#24 - Ataque no Mar

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"Orichalcum é uma grande riqueza da natureza. Trata-se de um metal imprescindível para a criação de certas ligas metálicas poderosas. Ele é rosado e bastante resistente. Suas ligas estão presentes em qualquer equipamento, arma ou proteção que valha a pena ser preservada. O martelo de Wolfgar -- a Pancada de Roko -- é feito principalmente de adamantina, uma liga de orichalcum e ferro. All Thorn tem um colete leve e muito resistente, de um preto brilhoso. É de dratem, uma rara liga de orichalcum e xirang. A Lâmina de Prisma, de Haseid, aquela espada que parece ser de vidro e ainda assim é tão resistente, é feita de uma liga de orichalcum e vidro chamada oriprism. Até mesmo o Açor Real tem orichalcum. No caso, em uma liga com madeira, cedrasil. Dizem que apenas equipamentos perfeitos, impecáveis, conseguem receber magia e se tornar de fato mágicos. Alguns encantadores só trabalham com itens feitos de alguma liga de orichalcum."


Um dos navios da rainha começa a atirar, já próximo. Os guardas preparam mais outro disparo, levantando a pesada bola. Um dos dois é atingido por uma flecha azulada, bem no ombro. Soltando a bola em dor e colocando a mão na flecha, ele pretende retirá-la. Sua mão chega ao local e a flecha não está mais ali. O outro começa a gritar com ele por ter deixado a bola ir ao chão, mas a flecha azulada acerta sua cabeça e ele cai. A flecha também não está na sua cabeça quando ela bate no chão.

Logo que a flecha reaparece na aljava mágica da Sharon, o navio muda bruscamente de direção, quase derrubando seus tripulantes. All Thorn aproveita para fazer uma oração protetiva para todos os seus aliados.

A manobra que Ild fez no navio os posiciona no meio da frota inimiga, forçando uma mudança de abordagem. Para não ter risco de atingir uns aos outros, eles decidem parar os canhões e se aproximar, usufruindo de sua vantagem numérica.

Dois inimigos no navio, atacando quem podem. A espada curta bate no cajado de Ezelius, o Corisco. A espada do outro invasor encontra a Lâmina de Prisma que, mesmo parecendo ser de vidro, resiste bem ao golpe.

Vendo a confusão aumentar, Neriom corre para dentro da cabine e observa com atenção e zelo o que acontece lá fora.

-- É o quê?! -- Wolfgar grita contra um outro guarda que chega tentando lhe golpear, enquanto Haseid recebe mais outro adversário.

-- Vocês vem em dois contra a minha pessoa? -- Com a mão livre, o patrulheiro pega uma pequena estatueta de pedra na forma de uma pantera. -- Venha, amiga minha, equilibrar esta batalha!

A estatueta é jogada por Haseid e começa a se contorcer como um felino real, e crescer também, pousando no chão como uma bela e enorme pantera negra com seus olhos amarelos e brilhantes.

Aqueles dois ogânteres fardados recuam um pouco se olhando, assustados com aquele enorme animal. A pantera dá alguns passos de lado e então salta no pescoço de um deles. O braço na frente, por instinto, impede um golpe fatal, mas não impede de cair de costas no chão com o pesado felino em cima.

-- Agora está mais equilibrado. -- Haseid provoca, girando a espada na mão e olhando para o guarda que ainda está de pé.

Um grito ecoa no navio. Os que não estão acostumados com Wolfgar olham para ele espantados e veem seu corpo crescer junto com todo o equipamento até atingir o dobro do tamanho que antes tinha. Num giro ascendente do martelo, o guarda espantado é atingido no peito e voa para fora do navio, caindo na água sabe-se lá em que condições.

-- Quem é o próximo? -- O anão gigante pergunta, batendo de leve o martelo na palma da outra mão.

Neriom abre a boca diante de toda aquela cena. Aquele grupo não se parece com nada que ele já tenha visto. Ele começa a pensar em como foi que conseguiram sequestrar sua amiga se o grupo parece tão competente. Talvez esse inimigo feiticeiro seja mesmo perigoso demais.

Do outro lado, Ezelius concentra sua energia mística e busca uma brecha nos ataques do inimigo para poder lançar seu golpe mágico.

Outro navio encosta e mais soldados chegam. Um deles salta perto de Haseid.

-- Vocês estão demorando muito. -- Ele comenta com o outro soldado, que aponta a pantera e seu parceiro anterior. -- Entendi.

-- Não tem jeito. -- Haseid fala, erguendo os braços. -- Vocês só querem vir de dois contra um... -- Então faz um assobio estranho.

Neriom olha pra Haseid, curioso, seguindo o assobio. Justo naquele momento, acontece uma explosão silenciosa de luz e ele não vê mais nada. O som de combate continua.

O assobio era o aviso aos aliados de que o patrulheiro iria usar uma das habilidade da sua Lâmina de Prisma. A explosão de luz cega quem a ver, mas por pouco tempo. Pouco, mas muitas vezes o bastante.

Wolfgar vê o soldado, que havia acabado de pular no navio, perto dele, agora com os braços levantados em defesa. Sem pensar duas vezes, ele agarra o braço do sujeito e o joga para o lado, fazendo-o se chocar contra o guarda que ameaçava Ezelius.

Usando a espada curta, Sharon fere a perna de outro, que se aproximava dela antes da luz de Haseid.

Do outro lado, All Thorn empurra mais um soldado para fora do navio usando o escudo, golpeando outro em seguida com sua espada. Teraaz se vira e aplica um belo coice, concluindo a expulsão daquele outro inimigo.

Entre as cenas que Neriom não pôde ver, está o momento em que, finalmente livre de adversários, Ezelius consegue concluir o que planejava. Um brilho vermelho sai de seus olhos, enquanto ele ergue os braços vocalizando um estranho mantra. Num gesto de mão que lembra entediados num bar tentando acertar cartas de baralho em um lixeiro, aquele elfo dispara uma bola vermelha do tamanho de uma maçã.

A bola vai em seu trajeto, leve, e atinge um dos navios inimigos, que se aproximava para descarregar mais soldados.

Encostando no navio, aquela pequena "maçã mágica" se torna uma enorme bola de fogo e se pode ver a tripulação saltando desesperada pra água. Os outros navios se afastam, indo embora.

-- Se o navio fosse de madeira seria melhor. -- É o que Ezelius comenta, enquanto o grupo se reúne após a batalha. 

As Sementes do Mundo InferiorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora