Capítulo 127 :

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Marcelo: Ora veja só, minha Rainha está mais doce do que nunca! — abriu os braços e veio em minha direção – Como vai querida?

Nos abraçamos por dois segundos e vi, pela visão periférica, Arthur olhando um tanto enciumado. Quase ri disso! Como Arthur poderia ser tão bobo para ficar com ciúmes de Marcelo se era nitidamente que ele era gay?

Carla: Muito bem Marcelo, obrigada! E você?

Marcelo: Bem também... Deixe-me ver... — olhou minha barriga como todos faziam. Tocou brevemente — Oh, meus parabéns aos dois! — olhou para Arthur também — Um bebê forte a caminho! Devem estar orgulhosos...

Arthur: Muito... Obrigado — respondeu inseguro, levantando de sua mesa e aproximando-se para parar ao lado de minha mesa e pegar algo. Na verdade era uma desculpa para me rodear... Sentei-me em minha cadeira e Marcelo sentou-se em frente a mim. Arthur voltou ao seu posto.

Carla: A que devo a honra de sua visita ao Império Marcelo? — questionei encarando-o com certa imposição. Nem mesmo Marcelo estava livre de minha ira de grávida.

Marcelo: Bom... Basicamente vim te ver pessoalmente e agradecer por isso. — tirou um convite de casamento do bolso e me mostrou. Imediatamente reconheci ser o meu e de Arthur.

Carla: Ah... O casamento. Já recebeu o seu então... — suspirei, de repente, sentindo certo desconforto — Que bom que veio. É melhor falarmos sobre isso.

Marcelo: Pois é... Porém, devo saber até quando te terei à minha disposição Rainha. Pretende parar aos sete meses como prevejo?

Carla: De jeito nenhum! — praticamente gritei, ajeitando-me na cadeira — Vou trabalhar até o dia em que nascer Marcelo, nada mais, nada menos! Depois tiro uns quatro ou cinco meses de licença para ficar com minha filha e acabou. Não posso me dar ao luxo de ficar muito tempo longe...

Marcelo: Tem certeza disso? — vi Arthur ficar irritado. Simplesmente repudiava minha ideia de trabalhar até os nove meses, por ele eu pararia agora mesmo e ficava até a bebê fazer um ano em casa coçando.

Carla: Cem por cento. — garanti — Maria Clara ficou na creche depois dos cinco meses, Ísis também vai ficar.

Marcelo: Oh... É outra menina?

Carla: Sim. Menina. — irritada, fui direito ao ponto — Bom Marcelo, sei que não veio aqui só para perguntar sobre meu bebê. Vamos direto ao ponto... Pretende demitir a mim ou ao Arthur? Porque logo vou falando... Se ele sair eu também saio. — Arthur me olhou assustado! Quase ri de sua expressão. Acho que sempre o surpreendia minha capacidade de falar as coisas na lata, sem rodeios. Marcelo também estava sem palavras.

Marcelo: Bom Carla, não é assim que funciona. Não pretendo demitir nenhum dos dois, a não ser que queiram mudar de sede por conta da convivência ou sei lá. Queria exatamente saber se estão bem com a posição, se o casamento e o bebê não serão motivos que levarão ao excesso de convivência... Sabe como é. Entende-me? Não pretendo demitir nenhum dos dois. — explicou calmamente — O que me diz?

Carla: Acredito que tem total razão sobre a convivência, porém, até hoje não tivemos qualquer problema em conciliar nossa filha e nosso namoro... Acredito que com o casamento e a chegada do bebê o processo se repetirá. Te dou minha palavra de que nada vai interferir na produção da Delux. — Marcelo sorriu.

Marcelo: Sendo assim... Posso ficar mais tranquilo. — ajeitou-se na cadeira — Não seria de modo algum benéfico mandar minha Rainha e seu mais fiel súdito para a concorrência. — piscou e sorri vitoriosa — Pois bem... Vim falar sobre a última coleção também... Adorei os modelos! Meus parabéns querida, como sempre e... — seguimos conversando e vi Arthur sorrindo de lado.

[...]

Ótimo! Marcelo não estava irritado, nosso emprego garantido, porém... Meu mau humor ainda superava todas as expectativas!

Arthur: Meu Deus, você é maravilhosa... — comentou enquanto fechava o escritório na saída — Nunca pensei que iria chegar e falar tudo para o chefe como fez. Foi incrível.

Carla: Oh, vamos lá! — Abracei seu braço e seguimos em direção ao carro — Não foi tão maravilhoso assim... Apenas não poderia suportar se ele viesse falar algo sobre a gente... Ou sobre as meninas. Como assim enfiar nossa família no meio dos negócios? Sempre fomos tão corretos em relação a tudo...

Arthur: Você tem razão... — sussurrou ao meu lado enquanto o elevador descia. — Exceto aquela vez. — lhe dei uma cotovelada.

Carla: Sempre o homem da última palavra. Você tem razão. Está certa. Claro Carla! — Imitei sua voz grossa e ele riu de mim — Opa — foi no mesmo momento em que ri. Senti uma pontada na bexiga e levei a mão até minha barriga — Preciso fazer xixi.

Arthur: Ah... Agora? — olhou em volta e não havia muita coisa além do elevador — Mas você foi faz dez minutos!

Carla: Ela está sentada em cima da minha bexiga! Imagina alguém comprimindo sua bexiga, te dando uma tremenda dor e vontade de fazer xixi constante... — torceu os lábios com meu melodrama — Gostou disso querido?

Arthur: Lá embaixo tem banheiro, correto? — sorri vitoriosa.

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O Secretário. Where stories live. Discover now