Capítulo 8

215 10 27
                                    



— O meu pai saiu com essa mulher, sabe lá Deus aonde ele encontrou. — Micael andou de um lado para o outro. — E então as coisas foram ficando mais sérias, e o resto você já sabe.

— Então está dizendo que o bebê que estava aqui...

— Sim, é o meu irmão, tecnicamente. — Sorriu amarelo. — Ela quer um teste de DNA mas já sei que o filho é do meu pai.

— Então esse filho não é seu?

— Óbvio que não, Sophia. Os últimos meses que eu passei foi com você, não teria o por quê de te trair assim, desse jeito. — Explicou.

Ela ficou mais tranquila, mas ainda sim, com uma pulga atrás da orelha.

— Você vai contar pra sua mãe?

— NÃO. É óbvio que não! — Passava mal só de pensar. — Minha mãe não pode saber, de jeito nenhum.

— Ela precisa saber, Micael. — Cruzou os braços. — Eu sei que vai doer mas... Ela necessita saber, antes que essa história fique pior.

— Esse é o meu medo. — Bufou.

— Eu acredito que essa mulher não irá ir na imprensa soltar uma bomba dessa, a não ser que ela esteja desesperada por dinheiro.

— Pior que ela está! — Encarou Sophia. — Está pedindo dinheiro pra todo mundo que aparece na frente dela.

— Meu Deus. — Sophia estava perplexa. — A gente precisa fazer alguma coisa, sei lá.

— Pode ficar tranquila que eu vou cuidar dessa história. — Sorriu leve. — Mas obrigado por você ter me escutado, enfim. — Suspirou.

— É bom escutarmos as versões. — Sorriu leve ao mesmo, que assentiu. — Annn... Você quer tomar café? Comer alguma coisa ou algo do tipo? — Esfregou as mãos como se estivesse com vergonha.

— Não precisa, obrigado. — Ele queria ter aceitado mas precisava trabalhar. — Vou indo!

Avisou Sophia que sorria como uma idiota, sem ter o que fazer. Micael despediu-se de Clara mas ele mesmo não queria ir embora, seu coração ficava pequeno só de pensar. Passou por Sophia, lhe observando sem jeito, antes de sair porta à fora.

Quatro anos depois.

— Devagar filha, você pode se machucar. — Micael avisou enquanto Clara corria em sua frente.

Parecia bem com a mãe. Os cabelos dourados com cachinhos nas pontas, o sorriso angelical. Os olhos castanhos como os do pai.

E era terrível!

— Papai, eu quero a minha batata. — A pequena protestou, tinha uma mão na maçaneta da Ferrari.

Estavam no estacionamento do Mc Donald's.

— Mais batata? A sua barriga vai doer! — Micael destravou o veículo.

— Não vai não, papai. — Entrou no banco de trás. O pai lhe prendeu na cadeirinha confortável. — Papai, você pode me dar a minha batata? — Clara balançou os pés, calçados por um All Star preto e branco.

— Já vou te dar, querida. Só um segundo. — Verificou o cinto de segurança.

Micael deixou a caixinha em sua mão, fechando a porta e passando para o lugar do motorista. Colocou a chave no contato, saiu do estacionamento e dirigiu até o apartamento de Sophia.

Estava trabalhando muito ultimamente, mas sem pensamentos para mulheres e um relacionamento estável. Sophia fazia o mesmo, de vez em nunca, Micael fazia algumas visitas e acabava acordando em sua cama.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Where stories live. Discover now