Capítulo 145 :

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ARTHUR

Maria Clara: Pai... Cadê a mamãe? — Ela olhou em volta deitada em meu ombro. Fiz o mesmo, buscando algum sinal de Carla e Ísis em meio à sala totalmente vazia.

Arthur: Ai está uma ótima pergunta... Cadê sua mãe? — Suspirei — Será que foi comprar alguma coisa para Ísis?

Maria Clara: Comprar o que papai? Ela nem come! — Maria Clara falava desanimada e sem forças para se manter sorrindo. A ajeitei em meu colo.

Arthur: Vamos perguntar na recepção. Quem sabe alguém a viu... — Assim que passei em frente ao banheiro feminino trombei de frente com Carla e uma senhorita muito familiar.

Carla: Amor! — Carla disse surpresa ao nos ver.

Paramos lado a lado e talvez tenha notado o quão pasmo fiquei ao notar de quem se tratava a mulher ao seu lado. A outra Carla. A quem vendi meu esperma anos atrás! Engoli a respiração e o primeiro impulso que tive foi apertar mais ainda Maria Clara em meu colo

Carla: Como você está querida? — Deu a volta para beijar o rosto de Maria Clara.

Maria Clara: Bem mamãe. Meu bumbum está doendo — Referiu-se a injeção que havia tomado há pouco.  Meus olhos eram incapazes de abandonar a figura parada em meio à cena... Maria Ísis estava adormecida no colo da mãe.

Carla: Agora vai ficar melhor — Carla consolou Maria Clara com um beijo na cabeça.

Karla: Eu te conheço! — A outra Carla apontou em minha direção, estreitando o olhar — Não foi você quem... — Rapidamente olhou para Maria Clara sem esconder o interesse pela pequena, que seguia totalmente alheia a situação do reencontro.

Arthur: Oi Carla! — Deixei claro que também a conhecia — Sou Arthur Picoli, nos conhecemos há sete anos. 

Karla: Vocês dois se casaram, pelo que vejo — Cruzou os braços sem esconder a surpresa. A situação era mesmo incomum.

Carla: Sim, nos casamos... Acredita? — ela explicou com alegria — Essas são nossas filhas. Maria Clara e Maria Ísis.

Os olhos da moça foram de uma para a outra. Maria Clara estava desinteressada no rumo da conversa, preocupada demais com sua dor de garganta e injeção. Maria Ísis dormia agarrada a blusa de Carla.

Karla: Maria Clara. — A ruiva sussurrou o nome com os olhos claros fixos em Maria Clara. — Ela é mesmo muito linda. Se parece demais com você, Arthur.

Arthur: É o que todos dizem... — A abracei com mais carinho.

Karla: Sempre desconfiei que toda aquela confusão tinha um propósito, sabe? — A outra Carla dizia com um sorriso pequeno — Nada acontece por acaso, mas me perguntei durante muitos anos porque um erro tão banal foi acontecer justo comigo, bem na minha vez de realizar o meu sonho... — Minha Carla e eu nos encaramos diante das palavras significativas — Agora vejo a resposta bem diante dos meus olhos... 

Arthur: Também sempre acreditei em destino, Carla — Respondi seguramente — E me fiz a mesma pergunta durante muito tempo.

Carla: Você conseguiu...? — Minha Carla apontou para a barriga dela discretamente e a moça ruiva negou com um aceno. Sua face demonstrava a tristeza do fracasso e minha Carla empalideceu.

Karla:. Existem sonhos que simplesmente não se realizam, Carla. Não existe uma explicação, apenas que nenhuma das minhas tentativas de me tornar mãe vingaram. Nunca obtive sucesso e desisti de tentar — Aquela afirmativa deixava claro que Maria Clara, se tivesse sido inseminada naquela mulher, não existiria naquele momento — Mas já compreendi que o meu destino não é ser mãe e está tudo bem — Vi no rosto de Carla a tensão — Fico imensamente feliz que tenham formado uma família tão bonita com suas meninas.

Carla: Obrigada Carla — Minha Carla segurou na mão da ruiva — Obrigada mesmo!

Quando a mulher foi embora, Carla se virou para mim com os olhos marejados e suspirou olhando o rostinho de Maria Ísis em seus braços.

Carla: Existem coisas que não são nossos sonhos, mas acontecem... — Sorriu para a bebê dormindo — E se tornam muito melhores do que todas as expectativas.  

Arthur: Sei bem como é — Beijei o topo da cabeça de Maria Clara — Não era um sonho, mas se tornou muito melhor do que qualquer um deles.

Carla: Não me imagino em um mundo no qual não sou mãe de minhas meninas — Afirmou com emoção — Muito menos um mundo onde não estou ao seu lado. — Nos beijamos com carinho em meio as afirmativas apaixonadas.

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O Secretário. Où les histoires vivent. Découvrez maintenant