SOPHIA
Churrasco tava rolando solto na nossa casa. O dia estava lindo demais, sol maravilhoso, cervejinha gelada e amigos em volta.
Estávamos todos conversando perto da churrasqueira trocando ideia sobre a noite passada, contando pra Analu e Amanda que não presenciaram a noite icônica que tivemos.
Mas eu estava um pouco calada, porque não conseguia parar de pensar na não conversa que eu e Ian tivemos. Ele simplesmente era incapaz de falar sobre qualquer coisa que envolvesse sentimentos e eu tava farta de encontrar gente assim.
Na noite passada, na boate, nós curtimos muito juntos. Dançamos, ficamos, rimos e bebemos e apesar de ter dito que nada sério poderia rolar entre nós dois, a noite foi tão divertida que almejei mais tempo com ele além dessa viagem.
E a sensação que eu tive falando com ele, foi que isso não passava de uma distração pra essas férias. Não estava triste nem nada, mas pensativa, de fato.
— Hein, vamo lá dentro? — ela me cutucou com o cotovelo e falou baixo pra que ninguém ouvisse.
— Fazer? — questionei.
— O que a gente sabe de melhor. — ele sorriu malicioso de lado.
Continuei o encarando pensativa, eu queria mesmo prolongar com algo que talvez me machucaria no final? Não digo coração partido, e sim uma falta.
— Qual foi, Sô? Você é a primeira a topar. — ele estranhou.
— Nada, tô viajando hoje. — ri de nervoso. — Vamos lá!
Eu não sabia cuidar de mim, pelo amor de Deus. Saímos disfarçadamente da conversa e entramos em casa. Ele já foi me empurrando pra sala e me jogando no sofá.
— Ian? — tentei o empurrei sentindo seus lábios me tocarem. — Ian, sério!
— O que? — ele se afastou.
— Não tô afim, eu acho. — sentei no sofá e olhei pra ele.
— Foi por causa da conversa? Sophia, eu não gosto de falar sobre aquele assunto, só isso. — ele balançou a cabeça negativamente se levantando.
— Eu só queria que conseguíssemos fazer mais do que só transar. — fui sincera.
— E a gente faz, ué. — falou como se fosse óbvio. — A gente bebe, ri, conversa, você mesma diz.
— Mas é algo superficial. — falei com a voz melancólica.
Ele me encarou, mas não disse nada.
— Não tá afim mesmo? — ele mudou de assunto e eu neguei com a cabeça. — Beleza, bora voltar pra lá então.
Deixei que ele fosse na frente e fiquei pensando comigo mesma: eu não podia mais sofrer por homem idiota. Tinha que aproveitar que não tinha nutrido nenhum sentimento profundo e fugir dessa situação.
Até poderia rolar de vez em quando porque nossa atração sexual era sem limites, mas tinha que ser só isso, o corpo, o físico, nada além.
Levantei do sofá decidida e voltei pro quintal. Peguei uma cerveja no isopor, sentei do lado de Laís ignorando completamente Ian e acompanhei o assunto deles.
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Como consequência
RandomTrancados em uma cabana no meio do nada durante um mês, um grupo constituído por dez jovens adultos que são da mesma família precisam achar meios para se comunicarem e se darem bem, já que eram o total oposto. Dramas românticos, brigas entre amigos...