Capítulo 56 :

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Por mais que fosse insano de entender, Arthur não encostou a mão em mim a noite toda. Ficou em seu ladinho da cama quieto, quase como se estivesse morto. Nem se movia, muito menos roncava, algo que me deixou sem armas para zoar com ele pela manhã. Demorei um tempo para dormir e fiquei olhando o rosto dele, estudando suas expressões. Seria muito fácil acordar ao lado dele todas as manhãs, dormir com ele todas as noites, aceitá-lo em minha vida. Foi aí que percebi que nunca tinha dormido assim com ninguém... Tão perto, numa cama de casal. Era uma experiência estranha, nova.

Sempre tive para mim que nosso lance era algo espiritual, sei lá, planejado pelo destino. Porque já se passaram tantos homens bonitos e talentosos pela Delux, mas nenhum me interessou tanto quanto ele. Claro, nenhum foi meu secretário, nenhum se meteu na minha vida como ele faz... Mas mesmo assim, não era apenas um romance. Era o romance. Será que Arthur gostava de mim com a mesma intensidade? Ou era apenas uma atração? O que nos une? Por que temos que ser tão um do outro? Por que, de alguma forma, tudo nos atrai? Tantas perguntas... E a resposta, algo me diz, está bem na minha cara... Algo tão obvio de se ver, mas tão difícil de ser interpretado.

Saí da cama e me troquei. Coloquei um biquíni rosa choque por baixo do short e da blusa, penteei o cabelo, mexi no celular e vi que era absolutamente tarde! Meio-dia... Quando saí do banheiro, Arthur estava sem camisa vasculhando a mala. Assim que me viu, se virou e sorriu coçando a cabeça, bocejando. Tão agradável era sua aparência de manhã... Cansado, mas renovado. O cabelo todo revirado, os olhos pequenos e a forma como espreguiçava... Tentei nem olhar.

(O biquíni que a Carla está)

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(O biquíni que a Carla está)

Carla: Boa tarde né — me encostei na porta do banheiro — Já são meio-dia, caramba... A Maria Clara deve estar precisando de mim.

Arthur: Relaxa, ela está com a minha mãe — deu de ombros — Ela cuida do Pedro desde que ele nasceu e... — me observou melhor — Você está bonita.

Carla: Ah, obrigada — respondi indiferente — Acho que já vou sair. Antes de você.

Arthur: Melhor assim. Ninguém vai suspeitar que dormimos juntos — usou tom de suspense ao parar do meu lado com a roupa que iria vestir nas mãos — Não foi tão ruim, foi? Eu ronco?

Carla: Não! — revirei os olhos — Você não ronca... — pisquei — Vai se trocar, anda...

Arthur passou por mim em seguida com um sorrisinho presunçoso. Entrou no banheiro e fechou a porta, pude ouvir o barulho da pia sendo ligada. Arrastei-me até a janela, afastando um milimetro a cortina. Mordi os lábios quando vi todo o pessoal reunido em volta da área da piscina, que era à vista de nossa janela. Thaís, Beto, Gustavo, Melanie, Vitória, algumas crianças que nunca vi na vida e algumas pessoas estranhas também, outros funcionários da Empresa, Gil do Vigor e Jean Pablo. Não estava tão cheio.

Maria Clara estava lá com Beatriz e Pedro. Parecia familiarizados com todos, os dois pequenos brincavam no chão com duas crianças estranhas, Beatriz conversava com Melanie e Gustavo. Apenas pensei em como Maria Clara era abusada e em como eu não queria sair dali sozinha, sem Arthur do meu lado para todos olharem pra ele, não só pra mim.

Arthur: Que foi? — perguntou quando bati na porta do banheiro — Estou nu — anunciou de forma engraçada. Apoiei-me na porta.

Carla: Não quero ir lá sozinha — falei um tanto envergonhada — Posso te esperar.

Arthur: Claro que pode... Dois minutos e já vamos.

Carla: Tá noivinha — ironizei ouvindo a risada dele dentro do banheiro e voltei para a cama.

Comecei a arrumá-la, esticando os lençóis e os travesseiros. Arthur saiu do banheiro todo gato, usando uma camiseta branca e uns desenhos, uma bermuda laranja, boné também alaranjado e chinelos e estava muito cheiroso. Colocou um óculos e se virou pra mim perguntando se estava bonito

 Colocou um óculos e se virou pra mim perguntando se estava bonito

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(Look do menino Picoli)

Carla: Apresentável — cruzei os braços.

Arthur: Acho que isso basta — deu de ombros — Está pronta?

Carla: Estou, vamos logo vai — abriu a porta do quarto pra mim e passei a sua frente.

Estava tudo vazio lá dentro, apenas podíamos ouvir o barulho das pessoas na piscina. Assim que nos viram, Maria Clara e Pedrinho correram em nossa direção. Maria Clara me abraçou pelas pernas e Pedro fez o mesmo com Arthur.

Maria Clara: Vocês demoraram heim? — comentou me olhando com a cabeça tombada para trás — Nós queremos ir na piscina! A vovó disse que só poderíamos ir se você me deixasse nadar.

Carla: Eu deixo só se você for com alguém grande, tipo seu amiguinho aqui — apontei para Arthur — Porque nós duas sabemos que a senhorita não sabe nadar!

Pedro: Ah, mas o tio Arthur vai com agente, não vai? — Pedro falava em tom de persuasão.

Arthur: Claro que vou — afirmou — Só precisam colocar a roupa pra nadar e... — o interromperam.

Gil: minha rainha! — olhei para frente e lá estava Gil, usando uma sunga de corações vermelhos e óculos escuros. Nunca percebi, mas ele era bem fortão — Querida, que bom te ver... Oh! Arthur — olhou-o de cima a baixo — Como vão?

Carla: Oi Gil — respondi sorrindo — Tudo bem e por aí? Aproveitando?

Gil: Ah, mas é claro... Olha, deixa eu te apresentar... — se virou em direção a piscina e chamou com a mão um cara morenão, sarado e com pinta de galã; estava com uma sunga colorida, um óculos de coração... Tinha uma tatuagem escrita Gil Amor Eterno no peito — Esse é o Jean Pablo, meu namorado.

Carla: Oh, muito prazer e...

Gil: Querido, essa é a Carla Diaz, minha patroa vulgo minha rainha — sorriu para mim — E esse é o bofe dela. Lindo e maravilhoso, Arthur — apontou para Arthur, e o cara até abaixou os olhos para olhar para ele.

Jean Pablo: Oh, muito prazer... — olhei para o casal à minha frente um tanto enciumada. Por que estavam secando Arthur? Já não bastava todas as garotas, agora eles também? Céus!

Arthur: Opa, prazer — se virou para mim — Vou levar as crianças para trocarem de roupa. Vamos comigo?

Carla: Claro, vamos — percebi sua vergonha e falta de tato para com a situação— Gil, querido, a gente já volta, ok meninos?

Gil: Claro minha rainha, estaremos aqui!

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