Como consequência

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MIKE

Terminamos a noite trocando ideia na sala e logo decidimos subir pra deitar. Giovana ia dormir na minha cama comigo hoje, tava foda ficar sem cama de casal com uma namorada que se mexe muito.

Assim que entramos no quarto, a luz tava acesa e Bernardo estava dormindo com Luma em seu abraço. Giovana me olhou preocupada, com certeza morrendo de medo de eu surtar, mas apesar daquela pontadinha, eu nem pensei nisso.

Já tinha trocado uma ideia com minha irmã alguns dias atrás, não que tenha sido algo demais, mas não tava afim de piorar uma situação que tava controlada, ainda mais que eu não tinha nada a ver com isso.

— Vamos dormir lá na cama dela? — Gio sussurrou.

— Por que? — perguntei.

— Acho que ela não vai gostar de acordar com o irmão dela na cama do lado, né? — fez careta.

Revirei os olhos, mas cedi, o rostinho da minha namorada me fazia ceder sempre.

Avisamos ao Theo e Henrique que ainda estavam na sala que iríamos dormir lá, já que o quarto era deles também e fomos.

Não conseguia dormir tão de cara como Giovana, fiquei penando na cama, não só pelo desconforto, mas também pensando na situação. As vezes lembrar do show que eu fiz quando eu vi os dois, me fazia sentir culpado por nossa relação péssima.

Eu tinha muita vontade de ser um irmão foda, aquele que apoia e tá junto, assim como sou com Ana Lua, mas Luma tinha um jeito que travava essa situação, e esse jeito eu conhecia bem, já que eu também tinha.

Analu sempre foi fácil de lidar, sempre amenizava brigas, era calma, "good vibes" como ela mesma se denomina, mas Luma tinha um gênio igual ao meu, dizem que vem de dona Maria Luiza, nossa mãe. Então nossas personalidades se batiam.

Depois da conversa com Laís hoje, fiquei com vontade de saber mais da minha irmã, e agora que peguei os dois dormindo juntos, tive vontade mais ainda, até mesmo pra ser um cara legal pra ela.

É aquela coisa, se você avaliar bem, nós dois somos idênticos, tanto na personalidade forte, como nos gostos. Nós estávamos seguindo os mesmos caminhos dos nossos pais, poderíamos ser um milhão de vezes mais unidos.

Acordei com o ronco de Giovana nas alturas, dei aquela resmungada, mas ela não se mexeu e meu sono desapareceu, então decidi levantar.

Não era tão cedo assim, já escutava o som vindo da cozinha que Sophia e Bernardo colocavam enquanto faziam o almoço. Parti pro banheiro pra dar uma mijada, lavei o rosto e desci.

Dito e feito, os dois estavam cozinhando e Amanda, Analu e Luma estavam vendo televisão deitadas no sofá. Olhei no relógio, eram 11h30 da manhã e o cheiro da comida tava começando a fluir bem.

— Quintou, bebê. — Analu gritou pra mim que ainda estava me acostumando com o dia no corredor.

— Quintou, mana! — sorri. — Tá geral acordado?

— Tá nada, só a gente mesmo. — Sophia respondeu.

— Ah sim. — falei. — Qual vai ser de hoje? Já podemos voltar a ativa, né? — sentei no chão da sala com a almofada no colo.