Capítulo 149:

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CARLA

Caia uma intensa tempestade quando consegui um tempo para tomar banho  com certa calma. Passei pelo quarto de Maria Clara e ela já se encontrava adormecida. Beijei sua testa e segui para o quarto de Maria Ísis, onde vi Arthur sentado na poltrona rosa com ela em seu colo e um livro de história à sua frente. A bebê estava quietinha, chupando sua chupeta e atenta ao que o pai sussurrava. Pelos lances que peguei era a história da Rapunzel, mas sendo tão pequena, o que acalmava mesmo a bebê era a voz aveludada e gostosa de Arthur ecoando no ambiente. Soava interessante até mesmo para um bebê.

Segui para o quarto, onde notei que a chuva era mesmo muito forte. Encostei-me na janela e assisti a chuva cair no terraço bem a minha frente. Estiquei o pé e pude sentir umas gotinhas pingando em minha perna, mas logo a recolhi. Se dois anos antes alguém viesse até mim e dissesse que hoje estaria casada com o pai biológico de Maria Clara e teria com ele mais uma filha eu com certeza riria na cara!

Jamais me imaginei casada, muito menos com o homem que por muito tempo repudiei. Sorri com o pensamento. Arthur realmente me fez mal um dia, mas tudo não passou de um grande desencontro da vida. Desencontro este que a mesma rapidamente fez questão de resolver da maneira mais maravilhosa. 

Arthur: No que está pensando? — Ouvi sua voz soar em meus ouvidos e tive um sobressalto.

Carla: Nem vale a pena comentar... — Me abraçou por trás.

Arthur: Tenho certeza que pensa em mim — Gabou-se olhando a chuva com um sorrisinho presunçoso.

Carla: Em quem mais? E você... Pensa em mim?

Arthur: Quase todo o tempo — Garantiu.

Carla: Quase?  — Sussurrei um pouco contrariada — Quem ocupa sua mente no tempo em que estou fora dela?

Arthur: Outras duas garotas — Deu de ombros e pisquei algumas vezes. Controlei-me para não perder a razão — Desculpe, estou sendo sincero. Você não é exclusiva. Maria Clara e Maria Ísis são muito importantes para mim. Não consigo parar de pensar em você e nessas duas garotas o tempo todo — Carla riu quando adotei a expressão de ironia e revirei os olhos.

Carla: Sei bem como é, mas essa brincadeira não tem graça! — Bati em seu peito um tanto forte e quando fui repetir o gesto me puxou pelos pulsos e me empurrou para a chuva junto dele. Gritei quando entrei em contato com a água gelada — Arthú! O que está fazendo?

Arthur: Está vendo? Isso é para você aprender a não bater em seu marido! Cadê a lei que protege os homens nessa hora? Preciso de uma lei dessas sendo marido dessa rainha poderosa... E que me tem a seus pés.

Molhados, pulei sobre ele e o fiz perder o equilíbrio. Apoiou-se na parede quando rodei os pés em sua cintura e o beijei longamente. Segurava em meu quadril com certa possessão, apertando as mãos contra mim. Não nos importamos com a chuva e a mesma passou para o segundo plano. Apenas conseguia prensar as mãos em seu rosto, descê-las por seu peito e morder seus lábios quando me tocava em algum local mais íntimo. Tirei sua blusa e joguei em algum canto. Uma de suas mãos penetrou por debaixo de meu short e o empurrou para o lado. Estremeci com o gesto e apertei tanto suas costas que por pouco não arranquei sangue.

Carla: Arthur... — Sussurrei ao constatar seus dedos me acariciando com destreza entre as pernas.

Arthur: Vamos fazer outro bebê? — Disse brincalhão e me testando com sua invasão íntima.

Movia a língua em meus lábios, apertando o corpo no meu com força. Ao mesmo momento em que senti espasmos percorrendo todo meu corpo, ouvi um choro longo e profundo vindo de dentro da casa. Fechei os olhos por alguns segundos e abri vendo o rosto de Arthur frustrado.

Arthur: Acho que ela acordou.

Carla: Não é uma boa ideia fazer outro bebê! — O empurrei com as bochechas coradas e a respiração ofegante — Vou ver o que ela quer e é bom que esteja no quarto quando eu voltar... Ou terá sérios problemas!

Arthur: Pode apostar que estarei minha rainha — Me deu um tapinha no bumbum quando dei a costas a ele. O olhei pasma, mas comecei a rir.

Carla: Pode apostar que se não estiver farei da sua vida um inferno! — Repeti a frase de maneira brincalhona, fazendo-o rir ao se lembrar de como a usei com ele no passado.

Arthur; Já ouvi isso antes e posso te garantir que hoje não tenho mais medo!

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O Secretário. Where stories live. Discover now