Capítulo 63

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Clara estava animada ao contar o dia para os pais, enquanto os dois estavam, tecnicamente, sem olhar um para o outro. Sophia estava impossível com os seus hormônios.

— Papai, o que é isso? — A pequena apontou para a travessa de berinjela com queijo.

— Berinjela com queijo. Você quer mais?

— Uhum. — Assentiu. — Tá gostoso! — Umedeceu os lábios.

Sophia remexeu no prato, ficando em silêncio.

— Acho que a sua mãe não gostou muito. — Cutucou a esposa, que soltou um risinho irônico.

— Faltou sal! Você não cozinha muito bem. — Fuzilou Micael com o olhar, mastigando o resto de berinjela que estava em seu prato.

— Ah, bom saber. — Assentiu novamente. — Pensei que eu sabia cozinhar como ninguém. — Fez uma careta de surpreso.

Micael cozinhava muito bem, só que Sophia estava com raiva para elogiar o marido em um grau maior.

— Estava errada. — Deixou os talheres no prato.

— Mas tá gostoso, mamãe. — Clara elogiou, de novo. Micael deu um sorriso de vitória, a deixando louca da vida.

— Eu já terminei. — Sophia saiu da mesa, levou o prato até a lava-louças. — Vou arrumar a sua mochila enquanto você termina de jantar. — Beijou o topo da cabeça de Clara, que ficou com o pai, ainda jantando.

Sophia arrumou a mochila da filha, escovou os dentes, colocou Clara para dormir e depois voltou ao quarto. Micael estava na suíte, tomando seu banho. Ela se deitou, buscando um livro na cabeceira da cama.

Estava com a cabeça cheia por tanta coisa que havia acontecido, somente hoje.

Micael saiu da suíte, algum tempo depois. Tinha uma calça abrigo no corpo. Estava cheiroso, o que ascendeu Sophia, mesmo brava com o marido.

— Por que você usa esse perfume? — Estava procurando briga.

— Você quer que eu durma fedido?

— Não. Mas você poderia usar outro perfume!

— Está te enjoando? — Levantou uma sobrancelha.

— Não. — Voltou a atenção para o seu livro. — Queria dizer que não estou mais brava com você. — Baixou a guarda. — Mas você me irrita!

— E eu quero saber por quê eu te irritei. — Cruzou os braços. — São os hormônios, não são?

— Acho que sim. — Fechou o livro, se virando ao marido. — Acho que é um pouco o estresse do trabalho também.

— Você quer conversar sobre? — Segurou na mão da esposa.

— Não sei. — Pensou. — Você parece tão tranquilo aqui em casa.

— Já disse que você pode parar de trabalhar.

— Mas eu não quero.

— É sério que você gosta de trabalhar pra Sheron?

— Eu não gosto mas o currículo dela é bom. — Respirou fundo. — Além do mais, as pessoas no meu convívio são extremamente divertidas.

— Já sei, você vai falar do Steve. — Micael revirou os olhos e fez uma careta.

— Micael, parou!

— Steve isso, Steve aquilo. Steve, Steve, Steve e blá, blá, blá. — Fez outra careta, remedando.

— Steve é legal.

— Não gosto desse cara.

— Mas ele é legal. — Aproximou-se do marido.

Deu um beijo longo em seus lábios carnudos.

— Huuuum. — Desceu sua mão até a calça abrigo de Micael, que sorriu com malícia.

— Aonde você pensa que vai? — Sentiu cócegas quando Sophia mordiscou o seu maxilar.

— Onde eu vou? — Alisou o membro do marido, que endurecia em suas mãos. — Será que eu devo?

— Tô doido pra saber que remédio é esse que a sua obstetra está te passando. — Segurou no rosto da esposa, lhe beijando com gana.

— É melhor você aproveitar. — Selou seus lábios com o dele. — Porque depois que o bebê nascer, eu não quero mais saber de sexo.

Micael soltou um riso sincero.

— Por que você riu?

— Porque essa é a maior mentira já contada na histórias das mentiras. — Riu enquanto lhe beijava.

Ficou por cima da esposa, alisando seu corpo antes de fazer um movimento brusco, mencionando tirar a calça abrigo do corpo. Sophia sorria com malícia, abrindo às pernas para receber o marido.

Mas tiveram que parar ao escutar o iPhone da mesma vibrar no criado mudo, aquela hora da noite.

— Pera aí, pera aí. — Disse ao marido, que não queria parar.

— Deixa lá. — Voltou a beija-la.

— Pera aí. — Parou com selinhos. — Pode ser alguém importante.

— Quem vai ligar à essa hora?

— Como eu disse, pode ser alguém importante! — Tateou o criado mudo, buscando o celular.

Mas Micael foi rápido ao tirar o aparelho de suas mãos, lendo o identificador de chamadas.

— Por que o Steve está te ligando à essa hora da noite? — Esbraveceu, deixando o celular vibrar em sua mão, desesperadamente.

Sophia engoliu seco porque também não sabia. Tudo isso passava-se de um plano.

Um plano entre sua irmã, Sheron e o próprio Steve.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt