LXXXIV

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Um museu não era um local tão interessante do qual estavam acostumados, mas costumavam ir para esse lugar aproveitando que era um dos poucos em Madrid que, normalmente, os moradores não iam tanto, e os davam um tipo de paz. Algo que era difícil de se encontrar com seus rostos estampados em todos os lugares. Keylor ria de uma pintura que viu ser estranha até que se virou para comentar com os dois, os vendo falar algo para um dos pequenos, recriminando em algo. Olhando para o outro canto, viu Dybala e Ramos andando em um corredor do lado e ficou sem entender nada.

- Eu preciso de uma namorada e novos amigos mesmo -- ergueu a sobrancelha, observando que sobrava.

- O quê? -- Cris questionou depois de deixar eles andarem um pouco. -- Não derrubem nada! -- ordenou.

- Complicado essa tarefa. -- Messi riu baixo, os olhando correr e tropeçar várias vezes.

- Vocês parecem um casal de velhos -- o goleiro comentou, olhando para uma estátua.

- Por quê? -- ouviu o amigo, um tanto ofendido.

- Não sei, só parecem. -- não liga muito, continuando a andar.

- O que seria um casal de novos para você?

O seguiu, cismado com isso. Messi não se importou muito, focando nas obras que considerou serem bem bonitas. Antes que pudesse responder, eles viram quando o espanhol e o argentino pararam em frente a uma estátua meio grande. Falaram algumas coisas antes do menor se virar pegando uma caneta, o tatuado o segurou, erguendo-o e o mesmo escreveu alguma coisa rapidamente antes de ser posto ao chão. Ambos saíram em passos ligeiros de lá. Cristiano cruzou os braços, e Navas riu levemente.

- É um bom exemplo, se quer saber.

Eles continuaram a andar até que resolveram sair para verem outros lugares. Não tinham tantas opções, então tiveram que usar os carros para poderem ir. Dybala optou por ir de moto com Sérgio, mas parou, pensando que não era bem uma boa opção, enquanto o via retirar um capacete reserva de lá e entregá-lo.

- É... Você tem certeza que sabe pilotar isso?

O homem o olhou, não acreditando no que ouvira.

- Não, não. Não sei, tenho ela só para exibir, a arrasto para onde vou, no lugar de pilotá-la. -- revirou os olhos.

- Vai começar a ser chato de novo? -- tentou colocar o capacete.

- Sim, o que vai fazer? Reclamar? -- o vê tentar travar e o puxa para perto, ajeitando-o. -- Pronto.

Ele passou a chave na ignição e o esperou subir antes de saírem de lá. Já era noite, em frente ao hotel em que Cristiano estava hospedado tinha uma praia, sendo assim resolveram ficar por lá. Sentando-se na areia perto do carro em que os filhos cochilavam, Messi se escorou para trás, observando o barulho das ondas leves que atingiam a cada minuto. Cris estava um pouco longe, falando algumas coisas com Navas.

- Eu não entendo, você ficou bravo lá depois de eu falar sobre ser reverendo.

- Não era para ter contado! É segredo. -- o português se abaixou, sentando-se na areia.

- Mas se é algo meu, por que seria segredo? Não aguento mais guardar nada de vocês.

- Porque...

Começou a falar mais logo parou. Respirando fundo, ele virou-se um pouco, indicando Léo que estava perdido em seus pensamentos, encarando a água. Keylor acompanhou seu raciocínio e arregalou os olhos, em choque.

- VOCÊ VAI PEDIR...

O português o empurra para que calasse a boca.

- Quer um microfone logo? -- perguntou com raiva, logo se levantando e batendo na calça para retirar a areia.

Era sorte do gajo que Messi, quando ficava assim, perdia o rumo do que acontecia ao redor, então nem se atentou a isso.

- Foi mal -- o cara se levantou também. -- Mas você vai. -- o vê ficar quieto, olhando para o lado. -- Vai? Dios... Parabéns!

O puxa para um abraço. Ótimo, assim poderia disfarçar melhor. Dessa vez, Léo levantou o olhar, percebendo a cena e ficou confuso, sentindo um leve incômodo.

- Ok, agradeço. -- o bronzeado desfaz o abraço. -- Mas poderia fazer mais sigilo em relação a isto, sim?

- Claro, sem problemas! -- ele sorriu malicioso e olhou para Messi que estava sério. -- Hum, acho que deveria ir lá. Não me parece muito feliz.

Seguindo o conselho, o maior se dirigiu ao outro que tinha voltado a seu semblante normal, se sentando ao lado.

- Tudo bem?

- Uhum. -- torceu os lábios.

- O que foi, de verdade?

- Nada, só tenho a sensação de que está me escondendo algo. -- ouviu o celular tocar e leu algo no visor antes de encerrar a chamada. -- Foi engano. -- se antecipou antes que pudesse ser interrogado.

- Certo. Olha, só disse algo com ele, nada de importante. Ok?

O viu assentir e logo o celular tocou novamente. Respirando fundo, o cara se levantou, pedindo licença e afastou-se bem, atendendo a ligação.

- O que você quer? -- disse nervoso quando atendeu.

Depois de algum tempo na ligação, Messi retornou um pouco irritado e parou perto, chamando um motorista de aplicativo.

- Eu vou voltar para o hotel onde os outros estão, ok? Até amanhã.

Se aproximou, dando um beijo rápido em sua bochecha e andou até o carro que acabou de chegar. Cristiano não teve muito tempo de reação. Estava confuso, óbvio, ele tinha recebido uma ligação, e em seguida, saiu. Se levantando, despediu-se de Navas que também ia embora, para o mesmo hotel, inclusive, então se perguntou o porquê do argentino não ter ido com ele. Acordando Cristianinho para o ajudar com os outros pequenos, os mesmos se dirigiram ao hotel.

Por sua vez, Sérgio tinha cortado o caminho do qual os outros fizeram e parou um pouco longe de ali. Ele pagou duas cervejas e deu uma ao baixinho, se encostando novamente na moto.

- Você está bem? -- Paulo perguntou, depois de dar um gole na bebida. -- Eu... tinha que ter te perguntado se queria sair hoje. Deve estar cansado do jogo.

- Não estou 100%. Corri o jogo todo com acréscimos, prorrogações, pênaltis... Diferente dos outros que nem tiveram um pingo de suor. -- ele bufa, voltando a beber.

- Entendo, mas você fez uma boa partida. Ficou bem tranquilo, o que foi estranho.

Comentou, o que fez o maior rir. Enquanto conversavam perto do bar, viram quando um carro parou e Neymar desceu dele, do outro lado da rua.

- Ah, não. Já não basta ter que ficar andando com aqueles dois... -- Ramos se levantou, jogando a lata no lixo.

- O quê?

Acompanhou seu foco, percebendo o brasileiro ali. Se incomodando um pouco, ele se levantou também, ainda bebendo já que não era rápido nisso.

- Eu deveria ir lá e continuar a quebrar a cara dele.

- Eu ajudo.

O menor se prontificou, o fazendo olhar torto. Teria ouvido direito?

- Bom, vocês todos bateram nele. Menos eu, é injusto, não?!

Fazia sentido. Contudo, não deu para responder, quando viram um outro carro agora parar perto do brasileiro. Ficando em silêncio, os dois viram quando Messi desceu do veículo, encarando sério o ex-amigo.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora