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O bagulho tava louco. Da cerveja pra cachaça, da cachaça pra tequila, da tequila pro vinho, do vinho pra caipirinha e no fim eu nem sei mais o que eu tava mandando pra dentro.

Mas de uma coisa eu tinha certeza: todo mundo estava louco. Repito: TODO MUNDO e a cena era linda. Laís e Mike dançando pra caralho juntos, Bernardo, Luma, Theo e Henrique rindo muito em um canto e eu e Ian cantando todas as músicas em alto e bom tom.

"Sua graça e sua energia é coisa mais linda, vibe surreal" Henrique puxou Luma pra dançar no meio.

"Conectar nessa pura harmonia que me contagia e eu não me sinto mal" Theo foi atrás junto com Bernardo.

"Dois passin' pra lá e pra cá nesse embalo eu vou, esbarrei no seu olhar, quase morri de amor" Laís puxou Mike pro lado deles.

Eu tava rindo pra caralho da cena, até que Ian me estendeu a mão e me puxou pra perto também.

"E ela tá, tá movimentando, tá tá movimentando, tá tá tá tá movimentando"

Fizemos aquela dancinha do tik tok juntos, todos em pura sincronia (ou não) como se estivéssemos nos apresentando pra uma plateia visto que estávamos um do lado do outro enfileirados.

"No camarote dessa festa eu quero ver você dançar pra mim" Ian pegou meu braço me girando e me puxou com força pra perto dele.

Lembrei por uns segundos do nosso beijo em uma festa que rolou na Barra e apesar de naquele dia estar totalmente movida a vingança contra meu ex namorado, o beijo foi bom.

Ele tinha uma pegada forte e aquela cara dele de safado, daqueles que vão foder sua vida, te deixava doida pra estar com os lábios presos nos dele como um imã e quando enfim acontecia, era muito bom.

Mas antes que eu pudesse sonhar em viver aquilo novamente, ele foi arrancado de mim com um empurrão e pasmem (ou não): vindo do meu ex namorado.

— Tá maluco, rapa? — ele gritou empurrando ele de volta.

— Você quer me provocar Ian, você tá fazendo isso desde que chegou nessa porra, isso não vai dar certo. — Mike encarou ele.

— Parem com essa porra, caralho. — falei, mas eles não deram a mínima.

— Ah não? E tu vai fazer o que? — Ian o peitou.

— Tá achando que eu tenho medinho de tu, irmão? — Mike colou as mãos no peito dele e o empurrou com mais força ainda.

A música já não existia mais, todos estavam em volta com cara de tédio, exceto eu e Laís que queríamos separar, e além disso tudo, todo mundo sabia que se rolasse uma briga, ia ser A BRIGA já que Ian lutava pra caralho e Mike não era pra brincadeira também.

E ele não fez nem questão de responder visto que estava juntando forças com aquela tomada de fôlego e aquele olhar de quem ia matar um indo em direção de Mike.

— QUE INFERNO! — Luma entrou no meio. — Você não cansa de estragar tudo? Porra, você é insuportável.

— Eu? Tu não viu o que ele fez? — Mike respondeu a ela pela primeira vez sem uma patada, mas ainda bufando de ódio.

— O que? Quase beijou sua EX namorada? — ela deu ênfase. — E daí? Analu pode passar pano pra você, mas todo mundo sabe que na hora de você foder o psicológico dela você não tá nem aí.

Enquanto rolava o esculacho, Bernardo puxou o Ian pra longe, Henrique e Theo foram pra dentro fazer sabe se lá o que, Amanda e Analu só observavam e eu e Laís estávamos esperando o momento que iríamos parar a discussão.

— Não fala o que você não sabe, sua imbecil. — ele apontou o dedo na cara dela.

— Não fala assim com ela, Mike. — Analu a defendeu.

— Vai ficar do lado dela também? — ele perguntou surpreso.

Ele parecia transtornado, apesar de evidentemente estar só bêbado, mas o pouco de lucidez que me veio me fez perceber que seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Acabou, ok? Chega. — eu entrei pra intervir o afastado delas.

— Não, se divirtam aí, já deu pra mim já que eu sou o problema. — ele se soltou de mim e levantou as mãos em sinal de rendição.

— E é mesmo. — Luma gritou.

Ele riu debochado, mandou o dedo do meio pra todos nós e entrou.

Foi horrível aquela cena, bem mais pra mim do que pra eles, talvez pra Laís tivesse sido igual, porque de alguma forma sabíamos que ele estava e bem mal.

— E agora? — sussurrei pra ela enquanto os outros voltavam a beber.

— Resolve um problema e começa outro, é visível que ele tá pior do que a gente pensa, as vezes nem é só a parada de vocês. — ela disse.

— É verdade, mas não dá pra ajudar agora. — falei.

— Sim, bora voltar a beber e ver qual vai ser de amanhã, mas real, isso aqui tá um manicômio. — ela falou e eu assenti preocupada.

Eu sabia que não conseguiria mais aproveitar a noite como gostaria. Eu ficava mal vendo ele mal assim, sei que parecia contraditório visto que nos últimos dias eu tenho sido grossa com ele, mas era só por aquela questão de Sophia.

O povo continuou a dançar, a beber, fiquei enrolando com uma cerveja na mão pra sempre e rindo com Ian de coisas bobas, porque nós dois claramente evitamos de tocar no assunto.

Como consequência Where stories live. Discover now