82

1.2K 152 78
                                    

SOPHIA

Churrasco tava rolando solto na nossa casa. O dia estava lindo demais, sol maravilhoso, cervejinha gelada e amigos em volta.

Estávamos todos conversando perto da churrasqueira trocando ideia sobre a noite passada, contando pra Analu e Amanda que não presenciaram a noite icônica que tivemos.

Mas eu estava um pouco calada, porque não conseguia parar de pensar na não conversa que eu e Ian tivemos. Ele simplesmente era incapaz de falar sobre qualquer coisa que envolvesse sentimentos e eu tava farta de encontrar gente assim.

Na noite passada, na boate, nós curtimos muito juntos. Dançamos, ficamos, rimos e bebemos e apesar de ter dito que nada sério poderia rolar entre nós dois, a noite foi tão divertida que almejei mais tempo com ele além dessa viagem.

E a sensação que eu tive falando com ele, foi que isso não passava de uma distração pra essas férias. Não estava triste nem nada, mas pensativa, de fato.

— Hein, vamo lá dentro? — ela me cutucou com o cotovelo e falou baixo pra que ninguém ouvisse.

— Fazer? — questionei.

— O que a gente sabe de melhor. — ele sorriu malicioso de lado.

Continuei o encarando pensativa, eu queria mesmo prolongar com algo que talvez me machucaria no final? Não digo coração partido, e sim uma falta.

— Qual foi, Sô? Você é a primeira a topar. — ele estranhou.

— Nada, tô viajando hoje. — ri de nervoso. — Vamos lá!

Eu não sabia cuidar de mim, pelo amor de Deus. Saímos disfarçadamente da conversa e entramos em casa. Ele já foi me empurrando pra sala e me jogando no sofá.

— Ian? — tentei o empurrei sentindo seus lábios me tocarem. — Ian, sério!

— O que? — ele se afastou.

— Não tô afim, eu acho. — sentei no sofá e olhei pra ele.

— Foi por causa da conversa? Sophia, eu não gosto de falar sobre aquele assunto, só isso. — ele balançou a cabeça negativamente se levantando.

— Eu só queria que conseguíssemos fazer mais do que só transar. — fui sincera.

— E a gente faz, ué. — falou como se fosse óbvio. — A gente bebe, ri, conversa, você mesma diz.

— Mas é algo superficial. — falei com a voz melancólica.

Ele me encarou, mas não disse nada.

— Não tá afim mesmo? — ele mudou de assunto e eu neguei com a cabeça. — Beleza, bora voltar pra lá então.

Deixei que ele fosse na frente e fiquei pensando comigo mesma: eu não podia mais sofrer por homem idiota. Tinha que aproveitar que não tinha nutrido nenhum sentimento profundo e fugir dessa situação.

Até poderia rolar de vez em quando porque nossa atração sexual era sem limites, mas tinha que ser só isso, o corpo, o físico, nada além.

Levantei do sofá decidida e voltei pro quintal. Peguei uma cerveja no isopor, sentei do lado de Laís ignorando completamente Ian e acompanhei o assunto deles.

Como consequência Where stories live. Discover now