

Sophia soltou um riso pelo nariz automaticamente.

— Você está rindo? — Sheron se irritou mais ainda.

— N-não... Eu não ri, é que... — Respirou fundo. Ela queria muito rir. — É sério que você vai acreditar nessa manchete tola?

— Está no jornal, senhora Borges! — Foi irônica. — Você sabe o que é um jornal? Ou eu preciso ficar explicando tudo pra você, sua inútil.

— Olha Sheron, eu entendo que é muito difícil você ler algo desse tipo mas tenho certeza que Micael não falou isso. — Sophia ficou por cima, engoliu seco.

— E como você tem tanta certeza? — Fuzilou Sophia com o olhar.

— Porque isso não é um jornal confiável, e pelo o que eu me lembre, Micael não deu nenhuma entrevista na data colocada! — Cruzou os braços. — Agora se você quiser ligar para ele e tirar isso à limpo, eu posso fazer isso por você.

Sheron grunhiu.

— É melhor você voltar pro seu trabalho medíocre antes que eu ferre com a sua vida, senhorita metida Borges. — Deu meia volta com o salto e saiu, pisando duro.

Sophia continuou a rir quando a chefe não estava mais perto de si, fazendo com que Steve também risse.

— Ela realmente ficou brava. — Steve continuou a andar com Sophia, entrando na sala.

— Não ligo se ela ficou brava, Micael jamais faria uma coisa dessas. — Foi confiante.

— Você tem certeza?

— Está desconfiando do Micael, Steve? — Sophia não gostou muito.

— Não estou, é que... — Coçou a nuca. — Nunca se sabe o que ele possa ter dito. Vai ver foi um erro de comunicação.

— Meu marido nunca tem erros de comunicação! — Esbraveceu.

Mas logo se deu conta que precisava sossegar. Afinal, estava grávida e também, não queria perder a oportunidade de ir à festa da chefe.

Já Micael, estava despreocupado demais enquanto lia um livro de receitas que havia ganhado de sua tia, em seu casamento. Nunca usou com Sophia mas achou que hoje seria uma bela oportunidade.

Berinjelas fritas cobertas com queijo. Hummm!

— Só um segundo! — Sondou alto quando a campainha lhe atrapalhou. Colocou o pano de prato entre o ombro, andando até à porta. — Uau, veja só quem apareceu. — Sorriu ao ver Arthur, sem roupas sociais.

— O que está aprontando? — Abraçou o amigo.

— Berinjelas com queijo. — Balançou o livro no ar, antes de fechar à porta. — De volta à cidade?

— Na verdade vim comprar móveis. — Coçou a nuca, se sentando na poltrona reclinável de Micael. — Essa vida sem estresse é particularmente boa.

— Nem me fale! Eu virei um ex-empresário que faz almoço pra minha esposa. Quer algo pra beber? — Apontou ao amigo que soltou um riso sincero.

— Não, obrigado. — Pausou. — Sophia e o bebê estão bem?

— Ótimos. — Micael se sentou. — Ela anda impossível e com a linguinha afiada mas nada que eu apare um pouco. — Diminuiu os dedos e Arthur soltou uma bela gargalhada.

— Mulheres... — Negou com a cabeça. — Quais são seus planos pro futuro?

— Do nada essa pergunta? — Micael arqueou uma sobrancelha.

— É que eu estava pensando em abrir um negócio com você. — Arthur juntou as mãos.

— Que tipo de negócio?

— Investimento.

— De novo?

— Não aquele tipo de investimento. É um novo... Investimento. Entendeu? — Engoliu seco.

— É... Não? — Micael ficou confuso.

— Vamos investir na bolsa de valores. Binários sem sair de casa, tecnicamente.

— Eu não sei, Arthur. Eu não quero mais me estressar! — Se levantou, pensando. — Esse negócio de empresa não é mais da minha conta.

— Como assim? Você vai jogar tudo a perder?

— Eu já vendi a empresa pra Sheron e Sophia não vai gostar nada dessa história.

— Você não vai precisar sair de casa! E outra, vamos conseguir dinheiro à rodo. — Arthur sorriu. — Podemos até abrir outras empresas ou ser sócios de mais empresas.

— Você quer abrir uma empresa?

— Eu? Não!

— Por que não abre? Você sabe muito bem administrar uma. — Micael andou até à cozinha. Arthur o seguiu.

— Mas eu não quero abrir uma empresa, eu quero continuar com você.

— Falando assim parece que você é casado comigo. — Micael abriu a geladeira, buscou duas berinjelas. — Mas você tem medo de abrir uma empresa?

— Não quero abrir uma.

— Por que? — Buscou uma faca.

— Porque eu não estou pronto. — Soltou um suspiro.

— Viu só? Eu também não estou pronto para abrir outra empresa. Estamos quites! — Sorriu falso ao amigo antes de cortar as berinjelas. — Acho que vou abrir um restaurante. — Brincou. — Sophia será a crítica, Clara será a degustadora e eu o chef. O que você acha?

— Eu acho que você está ficando maluco!

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now