Aposta de Amor - 2ª Temporada

Capítulo 10

— Uau papai, uau! — Clara estava em sua cozinha de brinquedo. Bateu as panelinhas de plástico, fingindo estar fazendo alguma comida.

— O que temos no menu hoje, querida? — Micael abriu um cardápio de brinquedo, sondando os nomes engraçados.

— Sopa de... Luro. — Decretou.

— Luro? — Micael não entendeu.

— Clara, por acaso você viu o meu lírio que estava em cima da mesinha da sala? — Sophia apareceu no batente da porta, descalça, confusa por estar procurando o lírio.

Micael segurou o riso.

— Eu fiz sopa, mamãe. Você quer? — Mostrou a panela de brinquedo à Sophia, que quase teve um segundo filho.

— Clara, eu já falei pra você! — Repreendeu a filha. — Não é pra mexer nas coisas da mamãe, entendeu? — Agachou-se perto da filha que entristeceu.

— Desculpa mamãe. — Abaixou a cabeça, triste.

— É só um lírio. — Micael interviu. — Ganhou do seu novo namorado? — Cutucou.

— Não te interessa. — Sophia saiu por cima, fingindo não ligar para as provocações.

— Ah, agora não me interessa. Entendi. — Debochou.

Clara bateu as panelas de brinquedo, chamou a atenção dos pais.

— É proibido brigar no restaurante da Clara! — Deu o ultimato, ficando brava. — Entendeu papai? Entendeu mamãe? — Observou os dois que acharam graça da pequena.

Um projeto de gente esbravecida. Era para morrer de amores!

— Tudo bem. — Sophia se rendeu. — Mais dez minutos e cama pra você, já está tarde e seu pai precisa ir embora! — Se levantou, deu o aviso à Clara antes de sair do quarto.

— Minha mãe é chata. — Clara torceu o nariz e voltou a encarar a sua panela de brinquedo. — Vamos comer a sopa de luro, papai. — Se animou novamente.

Entregou um prato de brinquedo à Micael, o servindo. Ele fingiu tomar a sopa, o que deixou Clara extremamente feliz.

— Huuuuum. Que delícia, filha! — Fingiu estar satisfeito. — A sua sopa de luro estava uma delícia, meu amor. — Beijou a sua bochecha.

— Então agora você vai tomar o suquinho, papai.

— Outro dia, meu amor. Pode ser? — Clara se entristeceu. — Não faz assim! O papai precisa ir embora.

— Por que? — Clara começou a chorar.

Aquilo quebrou o coração de Micael em mil pedaços.

— Vem cá com o papai. — Teve Clara em seus braços, ninando a pequena. — Já conversamos sobre isso, você se lembra?

Ela assentiu.

— E qual foi o combinado?

— Que a gente ia se ver todo o final de semana. — Secou as lágrimas do rosto angelical.

— O final de semana já está aí. Não precisa chorar! — Beijou a sua cabeça. — Moça bonita não chora!

— Chora sim! A mamãe chora! — Voltou a chorar.

— Mas a sua mãe é feia. — Micael sussurrou, lhe irritando.

— Então por que você casou com ela, papai? — Clara ainda chorava, queria respostas.

— Porque o papai bebeu pinga e ficou muito doido quando casou com a sua mãe. — Tirou um sorriso de Clara, fez cócegas em sua barriga.

— Pinga!