Capítulo 102 :

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Fiz o que prometi. Enchi a banheira do quarto dela com água bem quentinha... Preparei um banho para relaxar e elevar sua temperatura. O estado de saúde dela me intrigava e preocupada. Voltei para o quarto e Carla parecia amarela agora, estava sentada na beira da cama com uma das mãos sobre a barriga. Abaixei-me à sua frente.

Carla: Quero vomitar, mas não há nada mais que possa ser posto para fora — disse com certo humor, esforçando-se.

Arthur: Calma... Vamos para o banho. Quer um chá? Sei fazer chá, lembra? — levei à mão a bainha de sua blusa grande e a tirei de seu corpo, jogando-a sobre a cama. Peguei em sua mão a guiando para o banheiro.

Carla: Adoraria um chá — suspirou ao ver a banheira.

Abaixei as alças de seu sutiã e o desabotoei com cuidado, livrando-a da peça rapidamente. Senti que se retesou um pouco, sua pele antes pálida um tanto corada. Talvez tanta intimidade não fosse necessária, já que não éramos mais namorados.

Arthur: Quer que eu ajude a entrar? — perguntei ainda parado atrás dela, que usava as mãos para tapar os seios nus. Tremia um pouco, talvez de frio. Assentiu minha resposta com um aceno.

Terminei de despi-la tentando não reparar em seu corpo... Em vão. Reparei que seu quadril estava um pouco mais largo, seus seios maiores e seu corpo um pouco mais saudável que antes, quando era muito magra. Aos meus olhos estava mais bonita por aparentar ter engordado uns dois ou três quilos. Sorri ao ajudá-la a entrar na banheira, imaginando que se ouvisse meus pensamentos com certeza Carla iria corar de raiva ou me bater. Diria algo como:
Como assim estou gorda?

E até eu explicar que não estava gorda, mas sim mais saudável e bonita iria demorar um longo tempo. Mas não deveria ser o inverso? Se tinha passado um longo tempo chorando, como Maria Clara disse, e agora estava com esse enjoo todo e vomitando, não seria lógico estar mais magra? Nada falei, apenas a observei entrar na banheira quente e se ajustar na posição mais confortável.

Carla: Obrigada — disse sem me olhar diretamente, um pouco envergonhada.

Arthur: Para com isso... — ignorei seu agradecimento dando de ombros — Vou colocar a Maria Clara  em sua cama e fazer o chá. Se precisar de alguma coisa grite. Estou aqui para isso.

Carla: Para com isso Arthur — copiou minha frase antes que eu deixasse o banheiro com um sorriso de canto, indo pegar a pequenina adormecida no sofá.

CARLA

Eu não sabia do que me envergonhar mais! Se de ter permitido que Arthur viesse em minha casa no meio da noite para cuidar de mim ou do fato de ter me visto nua mais uma vez. Fechei os olhos e encostei a cabeça na banheira, relaxando o corpo, mas não os pensamentos. Já fazia um tempo que ele havia saído e eu não podia parar de pensar que com certeza Arthur havia reparado que engordei. Amaldiçoei os novos três quilos. Me odiei por ter permitido que me visse nua... Odiei-me por confiar nele e ainda lembrar a cada momento de nosso namoro. Quando nos víamos era como se tudo ainda fosse o mesmo... Como se nosso relacionamento estivesse indo cada vez melhor.

Arthur: No que está pensando? — perguntou ao entrar no banheiro uns vinte minutos depois com o meu roupão em mãos. Estava sem camisa agora. Estreitei o olhar para aquilo, já que havia uma grande marca vermelha em seu peito, que descia por seu abdômen.

Carla: O que foi isso? — questionei aceitado a sua ajuda para me levantar e pegar o roupão. Percebi que fazia uma grande força para olhar apenas para o meu rosto, nunca para meu corpo.

Arthur: Derramei água quente em minha camisa e ela me queimou um pouco — explicou rapidamente, sorrindo envergonhado. Ajudou-me a colocar o roupão e amarrou-o em minha cintura.

Carla: Um pouco? Isso está horrível! — levei às mãos à área, tocando com cuidado — Passou água gelada? Uma pomada?

Arthur: Relaxa Carla. Está tudo bem. Como você está se sentindo? O chá te espera no quarto... Venha — fui caminhando ao meu lado até meu quarto.

Carla: Um pouco melhor. Pelo menos estou mais quente e com a tontura moderada. Aos poucos vai embora. O pior é que nada para no meu estômago... — sentei-me sobre a minha cama e ele pegou o chá para colocar no meu colo. Havia duas bolachas integrais do lado. Porém, antes de comer, me fez tomar um remédio que conteria meu vômito.

Arthur: Vai parar — garantiu — Toma meu chá que quando feito com amor faz milagre — não sorri, pois estava com a xícara entre os lábios. O vi se sentar ao meu lado na cama.

Não consegui tirar os olhos de seu peito desnudo e úmido pela água que caiu de meu corpo... Uma trilha de músculos descendo até o cós de sua calça e todo aquele volume por ali... Contive-me! Como assim agora estava sentindo essas coisas? Esse fogo? Que porcaria de doença era essa que te deixava tonta e fogosa?

Arthur: Pare de olhar pra isso. Logo ficará melhor — em sua inocência, pensou que eu estava olhando para a marca vermelha.

Carla: Não estava pensando nisso... — assumi mordendo uma bolacha.

Arthur: Estava pensando em que? — estreitou o olhar e passou a mão pelo cabelo sensualmente. Deus!

Carla: Que se ainda estivéssemos namorando amanhã faria seis meses. Tipo, meio ano... — Suspirei ao falar, não querendo que ele pensasse em outras coisas. Como por exemplo, que eu me esqueceria.

Arthur: Sim, eu sei... — abaixou os olhos sem me olhar, sorrindo tímido — Estava pensando no que comprar para você. Já você não precisaria me dar nada, porque a data seria meu melhor presente de aniversário.

Carla: O que? — perguntei um pouco confusa.

Arthur: Quarta-feira, dia 21, é meu aniversário de 28 anos — comentou sorrindo de canto vendo minha expressão de horror.

Eu não sabia mesmo disso?

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O Secretário. Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang