Como consequência

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BERNARDO

— Ahhh, quando um abraço apertado se encaixa, é como se o mundo parasse ali, é como se a vida acabasse. — cantamos a plenos pulmões.

— Sei lá, quando um abraço apertado se encaixa, é como se o mundo parasse ali, é como se a vida acabasse, sei lá...

Abracei Luma de lado e continuamos acompanhando o som da música. O clima tava bom pra caralho, musiquinha leve rolando, cerveja gelada, a gata do lado e o tempo na medida certa, nem tão quente nem tão frio.

Se pensasse que fazia apenas um mês que chegamos aqui com a cara virada um pro outro, não dava pra acreditar. Meu relacionamento com Luma era super inusitado, mas eu não podia estar mais apaixonado por aquela garota.

Todo dia era dia de me surpreender, desde a hora que eu acordava até a hora que eu ia dormir. Ela era engraçada, inteligente, linda, malandra, estilosa, amiga, tudo de bom. Não queria mais outra coisa.

— Que casal, dá um fotão vocês aí. — Giovana disse admirando e fingindo um câmera com os dedos.

Eu e Luma estávamos de costas pro lago que estava iluminado por conta das luzes amarelas e o céu todo estrelado, ela deitada no meu ombro e eu com a mão em sua coxa beijando a cabeça dela.

— Vou tirar, pera. — Mike falou puxando o celular do bolso e fazendo um click.

— Devo estar toda desajeitada, horrível. — Luma riu se ajeitando.

— Tá nada, tá linda. — ele disse fazendo outro.

Sorri olhando pra ela enquanto ela sorriu pra foto dando aquele efeito espontâneo, isso era zero a minha cara do jeito que eu era tímido, mas com ela eu tava sem vergonha.

— Sério, vocês são lindos demais! — Giovana disse olhando a foto junto a Mike.

— Claro né mores, eu levanto a imagem do casal. — Luma brincou.

— Até parece, você tem sorte de me ter, garota. — empurrei ela de lado.

— Po Bernardo, não força. — Mike a defendeu.

— Caralho, me fodi mesmo, ninguém pra me defender. — fiz drama.

— Eu te defendo, precisamos nos ajudar porque irmãos sempre ficam um do lado do outro. — Giovana falou.

— Beleza, tamo junto! — estiquei um soquinho com ela e rimos.

Eles voltaram a prestar atenção na música enquanto eu decidi observar minha namorada ajeitando o cabelo. Ela nem precisava de muito.

— Tá, eu confesso, você levanta a imagem desse casal mesmo, perfeita demais, tá maluco. — balancei a cabeça negativamente.

— Que isso amor, você é principezinho demais também, não é de hoje que eu sei disso. — ela disse selando meus lábios.

— Ah, é? — sorri de lado bobo. — Ficava me olhando?

— De vez em quando. — ela enrugou o nariz.

— Hummm, então essa paixão é de anos. — provoquei.

— Não força, Bernardo. — ela revirou os olhos e apertou minha coxa.