XLV

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Fazer o tipo ciumento não condiz com a conduta de Lionel. Ele não queria brigar com ninguém por algo, nunca fez questão. Se queriam alguma coisa sua, podiam pegar, não iria se mover ou brigar desnecessariamente. Mas aquilo não era desnecessário. Não precisava ser um gênio para saber que estavam querendo roubá-lo de si. Só não sabia o que poderia fazer para impedir. E não teve muito tempo para pensar, já que os dois conversavam na sala.

- Te acordei? -- o homem fechou a porta, e ouviu a pergunta. -- Não, eu... estou bem.

A mulher ergue a sobrancelha não convencida e se levanta, fechando o robe e cruzando os braços.

- Por mais que não estejamos juntos, eu ainda me importo com você. Sei que não devia. Você não presta. -- diz sincera.

O argentino revirou os olhos a ouvindo escondido, e Cristiano respirou fundo, colocando as mãos na cintura.

- E que mais? Vamos. É pouco, estou sendo muito bem visto por todos, ultimamente. -- ele fala com ironia, passando pela mesma, mas ela o para, segurando em seu braço.

- Espera. -- o vira para ela. -- Não quis dizer isso, é só... está bem recente, sabe? -- a moça olhou ao redor sem saber o que fazer. -- Ainda não o esqueci. Sempre que estamos juntos me pergunto o motivo de não ter dado certo. Temos uma família tão grande, uma história, minha carreira em parte foi realizada pela sua ajuda, e tenho tanto sentimento por você que é difícil saber que fui trocada por um cara.

O português já não queria saber daquele assunto. Estava cansado, só queria deitar naquela cama, e descansar ao lado do cara que gostava, apesar de ter sido depreciado pelo mesmo.

- Mas não foi trocada por nada. Não estamos juntos faz tempos. Sabes bem disto. -- fica tentando acabar o assunto.

- Eu sei. Mas por que ele? Eu sei que é um bom rapaz, muito fofo, sério, um ótimo jogador. Só que não faz sentido algum.

- É, não faz mesmo. Só que se nem tu sabes, imagine eu. -- ele volta a andar quando ela o solta, e vai até a cozinha, pegando uma garrafa de água, enquanto a mulher o aguarda sair.

Lionel olha novamente para baixo, observando a mulher até que o outro voltasse. Estava sendo ridículo em se preocupar com isso, sabia que Cristiano não iria deixar que prosseguissem, confiava nele. E não deveria estar espionando-os, estava agindo como um maluco. Assim que pensa em sair, Georgina se aproxima novamente.

- Cris... -- ela respira fundo e coloca as mãos nos ombros do bronzeado que tinha voltado da cozinha e mantinha a garrafa de água em uma das mãos. --... Ainda te amo.

E aquilo tinha sido o suficiente para que Messi saísse de lá. Ele não queria ter feito barulho, mas mesmo assim ambos se viraram quando saiu, ouvindo seus passos. A mulher arregala os olhos percebendo que tinha sido pega e vira o rosto na direção do outro que tirava suas mãos de forma abrupta dos ombros, subindo mais que depressa de volta ao quarto. Assim que chega, o argentino pegou suas roupas que chegou na casa e tinham sido lavadas, ainda a secar, e as vestiu rapidamente. Só que não foi tão veloz o bastante para que estivesse pronto antes que Cristiano entrasse, se deparando com o mesmo a terminar de se arrumar.

- Léo. -- se aproximou.

- Me deixa em paz. -- desviou dele pegando seus pertences e colocando no bolso.

- Não! Léo, me escuta! -- vai atrás assim que o viu sair do quarto.

- Está tudo bem, eu que atrapalho tudo. -- diz em passos rápidos e desce os degraus praticamente os saltando.

- Tudo?! -- o seguiu, e teve que correr para puxá-lo de volta para si antes que conseguisse chegar na porta. -- Léo, eu não fiz nada! Você entendeu tudo errado. -- o mantém preso perto dele, e o mesmo tenta se soltar.

- Desculpe, eu não entendi o que um "te amo" quer dizer? Sério?

- Sim, não entendeu a parte em que eu amo só você, não importa o que ela diga!

- É o que você diz, mas isso sempre vai acontecer. Por que não vai ficar lá com ela? Já facilitaria muito, sendo que é a mãe dos seus filhos e a preferida da sua mãe! -- em um surto momentâneo, o empurrou com força, fazendo o português ir para trás, tropeçando. Se não fosse por ter se segurado, teria caído por ter sido pego desprevenido. -- Por que está insistindo? Essa é sua vida!

O camisa 7 o olha incrédulo por tê-lo empurrado, sentia tristeza e raiva novamente, enquanto o outro pareceu estar ciente do que fez já que sua expressão mudou por completo.

- Não, eu não queria, não. Cris, me desculpa. -- tentou se aproximar, desculpando-se pelas atitudes, mas foi a vez de Cristiano o manter afastado, usando apenas seu braço para o colocar longe.

- Esquece. Eu não faria isso com você, mas parece que não sou eu a pessoa ruim aqui. -- abre a porta, saindo da casa para não causar mais barulho lá dentro e acordar sua família.

O pequeno seguiu-o com o coração em disparada.

- Você não é! Sou eu mesmo. Desculpa, não devia ter falado aquilo de você, nem ter te empurrado, am... -- o interrompe.

- Não, nem pense em me chamar assim! -- vira para ele novamente, enfurecido. -- Sabe, a coisa mais gentil que me falaram até agora foi aquele "te amo" dela? Porque a pessoa que eu amo de verdade parece que não vê a hora de me colocar para baixo. O que pensou que eu iria fazer para me espionar, an? Trair-te?

- Por favor, não foi...

- Me diz, que amor é esse? Eu tive meu ego no campo afetado, então? Não sou eu mesmo que provo todos os dias que me importo com o futebol, o time, com minha família, minha mãe, meus filhos, até me enturmei com Neymar porque ele é importante para você, aguentei aquele Dí Maria sem arrebentá-lo, armei para estar em Paris, tudo isso para mostrar a importância que dou, principalmente, a pessoa mais ingrata que eu já vi: você? -- viu as lágrimas brotarem em sua face. -- E não se ponhas à chorar depois do que fizeste! Nunca pedi nada, nem reconhecimento, só que me respeitasse. Eu te coloco em primeiro todo dia! Tivemos um jogo horrível em campo hoje, fui ignorado mais uma vez, mas mesmo assim joguei isso de lado para focar em ti e te ajudar a treinar. Olha só, lhe trago aqui, apresento a todos, ninguém tinha minha confiança inteira a ponto de conhecê-los tanto quanto fez, tu sim, porque acreditei nisto. E o que ganho em troca? Eu durmo com um hater! Apenas isso. -- ele respirou fundo e passou a mão no rosto. -- Aliás, dormia. Agora, me interessa a distância.

No final de suas palavras, ele passou pelo outro que sentia as lágrimas queimarem sua face, se virando também, o vendo adentrar a casa. Não iria mais dizer nada, e também não precisava quando a porta lhe foi fechada. Só esperava, no fundo de si, que a porta fechada tenha sido apenas de sua casa, mas que ainda pudesse estar em seu coração. Contudo, não era assim que deveria acontecer. Cristiano subiu as escadas enfurecido e respirando fundo para não se render a nenhuma lágrima e foi para o quarto, passando longe da figura das duas mulheres que observavam sem ação ao que acabara de acontecer, desde que Gina saiu da sala, indo de encontro a mãe de Cris que estava fora do quarto. Léo, por sua vez, tentava reorganizar seus pensamentos e engolir o choro. Seu corpo apenas o levou de volta ao carro já que a mente tinha se desvairado. Ligando a chave na ignição, apenas escapou de lá o quanto antes seu coração fosse mais quebrado.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora