XLII

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Ao ir para dentro de casa, Léo recebeu uma toalha limpa de Cristiano e foi tomar um banho. O moreno por sua vez ficou no quarto, mudando de canal até decidir que seria melhor eles descerem para a sala. Não tinha motivos para se esconderem, ainda mais dentro da própria casa.

Quando terminou o banho, Messi enrolou a toalha ao redor da cintura voltando para o quarto e, encontrando as roupas que tinha deixado para que usasse, em cima da cama, as vestiu. O português não estava mais no quarto, então não sabia se devia procurá-lo ou ficar lá, que era mais seguro que encontrar uma das duas e ficar envergonhado. Ele mal teve tempo de se sentar, quando ouviu baterem na porta e ficou indeciso se falaria algo ou não, mas optou por ir até ela, abrindo-a para dar de cara com o Cristianinho.

- Oi. -- sorriu.

- Oi, Messi. -- olhou para ele em expectativa. -- Meu pai mandou te chamar para jogar com a gente no PS5 que nos deram. Quer vir?

- Claro.

Ele sai, fechando a porta atrás de si. Era óbvio que não negaria um pedido de nenhum dos dois. O pequeno, então, pegou na mão do cara, o puxando para a sala. No caminho, o argentino deu um simples sorriso, achando genuíno o gesto até que chegaram, observando o maior no grande sofá com um controle nas mãos e a concentração toda no jogo que estava controlando. Se não fosse por Cris Júnior, ele ficaria parado em pé apenas o observando tão fixo no jogo e com a camisa em um dos ombros.

- Vamos esperar o papai terminar e joga comigo, está bem? -- ele se sentou no chão ao lado das pernas do pai, enquanto Léo se sentou no sofá perto dele.

- Sim, claro, vamos sim.

Ele sorri e olha para a televisão, vendo o maior driblar alguns homens da defesa que logo identificou como Sérgio Ramos e Marcelo, até marcar a rede, não dando tempo de Courtois pegar a bola. Erguendo a sobrancelha por notar o quão preciso aquilo era, Léo observa o personagem que também era o Cristiano no jogo comemorar mandando-os ficar em silêncio. Ele olha para o lado, notando sua expressão bem séria como se quisesse realizar isso e fosse uma forma de colocar seu desejo para fora, então pousou o olhar no chão, colocando a mão em seu antebraço.

- Quando os vermos de novo, é isso que vai acontecer. -- ouviu seu suspiro. -- Só não garanto que irá driblá-los, isso eu o ajudo.

Cristiano semicerrou os olhos ao ouvi-lo.

- Bom, você é melhor nos ataques, corre, é bem forte, hum, sabe que não falo isso à mal.

- É verdade. -- o menorzinho esticou o pescoço um pouco para trás, vendo os dois. -- Até eu consigo driblar, papai.

- Ah, bom, complô contra mim, pois então?! -- o português exclamou, nitidamente irritado, largando o controle.

O argentino e o filho se olharam. Ele realmente teria levado à sério. Cristianinho se esticou pegando o controle para colocar em outra partida e abraçou as pernas do homem.

- Mas você ainda é o melhor. -- comentou e logo se entreteu com o jogo novo que se iniciava.

Cris, ao ouvi-lo, sorriu de canto deixando sua raiva ir embora. Mas ao fundo, ele também queria que a outra pessoa ao seu lado admitisse. Messi sabia disso, então cruzou os braços aproximando um pouco o rosto.

- Sim, você é o melhor, amor. -- falou em um tom mínimo a última parte para que só o bronzeado ouvisse.

Um sorriso largo se forma em sua bela face e ele faz uma expressão convencida, balançando a cabeça a assentir com a confirmação. Logo o argentino escolheu um time para jogar contra o Cristianinho assim que pegou o outro controle, e os dois iniciaram a partida. Cris observava o jogo de ambos em silêncio, mas comentava algumas coisas vez ou outra, ganhando gritos de irritação do filho por o distrair, e risadas de Messi. Como já tinha passado do almoço, quase na hora do lanche, e a dona Maria ainda estava na casa de Cristiano, ela serviu tudo na mesa e andou até a sala de jogos em que estavam. A primeira vista, se assustou com a cena dos três. Seria possível que não teriam a mínima vergonha em ficarem juntos na presença do menino? Ao mesmo tempo em que pensava isso, também respirava fundo ao se lembrar de suas palavras aos dois. Tinha os deixado em paz com esse plano de ficarem juntos, não voltaria atrás. Se falaram para todos naquele almoço, é porque é algo que o filho julgava sério. Nunca conheceu ninguém, nem o viu trazer em casa uma pessoa em quem não confiava. Ela não podia os julgar, não queria, e não iria. Como mãe, devia proteger o filho, e vendo o sorriso de Cris e a alegria do neto em estar com eles, não podia evitar de se preocupar com as consequências de tanta aproximação, ao mesmo tempo que fazia bem, poderia trazer o mal.

- Crianças? -- a mulher chamou, fazendo os mais velhos a olharem. Léo logo larga o controle e se levanta, sem jeito. -- Eu fiz alguns lanches para nós. Não devem ter comido depois do jogo e do treino aí fora.

O argentino arregalou os olhos e se virou para o portuga que também estava surpreso pela mãe tê-los visto.

- Por que esta cara? Vocês não são discretos mesmo. -- ela diz um pouco lembrando de quando dormiram juntos e suspira, dando um mínimo sorriso para disfarçar. -- Vamos logo, devem estar com fome.

- Você perdeu, Messi! -- o Junior falou após ganhar já que o homem teria largado o controle e esquecido o jogo. -- Viu, pai. -- o menino sorri. -- Eu venci.

- Vi, sim. -- sorriu acompanhando. -- Mas não se gabe, eu também já o venci várias vezes. -- se levanta, enquanto o menino ficava revendo os lances e fica ao lado do menor. -- Acho melhor irmos comer. Vai ficar tudo bem. -- fala baixo para que só ele ouvisse.

- E se não? Ela parece não gostar muito de mim. -- começam a andar até o outro cômodo.

- Mas eu gosto, e não vou deixar que nada aconteça. -- olha para ele por alguns segundos antes de apoiar o braço em seus ombros e irem para a mesa.

Eles se sentaram junto à mãe de Cris que os serviu, dizendo o que fizeram pela manhã. Georgina estava fazendo compras com o mais novo, essa semana iria voltar para Itália com os meninos. A mãe fez alguns exercícios levando um dos filhos menores, enquanto o mais velho ficou em casa assistindo desenhos. Lionel a ouvia falar, só que não tinha coragem para erguer o olhar para a mesma, então apenas se permitiu comer as frutas e beber do café preparado por ela.

- Bom, como está sua família, Messi? -- dona Maria questiona e o faz parar de comer para pensar no que falaria.

CR7 também tinha parado o que fazia para ouvir o que iria ser dito. Ele nunca tinha o ouvido dizer sobre a família, nem como e onde estão, não sabia nem ao menos se Lionel quisesse falar sobre eles, além do que disse naquele dia em que admitiu que o amava. Grande parte era sua culpa, nunca o havia questionado, mas por que não fala nada?

- Eles estão bem. -- olha para o prato. -- Preferem ficar na Argentina, às vezes iam me visitar quando eu estava no Barcelona ainda, mas estão por lá com o restante da minha família.

- Você costuma vê-los bastante? -- a mulher pergunta, interessada em saber.

- Não, infelizmente não. Fico muito ocupado com a minha cabeça no futebol que raramente consigo um momento com eles. An... Mas nos falamos por ligações. Quero ir por lá alguma hora. Tenho saudades do meu país. -- dá um gole no café, depois do que disse.

- Entendo. É bom que vá mesmo, família sempre tem que vir em primeiro lugar. -- ela dá uma olhada para Cristiano que mantinha sua atenção no menor. -- Eles sabem sobre vocês?

Aquela pergunta tinha pego Lionel desprevenido, e o outro também já que não teria pensado nisso até o momento e queria saber. Eles esperaram um pouco pela resposta de Léo que não vinha. O homem estava perdido no que falaria, não queria magoá-lo. Respirando fundo, ele olha para ambos rapidamente.

- Não.. -- admite parando de comer, e deixando a xícara de volta a mesa. -- .. E não podem saber. Não entenderiam, eu não tenho a coragem do Cris, então não podem saber mesmo. Ao menos, por agora.

Enquanto torcia os lábios após o que foi dito, o português apenas balançou a cabeça, focalizando em seu próprio prato sem dizer uma palavra.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora