Capítulo 128 :

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Dias Depois!

Maria Clara: Ha! Que coisa mais linda vovó... — segurou em suas mãos pequenas um casaquinho de lã, lilás claro — É tão bonitinho... E pequenininho... A Maria Ísis vai ficar lindinha aqui dentro! Mas ela vai caber vó? Parece não caber nem em uma boneca! — olhou minha sogra com carinha confusa, ainda olhando o casaquinho.

Beatriz: Vai meu amor, a sua irmã vai caber perfeitamente aí. Bebês são pequeninos, querida... Garanto. — olhou novamente ao redor com a mão no peito. Suspirava sozinha enquanto obtinha uma visão total do quarto de bebê que montamos em nossa casa nova... Cheirava novo. Era praticamente mágico — Ficou tão maravilhoso esse quarto... Parece aqueles de filme! Não é lindo Maria?

Maria Clara: É sim vovó. A Ísis vai adorar! — Ela levou o casaquinho até o berço e colocou-o dentro do mesmo.

Observando as duas, tive um deslumbre momentâneo e, logo em seguida, um grande choque de realidade! Cinco meses de gestação. Uma casa prontinha. Um dia para meu casamento!

Passou tão rapidamente aos meus olhos que nem sequer notei os dias voando! Minha barriga tomava proporções elevadas, arredondando-se e estendendo-se mais a cada minuto para abrigar minha pequena. Maria Ísis estava cada vez maior, não parava de se mexer e rendia um grande mau humor! Arthur, pobrezinho, desdobrava-se para me acalmar e me controlar, pois a Delux toda já não aguentava mais meus surtos de louca. Além de me fazer comer toda hora, ir ao banheiro todo minuto e querer socar o mundo todo, estava sendo tão gostoso abrigar aquela menininha dentro de mim! Era a sensação mais inexplicável do mundo sentir aqueles espasmos, os movimentos dela... A mãozinha de Maria Clara espalmada na superfície branca de minha barriga para poder tocar a irmã que aguardava com tanta ansiedade era impagável. Aquele brilho nos olhinhos verdes parecia ser o de um anjo esperando outro. Minha sogra, minhas cunhadas, Pedro, meus pais e os empregados da Delux, mesmo ficando loucos adoravam paparicar a neném que ainda nem sequer colocaram seus olhinhos no mundo.

E Arthur... O que dizer?
Um tanto desajeitado, sem experiência com bebê e um pouquinho tímido, mas estava fazendo o possível para aprender. Mesmo sem ter ideia do que acontecia em uma gravidez, do que eu sentia realmente, punha-se à minha disposição cem por cento do tempo e queria sempre estar ao meu lado em cada suspiro, dor, chute, estresse e felicidade. Sabia quando deveria ser distante e quando deveria estar por perto... Sorria tanto para aquele bebê, tocava tanto em minha barriga e cantarolava musiquinhas doces para sua princesinha... Ele mesmo recitava sua melodia, olhava em meus olhos como se não acreditasse que imersa em meu corpo havia uma coisa que juntos criamos num momento de pura paixão. Que ali estava nossa Maria Ísis, aquela coisinha que chutava sua boca toda vez que se abaixava para beijá-la protegida em seu mundo particular.

Arthur era tão bom, íntegro e puro que a cada minuto minha decisão se tornava mais segura, principalmente quando o via junto a Maria Clara. Agora a baixinha só grudava nele, um tanto enciumada com a ligação inexplicável existente entre mim e Ísis. Mesmo que amasse as duas igualmente, sem uma vírgula de diferença, Maria Ísis estava dentro de mim e cem por cento do meu tempo era junto dela! Mesmo que inconsciente, sem intenção de provocar diferenças, meu mundo estava mais em Ísis do que em mim, tudo girava ao redor do que ela me fazia sentir, do que ela queria e do que eu deveria fazer para satisfazê-la agora. Era possível ver que Maria Clara amava a irmã, mas estava encucada com a divisão, sem entender que Ísis e eu dividíamos um corpo naquele momento. Eu não a culpava por querer ligar-se a Arthur mais do que a mim, pelo contrário, apoiava e incentivava. Se era assim que se sentia feliz, Maria Clara deveria fazê-lo enquanto essa fase não passava.

Não havia como ser um pai melhor, mas Arthur fazia questão de se superar a cada dia, me mostrando que dizer sim a ele era mesmo o caminho certo, que podia ser o melhor homem do mundo e o melhor pai para minhas meninas. E ali estava... Amanhã! Meu casamento... Nosso casamento! Amanhã seriamos um só, teríamos uma família, moraríamos juntos... Seria tudo diferente! Essa casa que agora eu visitava seria o templo de nós quatro, o lugar onde criaremos nossas meninas e faríamos de tudo para sermos felizes e fazê-las bem. A ansiedade era tanta, a expectativa... Eu queria tanto fazer ser perfeito, fazer dar certo... Ser para sempre!

O Secretário. Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz