XXXVI

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Os dias que se seguiram passaram como se alguém tivesse segurado eles. Ambos estavam à beira do nervosismo, Léo sentia sua ansiedade consumi-lo, o que o impossibilitou de sequer dormir direito e estava mais imerso em seu próprio mundo que nunca. Não comia muita coisa, apenas tomava os remédios, tentava andar e tentava imaginar o que iria acontecer naquele sábado que teriam marcado. Cristiano por sua vez, tentava manter o foco em seu rendimento físico para conseguir mantê-lo em melhor estado, ao mesmo tempo em que tinha que dar atenção para a família. Desde aquele episódio, sua mãe estaria o evitando, e Georgina dirigia-lhe curtas palavras. Apenas os filhos realmente notavam sua presença naquela casa, mas era deles que retirava forças para aguentar tudo aquilo. Sentia que alguns jogadores lhe olhavam cochichando, porém disfarçavam se ele os questionava, então decidiu deixar para lá.

Entretanto, o dia do encontro deles tinha chegado. No momento, Cris estava na cozinha preparando uma comida, enquanto a irmã o instruía pelo facetime. Ele preparava uma receita de família que passava gerações, queria que a mãe o orientasse, porém entendeu que o melhor seria deixá-la em paz.

- Então quebres quatro ovos nesta travessa e mexas bem. -- a irmã dizia o observando fazer o que havia dito. -- Queria estar para ajudá-lo, certamente deve ser uma refeição especial. Não terias tanto trabalho à toa, huh?

O homem dá um sorriso de lado, mexendo na travessa do jeito que havia explicado.

- Bastante, e por isto pedi ajuda a melhor.

Levanta a cabeça dizendo um pouco aquilo com ironia e rindo em seguida. A mãe deles tinha ouvido algumas risadas e notado o filho estranho naquela semana. Não se surpreendeu, claro, ele deveria estar mesmo depois do que fez, porém era como se estivesse escondendo algo há mais, então decidiu espiar por si só. Aproximando -se da porta, a mulher abriu devagar, vendo o filho de costa e o celular em cima com a imagem da filha.

- Oi, mamãe! -- a mulher no vídeo a notou e sorriu, fazendo com que Cristiano se assustasse um pouco, e virasse para trás, a olhando também.

- Oi, meu amor. -- a mãe se aproximou, cruzando os braços, olhando para a cena. -- O que está aprontando? -- pergunta para a filha, ignorando Cris que respirava fundo, virando-se para o outro lado, a continuar com os preparativos.

- Estou ajudando o meu irmão na comida que está a fazer. Ele não queria te incomodar.

- Estou vendo. -- a mulher suspira.

- Mãe, já que está aqui, avise a Georgina para se arrumar e se arrume também, estou fazendo um banquete para nós. -- diz sem a olhar.

- Algum motivo especial? Poderia mandar alguém fazer isso por você... Ou é algo além do que está falando? -- a mãe pergunta desconfiada.

- Creio ser melhor desligar. Falo com vocês depois. Cris, se tiver alguma dúvida, estou aqui. Amo-vos! -- a irmã desliga a chamada percebendo o clima.

- Só faz isso, por favor. Os meninos eu arrumo.

Ela fica o olhando por algum tempo. Tinha medo do que seu próximo questionamento teria como resposta, então apenas olhou para o chão antes de afirmar com a cabeça.

- Certo. -- ela se vira preparando para sair da cozinha. -- Antes que eu me esqueça, se quiseres fazer o bacalhau de molho, terás que abaixar este fogo ou o caldo não engrossará.

A mãe comenta fechando a porta atrás de si. Ela tinha um palpite forte sobre o que seria, então tentava se acalmar de todas as formas. A felicidade de seu filho era a principal coisa para ela, só que é claro que não podia não deixar de achar tudo isso errado. Vai completamente contra o sentido da vida, do que acreditaram há anos, e não queria vê-lo pagar futuramente com isso, e nem que acabassem com a carreira. Em meio a esses pensamentos e com o coração apertado, dona Maria para em frente à porta que estaria sua ex-nora e bate na porta, a vendo abrir.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora