24

1.4K 151 80
                                    

IAN

Eu estava há uns trinta minutos parado na sala tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Simplesmente Sophia surtou de uma forma que a casa toda parou assustada, incluindo eu que não me assusto fácil.

Antes que Laís e Giovana decidissem entrar no quarto, eu vi da porta do meu quarto Bernardo saindo vermelho de ódio do quarto das meninas. Tentei ir atrás dele até o andar de baixo, mas ele saiu pro quintal e parecia querer ficar sozinho.

O clima da casa não começou bem no dia de hoje, depois melhorou com a ideia da resenha e agora estava fodido novamente. Henrique tava preocupado trocando ideia com Luma e Theo, Mike tinha sumido, Amanda e Analu estavam ainda em choque, Laís e Giovana com Sophia, Bernardo sozinho e eu no meio do caos, como sempre.

— Vai rolar a resenha ou não? — perguntei.

— Claro que não, tu não viu minha irmã? — Henrique se virou puto.

Levantei os braços em sinal de rendição.

— Vai sim, galera. Já está tudo bem. — Giovana avisou descendo as escadas.

— Como assim? Ela já está melhor? — Amanda perguntou confusa.

— Ela não vai ficar com a gente, vai dormir pra se acalmar. — Laís explicou. — Mas se a gente deixar de se divertir e ficar nesse climão, ela vai piorar e quem conhece ela sabe que é verdade.

— Aham, ela vai se culpar e aí começa tudo de novo. — Henrique disse respirando fundo.

— Então é isso, vou tomar banho! — Analu disse se levantando.

— É, vou trocar de roupa também. — Luma disse.

Todos concordaram em começar a "se arrumar" e subimos cada um pro seu quarto.

Parecia tranquilo, mas estava bolado pra caralho por dentro e acima de tudo, estressado. Ao mesmo tempo que queria dar espaço pro Bernardo falar, queria que ele ficasse longe mesmo pra não ter que ficar escutando mais problemas.

Decidi fumar um pouco pra relaxar a mente, peguei o boldo no bolso da minha mochila, a seda, o dichavador, o isqueiro e sentei na cama.

— Quero encher a cara! — Bernardo abriu a porta com força me fazendo pular na hora e esconder as paradas. — Qual foi?

— Qual foi o que? — disfarcei. Não que eu tivesse medo, só não queria sermão. — Quer beber? Então vai tomar um banho porque essa tua cara tira o ânimo de qualquer lugar.

— E o banho vai adiantar o que? — ele arqueou as sobrancelhas.

— Vai que limpa essa tua cara de cão chupando manga. — brinquei.

Ele riu fraco. — Tô bem não, então para de gracinha.

Ri, aproveitei que ele se virou pra pegar a toalha, enfiei tudo no meu bolso, levantei da cama e desci.

Só queria um canto que tivesse paz. Chequei de longe se tinha alguém sentado no deck, fechei a porta que dava pro quintal, peguei uma almofada e andei até o deck.

Como consequência Onde histórias criam vida. Descubra agora