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Fiquei sem saber o que responder, quem atender e consequentemente uma pilha, extremamente nervosa e dividida.

— Amiga? — Laís entrou no meio pegando meu braço e me puxando.

Nem olhei pra trás, só a segui, a minha grande salvadora.

— O que foi? — perguntei quando ela parou perto dos coolers e se virou pra mim.

— Você não acredita na confusão que eu me meti, minha mãe vai me matar! — ela disse nervosa, mas rindo ao mesmo tempo.

— Meu Deus Laís, o que que aconteceu? — segurei os braços dela nervosa.

— Então, tem umas minas aqui que juram ser minhas fãs, achei o máximo, ficamos conversando super nos meus intervalos entre beijos, até aí ok, mas uma delas namora, eu acidentalmente acabei pegando o namorado dela...

Eu a interrompi rindo. — Nããão.

— Pera, você não sabe. — ela me parou pra continuar. Eu ajeitei meu corpo e cruzei os braços interessada. — Eu tava tranquila na minha conversando com Analu e daí a menina chegou pegando meu braço, me puxou pro canto e disse que ia fazer um escândalo na internet contando "quem realmente Laís Paiva é". — ela fez aspas com a mão.

Eu abri minha boca completamente chocada, e aquele famoso rir de nervoso começou a acontecer, eu queria gargalhar e ela também, e assim foi. Rimos até não aguentar mais sem dizer nada.

— Tô fodida, né? — ela fez careta recuperando o fôlego.

— Eu hein, claro que não. Ninguém tá mais fodida que eu, acredite. Mas vamos lá resolver! — disse baixando o espírito de conciliadora que eu tinha e peguei ela pelo braço.

Ela me apontou aonde estava a menina, fomos andando até lá pisando fundo, claro que eu não ia deixar a mina ameaçar minha amiga dentro da nossa própria casa.

Paramos na frente dela, ela já olhou com aquele olhar matador, mas eu não fiquei pra trás, enquanto Laís se escondia atrás de mim. Sabe qual o pior? Laís que resolvia na marra as paradas, mas tava tão bêbada que não era mais Laís, era Joana, a santa.

— Posso trocar uma palavrinha com você? — disse com um bico do tamanho do mundo.

— Pode não, amor! — ela sorriu falsamente.

— Então vai ser na frente de todo mundo mesmo. — disse com ódio pela cara de pau dela.

Ela estava em um grupinho relativamente grande, uns garotos altos, umas meninas dançando e uma dois de paus que não saia do lado dela com cara de cu também.

— Deixa eu te falar uma coisa, meu amor. — imitei seu tom debochado. — Você está dentro da nossa casa, se achando no direito de ficar com esse nariz pro alto e ainda ameaçar minha amiga porque você foi corna. Não sei exatamente o que rolou, mas você deveria ter vergonha de cair pra cima dela e ameaçar foder com a carreira dela, tu acha que alguém vai ligar pra mais uma corna mansa no mundo? Pelo amor de Deus, conte, passe esse micão, a não ser que você seja amiga dela, você é? Ela te talaricou, meu amor?

Sua postura de marrenta foi se desfazendo, ela engoliu a seco, mas continuou me olhando.

— Não. — disse com a voz falha.

— Então como você se acha no direito de pegar ela na casa dela, levar ela pra um canto e ameaçar em fazer fofoca, hein? Toma vergonha nessa sua cara, termina com esse macho escroto e para de passar vergonha. — continuava com raiva.

Mas ao mesmo tempo nem eu estava me sentindo bem fazendo aquilo. Nunca fui de brigas, de ofensas, dedo na cara, nem nada do tipo, sabe? Isso me fazia um certo mal, mas hoje minha mente tava uma confusão e eu queria ocupar ela com algo diferente.

Como consequência Where stories live. Discover now