Capítulo 46 :

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Carla: A festa na boate foi um erro... — me virei levemente em direção a ele, meio que falando baixo — Você, mais do que ninguém sabe disso, assim como sabe do ódio que eles têm de mim.

Arthur: Você é quem odeia eles. Após te conhecerem melhor vão saber que tudo isso é só uma máscara — Ele estava sussurrando para mim também. Em minha visão periférica, notei que Maria Clara e Beatriz conversam com Pedro baixinho — Deixa de ser boba! Vamos sim...

Carla: Não tenho cara pra isso — insisti já um pouco persuadida, começando a pensar em como seria. A ideia não me agradava muito — E imagina o que falariam de nós! Porque vamos ficar, bem... — corei um pouco — Juntos lá.

Arthur: Está vendo? Vamos ficar juntos! Não tem que ter medo de nada! — afagou minha mão novamente, o olhar gentil — Não ligo para o que dizem, e até onde sei você também não... Deixa que falem... Porque é isso que vai acontecer quando realmente ficarmos juntos.

Pensei em várias coisas para responder sobre a última frase. Talvez que nunca iriamos ficar juntos ou coisa parecida, mas não me pareceu ser o mais sensato.

Maria Clara: E ai? Nós vamos? — a olhei sentada no colo de Beatriz com a carinha pidona, os olhos verdes brilhando na luz da sala. Estava com a carinha suja de bolo, tão fofinha... Suspirei e fechei os olhos.

Carla: Ok! Nós vamos!

[...]

Arthur: Minha mãe adorou te conhecer –— Maria Clara estava dormindo dentro do carro. Ele havia acabado de colocá-la lá para mim — Disse que é do mesmo jeito que imaginava.

Carla: Não quero nem saber como me imaginava! —,sorri cruzando os braços — Se for pelo que você disse sobre mim, vixi...

Arthur: Exatamente! Falei apenas coisas boas, se quer saber... — encostou-se ao meu carro e ficou me encarando do jeito que me irritava. Sem desviar os olhos de minha face, fixamente, como se fosse a coisa mais linda que existisse no mundo — Vai esmo com a gente?

Carla: Vou né — dei de ombros e ele chegou mais perto, passando um braço ao redor de mim — Se não a Maria Clara me joga da janela, sabe?

Arthur: Eu ajudo, sabe por quê? — ergui uma sobrancelha — Chega de se isolar. É hora de tirar a imagem da poderosa e mostrar para eles quem você é.

Carla: Olha, não ligo para eles... — ergui minha mão e toquei seu rosto levemente, com a expressão nervosa, um tanto dura — A única pessoa na Delux que realmente me importa é... — rodei os olhos e dei um tapinha em sua bochecha — Você.

Arthur: Eu? — ironizou e piscou.

Carla: Claro! Quem mais? — estávamos perto demais. Os rostos a centímetros de distancia e havia um clima rolando ali. Opa! Percebi que ia me beijar e desviei o rosto — Pode parar ai mesmo, porque sua mãe deve estar olhando e não te dei liberdade para isso... — fechou os olhos e se afastou com cara de droga!

Arthur: Então para de agir como se houvesse me dado... — sugeriu com a mão ainda em minha cintura. Sorri e neguei.

Carla: Não agi como se houvesse dado! Quando eu  agir, saberá! — me inclinei e beijei seu rosto — Pronto. Um beijo. Vale?

Arthur: Melhor do que nada. Posso dar um também? — assenti e virei à bochecha pra ele, que fez questão de beijar de cantinho, quase em minha boca. O olhei com ironia quando se afastou.

Carla: Ok. Por hoje é só! — me afastei devagar — Até amanhã rei da persuasão — pisquei.

Arthur: Até amanhã minha Rainha — eu ri disse até entrar no carro. E depois. E depois. E novamente...

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O Secretário. Where stories live. Discover now