CIII

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Tinha chegado o dia da vinda de Dybala, e os dois tinha saído do treino mais cedo para recebê-lo. Embora não fosse comum receber adversários, ainda mais quando iriam jogar um contra o outro, não acharam que teria algum problema quanto a isso. Ainda mais porque, talvez, pudessem descobrir um pouco sobre suas jogadas. Isso podia não ser a coisa mais honesta do mundo a se fazer, mas estavam em desvantagem, mesmo que não um ponto em desespero.

- E se dermos muito na cara? -- Cris pensou, enquanto retornava com umas frutas cortadas e entregou a Léo, que agradeceu, enquanto o olhava. -- Bom, eu disfarço muito bem, e quanto a você?

- Não lembro de você ter feito um curso de teatro -- se atreveu a dizer e riu, tratando logo de se retratar, voltando a um semblante pensativo. -- Não podemos deixar transparecer. Não concordo no que fazemos, porém não iremos prejudicá-lo, certo? -- o viu concordar. -- Bom, e gostamos dele, então tudo certo.

Em meio às concordâncias, Paulo desembarcava nas terras francesas, falando ao telefone, enquanto acenava para alguns fãs que o esperavam ansiosos.

- Olá! -- sorriu largamente, acenando, antes de voltar a falar, ouvindo a reclamação do espanhol. -- Sese, eu vou ficar bem. Eles são meus amigos.

- Ninguém tem amigo nessa vida, não. Mas se quer ir e bater a cara, a escolha é sua. -- ouviu seu suspiro. -- Você quer parar de andar e me esperar?

Assim que Paulo parou do lado de fora em que tinha um carro o esperando, viu a figura de Ramos com apenas uma mochila nas costas se aproximar. O homem estava bastante elegante, se não fosse o argentino ter o convencido a ir, não o reconheceria. Dando um sorriso mínimo, eles adentraram o veículo se desvincilhando das câmeras. Lá dentro, enquanto iam, Sérgio retirou os óculos e respirou fundo passando a mão no cabelo recém cortado.

- Até que foi uma boa ideia esse corte -- falou consigo mesmo, se encarando no reflexo da janela.

- Ficou -- Paulo disse baixinho e virou o rosto para frente. -- Você tem certeza que está tudo bem ter vindo comigo?

- E me pergunta isso depois de ter quase me sequestrado da minha casa? -- semicerrou os olhos.

- Você não me deu opção... -- torceu os lábios.

Ramos ficou o encarando seriamente, tentando ler suas expressões e procurar sentido naquelas palavras. Olhando para frente, notou o motorista.

- Mi amigo, aumente essa música.

Ele disse pelo rádio que tinha o toque bem baixo. Obedecendo-o, o cara aumentou o bastante para impossibilitar que ouvisse sua conversa com clareza. Sérgio apertou um botão para subir a divisória entre a parte da frente e trás do veículo, os dando privacidade.

- Certo, por que faz questão de minha presença? -- cruzou os braços, se escorando lateralmente na porta, para olhá-lo melhor.

- An? -- Paulo não sabia o que responder para aquilo. -- Você é meu amigo, só por isso.

- Não sou não -- Ramos manteve sua atenção nele. -- Nunca fui, nunca sequer te dirigi à palavra antes de te conhecer realmente na casa do Cris. Diga-me, está óbvio, mas preciso de ser você a admitir isto, é pelo beijo?

Era. Dybala pensou. Ele não poderia ser tão direto assim, poderia? O que iria acontecer além daquilo? Já tinham extrapolado os limites. Dando um leve pigarro, Paulo respirou fundo, não querendo ser o único encurralado.

- E por que você aceita, se não é meu amigo? É só negar!

O viu rir.

- Eu fiz isso, você brotou na porta da minha casa do nada!

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora