Capítulo 80

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— Ui, eu comi demais. — Beth largou o prato descartável de bolo, em cima da mesinha de centro. — Preciso ir! — Levantou-se.

— Vovó, eu posso ir com você? — Clara se aninhou nas pernas de Beth, indo junto.

— Nada disso! Amanhã a senhorita tem escola. Cedo! — Micael reforçou. — Leve ao Nicolas. — Entregou um recipiente descartável para a mãe, com um pedaço de bolo.

— Obrigada, querido. — Beth agradeceu. — E eu juro que venho te buscar no final de semana. Podemos andar de pedalinho! — Deu a ideia para Clara, que se animou.

Sophia rondou a sala, observando a cena que acontecia.

— Já que você está indo, eu irei também! — Branca arrumou sua bolsa no ombro. — Vou chamar um táxi.

— NÃO! — Sophia a parou. — Quer dizer, eu levo a senhora. Vamos? — Sorriu amarelo à mãe, que não estava entendendo nada.

— Pra que me levar? É muito longe!

— Mãe, não discuta. Eu vou levar a senhora! — Sophia estava ficando nervosa, seu plano não daria certo. — Vamos? — Abriu a porta.

— Tudo bem. — Rendeu-se sobre as palavras da filha, acompanhando Beth, que também estava saindo.

Micael ficou no apartamento com Clara. Esperaria a esposa chegar.

— Sophia Sampaio, o que você está aprontando? —

Branca a encarou quando chegaram no estacionamento subterrâneo do condomínio. Sophia não podia mais mentir.

— Droga. — Bufou. — Preciso que a senhora me ajude, entendeu?

— Com o que?

— Lembra do Steve? Aquele que eu estava trabalhando, no projeto de Sheron. — Lembrou a mãe.

— Não me diga que você está saindo com ele? — Ficou brava.

— NÃO! EU NÃO TÔ saindo com ele. Que horror! — Era estranho só de imaginar. — Enfim, ele fez um jantar pra comemorarmos o nosso novo escritório, mas o Micael não quis ir, então, automaticamente ele também me proibiu.

— Pera aí. — Branca lhe pausou com a palma da mão. — Está me dizendo que você irá à um jantar com o seu amigo de trabalho, sem o seu marido? — Arqueou uma sobrancelha.

Sophia soltou um suspiro como resposta.

— A mulher dele também vai estar lá.

— Pelo amor de Deus. — Branca andou de um lado para o outro. — Veja o que você está fazendo! Jogando o seu casamento no lixo!

— Eu não tô traindo o Micael, mãe! Já falei! — Se irritou. — E por que eu iria trair ele com o Steve? Isso não faz o maior sentido! — Franziu o cenho, nervosa.

— Só você não consegue ver que esse homem vai acabar com o seu casamento! Com a sua vida! — Entrou na mente de Sophia. — Onde já se viu? Uma mulher de família e grávida ir ao um jantar sem o marido? — Branca estava altamente irritada.

— Eu preciso ir!

— Não, você não precisa. — Branca negou com a cabeça. Deu a volta na BMW. — Quer saber? Eu vou chamar um táxi, você pode ir no seu jantar mequetrefe e trair o seu marido. — Saiu andando, Sophia tentou lhe parar mas nessa altura, já estava chorando.

Engoliu o choro, secou suas lágrimas e entrou no veículo importado, antes que fosse tarde.

Sophia parou a BMW em um quarteirão antes do condomínio de Steve. Fez uma breve caminhada, pensando se seria uma boa opção ficar para o jantar ou ir embora, antes que sua mãe contasse tudo à Micael.

Respirou fundo após empurrar o portão cinza e delicado do local, conversando breves palavras com o porteiro. Sorriu nervosa ao homem, entrando no condomínio e procurando pelo o elevador.

Apertou o trigésimo andar enquanto balançava as pernas, esperando. Tentou se acalmar com a música breve do elevador mas obviamente falhou na hora. As portas se abriram em alguns segundos, revelando o corredor quieto e pouco iluminado.

Sophia saiu do elevador com precaução, sentiu medo, angústia, uma dor no peito. E se Steve não morasse ali? E se aquilo fosse uma armadilha de Mia? Todas as possibilidades ecoavam na sua cabeça.

Até ela parar na porta com o numero 456 em frente. Um arranjo de flores ao lado, uma fechadura digital em cima da maçaneta. Estava ficando mais calma!

Tocou a campainha.

— Sophia! — Steve atendeu, sorrindo. — Achamos que havia acontecido alguma coisa.

— Desculpa pelo atraso. — Torceu o nariz, como fazia. — Eu nem trouxe algo pra beber!

— Fizemos suco pra você e o Micael me trouxe uma garrafa de vinho Chileno.

Sophia franziu o cenho, balançou a cabeça.

— O que?

— Vinho Chileno. — Repetiu.

Passou por Steve às pressas, caminhando até à mesa exposta com taças, frios e uma toalha perfeitamente posta. Micael estava sentado, sorrindo. Levantou a taça com o líquido Chileno dentro.

— Você demorou! — Sorriu maléfico para a esposa. — Fico feliz que tenha conversado muito com a sua mãe. — Bebeu um pouco do vinho.

Aquilo só podia ser um pesadelo.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now