Capítulo 58

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Estar grávida à Sophia era um privilégio enorme mas sentir as sensações dos hormônios terríveis, era melhor ainda. Nunca havia passado em sua cabeça que ela preferia comer em motel do que em um restaurante.

E depois ser a comida.

Não conseguia mais pensar em nada quando gemeu contra o travesseiro e lençol, o cabelo úmido de suor por conta do quarto não ter um ar condicionado. As pernas suspensas, enquanto ela mesma segurava, sentindo Micael movimentar-se, entrando e saindo, em um ritmo forte.

Segurou no maxilar do marido, gemendo contra sua boca mas foi interrompida por uma virada bruta na cama, lhe deixando de costas à ele. Recebeu um tapa forte na bunda, seguido de um aperto.

Micael lhe posicionou de quatro, segurou em seu ombro antes de dar um beijo em sua nuca, afastando seus cabelos.

— Me dá a sua bunda. — Soltou, mordiscando o lóbulo da orelha de Sophia.

Ele achou que seria um ótimo momento para pedir tudo à esposa, já que ela estava aceitando de tudo.

— O que? — Estava pensando mas entendeu o que ele havia dito.

— Me dá a sua bunda. — Cheirou o pescoço da esposa. — Eu prometo que... Não vai doer! — Alisou suas costas, tranquilizando.

Sophia ficou em silêncio, pensando.

— Minha bunda? — Ainda estava pensando.

— Você tá com medo? — Observou a esposa que ainda pensava. — Logo você, a tarada que tem várias coisas de sex shop.

— Coisas de sex shop é uma coisa! Dar a bunda é... Completamente diferente.

— É só você relaxar que não vai sentir nenhum tipo de dor.

— Como você sabe? Você já deu a bunda? — Segurou o riso.

— Ha-ha, que engraçada! — Fez uma careta. — Eu tô falando sério.

— Eu também.

— É só você relaxar. — Beijou seu ombro. — Já fizemos isso uma vez, podemos fazer de novo.

— Por que você gosta de comer bunda? — Sophia saiu da posição, sentando na cama.

— Porquê eu sou homem? — Olhou os dois lados, retórico.

— E por quê homens gostam de comer bunda?

— Tá bom, você venceu! — Cansou-se de pedir à esposa, não iria conseguir nada dali. — Eu vou tomar um banho pra gente pode ir. — Saiu da cama. — Você vem?

— Você já quer ir embora? — Entristeceu. — Nem terminamos o que começamos.

— A gente começou, prosseguiu e terminou. Você quer mais alguma coisa? — Ficou incrédulo.

— Queria ficar mais um tempo com você. — Puxou a mão do marido, que deitou novamente.

Micael achou graça quando a esposa se aninhou em si, beijando seu bíceps e apertando o seu braço.

— Eu disse que essa viagem foi uma má ideia. — Soltou, ainda agarrada nos braços do marido.

— Vamos voltar nesse assunto?

— Sim. — Pausou. — Quando vamos fazer a nossa viagem?

— Assim que voltarmos. Eu vou preparar uma surpresa pra você! — Segurou no rosto da esposa, lhe beijando. — Agora. — Suspirou. — Podemos ir embora?

— Você não gostou daqui, não é? — Sophia torceu o nariz.

Tecnicamente aquele não era o melhor ambiente que já haviam escolhido. Micael estava irritado de se deitar naquele colchão, mesmo tendo lençóis descartáveis e o quarto limpo. Ele não queria aquele lugar!

— É. Eu não gostei. — Negou com a cabeça.

— Tudo bem. — Sophia suspirou e foi contra a sua vontade, levantando-se. — Vou fazer greve de sexo quando chegarmos em casa. — Entrou no banheiro.

— Você não consegue. — Micael riu descontraído, pensando em como a esposa estava terrível ultimamente. — Parece uma tarada! — Falou consigo mesmo, logo após, rindo.

Três dias depois.

Nova Iorque — EUA.

— Finalmente! — Sophia abriu a porta do apartamento, agradecendo por ter chego em Nova Iorque.

Viajar era bom mas ela amava estar em casa.

— Bora Bora estava tão ruim assim? — Micael entrou com Clara no colo, um pouco sonolenta pela viagem de táxi do aeroporto até o apartamento.

— Adoro a minha casa e eu preciso trabalhar. — Fechou a porta, trancando. Olhou a caixinha de correspondências ao lado. — Vamos ver, vamos ver... — Mexeu os lábios.

— Por que a caixinha está cheia? Você deu a chave pra alguém? — Andou com Clara até o seu quarto, colocando a pequena na cama. Fez com que a filha tirasse um breve cochilo.

— Sua mãe. — Olhou as correspondências com cautela.

O nome completo de Micael reluziu no papel branco e firme. Sophia observou o verso do envelope, desconfiada.

Queria abrir mas seria muita falta de educação. Ficar de pé, ao lado da porta e observando o envelope foi sua melhor ideia naquele momento.

— Minha mãe? — Micael voltou após colocar Clara na cama. — O que é isso?

— É pra você! — Entregou o envelope ao marido. — Pode me dizer o que é isso? — Levantou os ombros.

— Nem eu sei o que é isso. — Micael rasgou o envelope, tirando de dentro uma carta.

Abriu a folha, lendo a fonte sofisticada que haviam escolhido para escrever o recado dentro. Suas sobrancelhas franziam a cada linha lida, e Sophia, morreu de curiosidade.

— E então? — Mordeu a ponta dos dedos.

— É da Sheron. — Entregou a folha para à esposa. — A festa de aniversário dela. — Deu de ombros, fazendo uma careta desagradável.

Sophia leu o convite.

— E precisa desse suspense todo?

— Você sabe como é a Sheron. — Andou até à geladeira. — Chata, metida e um bilhão de coisas. — Pegou a embalagem de leite, bebendo no gargalo.

— Vai ser na Itália. Nós vamos ir! — Sophia se animou. — Micael, quantas vezes eu vou ter que te pedir pra não beber o leite do gargalo. — Se irritou, caminhou até o marido. Estava brava.

— Só tinha um pouco. — Se defendeu. — Agora não tem mais nada. — Amassou a embalagem do leite.

— Você é ridículo, sabia?

— Hummm. Mas eu te amo! — Beijou o bico da esposa, lhe desfazendo. — E não vamos à festa da Sheron.

— Por que não? Vai ser um jantar de gala! Convidados especiais e uma orquestra. — Sophia se animou mais ainda. — Tem traje específico também.

— Não.

— Por que não? — Sophia voltava a se irritar.

— Porque não. — Achou graça da esposa. — Você nunca gostou da Sheron e agora quer ir no aniversário dela?

— Eu sou a funcionária dela, tecnicamente.

— Mais um motivo pra você não encontrar com a sua chefe.

— Mas eu quero ir. — Sophia estava quase implorando.

Itália, orquestra, traje específico e convidados especiais era como se fossem uma tag que a deixava feliz. Ela não podia perder essa festa, mesmo odiando Sheron.

— Eu vou pensar.

— Temos um mês pra você pensar.

— Eu já disse que vou pensar. — Encarou a esposa. — Vou desfazer a mala enquanto você surta com esse... Esse pedaço de papel idiota. — Se referiu ao convite, deixando Sophia com um pingo de esperança.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now