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LUMA

Era só um estresse com meu irmão acontecer que me desestabilizava inteirinha. Pra falar a verdade, eu já estava um pouco de saco cheio das nossas brigas e discussões, mas com ele não dava pra ser paciente.

Acontece que eu e ele temos essas desavenças desde cedo. Analu nasceu a cópia fiel da nossa mãe, faziam tudo juntas, tinham (e tem ainda) os mesmos gostos, exceto profissionalmente, mas enfim, super parecidas, enquanto que eu nasci pra equilibrar e ser a grudada com meu pai, só que já existia Mike pra compartilhar isso comigo.

Nós éramos ciumentos, implicávamos um com outro e disputávamos o amor do nosso pai, não que ele contribuísse pra essa competição, até porque eles odiavam ver os dois filhos brigando, mas não adiantava. Insistíamos nisso.

Hoje, nossas brigas evoluíram, agora já não era mais por bobeira e competição, acontece que eu reprovava certas atitudes dele e fazia questão de deixar claro, assim como tinha acontecido agorinha.

— Tá boladona? — Bernardo apareceu do nada.

Giovana e Ian já tinham subido pra dormir e só sobraram eu, ele, Theo, Henrique, Laís, Amanda e Analu. As duas estavam rindo e bebendo na espreguiçadeira da frente e os meninos estavam com Laís lá perto do deck dançando.

E eu me encontrava sentada com a cabeça latejando e ainda bufando de raiva da cara do meu irmão.

— Sim. — disse seca.

— Tá foda hoje, sabia? Eu também tô muito puto com algumas coisas, é foda. — ele disse tomando a liberdade de sentar ao meu lado.

Eu e Bernardo não tínhamos muita intimidade, na verdade, nenhuma intimidade. Claro que falávamos um com outro normalmente como conhecidos, principalmente nas festas, mas era só isso.

— Sophia? — perguntei descarada mesmo.

— Teu irmão? — ele rebateu e nós rimos de nervoso. — Parece que nossos problemas se encontram de algum modo.

— Com certeza! — ri. — Mas o que aconteceu? Curiosidade.

— Ah, ela foi escrota pra caralho, falou umas coisas pesadas, enfim... — ele disse sem querer se aprofundar muito.

— Logo a Sophia? — arqueei as sobrancelhas. Ela era a menina mais doce que eu conhecia.

— É, pior que é. — ele balançou a cabeça parecendo decepcionado. — E você?

— Tu sabe, né? Não me dou bem com o Mike, ele só faz merda e todo mundo que sofre em volta dele, eu não passo pano como todo mundo passa. — contei.

— É, eu e Ian também reprovamos pra caralho as paradas que ele faz, apesar de que meu irmão não é fácil também. — ele disse e tomou um gole da cerveja.

— Como pode pessoas tão idênticas serem tão diferentes? — perguntei interessada.

— Eu e meu irmão? — disse lerdo e eu assenti. — Mas a gente se dá bem, até.

— H-hm — grunhi e voltei a olhar pro nada pensativa.

Realmente tinha me dado dor de cabeça me meter naquela confusão, mas como eu iria deixar ele arrumar merda por um motivo tão tosco? E ainda todo mundo olhando sem fazer nada, eu não conseguiria.

Como consequência Where stories live. Discover now