LXXII

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Para começo de tudo, Lionel tinha sumido. Não atendia o celular, muito menos estava no hotel, e não sabiam se tinha largado as coisas e ido para casa. Então Cristiano se encontrava sem saber para onde poderia procurá-lo. Ele entendia que o pequeno deveria querer um tempo sozinho, porém não conseguia dar essa solidão precisa, se preocupava se estava bem, se precisava de algo, se tinha ficado muito abalado com isso ou se tinha transformado em raiva. O camisa 7 não sabia, e esse não saber o matava. Só que não tinha nada que poderia fazer, então apenas se permitiu voltar ao hotel e desabar na cama. Tinha tanto o que fazer que nem sabia por onde começava, portanto ligou à mãe, pedindo para que saísse de casa com seus filhos. Ele não iria deixar que mais uma manipuladora fizesse o que bem entendesse com mais de sua família.

Os outros jogadores comentavam o acontecido. Não tinha nenhum funcionário que não sabia da briga e isso não demorou a chegar na imprensa, não sendo necessário que contassem. Eles, óbvio, noticiaram aquilo como água. Já Ramos tinha ido parar na enfermaria após a confusão. Tinha conseguido um corte na boca e alguns hematomas nos braços, nada graves, pois deixou bem piores no brasileiro. O cara tomava um líquido calmamente, enquanto Paulo o observava, sem saber o que falaria. Assim que a enfermeira terminou de cuidá-lo e passou algumas instruções para o mesmo, se retirou, indo atender mais um jogador machucado, dessa vez pelo jogo mesmo. O argentino aproveitou e o olhou.

- Você me confunde muito -- o vê erguer a sobrancelha e passar uma gaze no lábio, deixando o copo na mesa. -- Me ignorou o tempo todo, eu tinha te mandado o convite sem esperanças, e mesmo assim, veio.

- Eu também não sei. Não gosto de estar perto de você, sempre me meto em problemas... -- sorriu ao ver o quanto era irônico. --... Mas não é como se eu pudesse evitar isso. Só acontece. Isso me faz ser estranho?

Paulo nega com a cabeça e se aproxima, pegando a gaze de suas mãos para colocá-la ele mesmo na ferida do espanhol, com cuidado.

- Eu gosto de quando é estranho. -- o menor diz, quase em um sussurro.

O espanhol apenas fixou sua atenção nele, reparando naquele cuidado e no que fazia, se perdendo vez ou outra naquele azul bonito de seus olhos e nos lábios rosados e finos que se perguntou como seria bom machucá-los. Dybala já não tinha o que passar na região para o ajudar, nem sabia ao certo o que ele mesmo fazia já que estava próximo e podia jurar querer mais disso.

- Só do estranho? -- Sérgio lhe questionou, passando os braços em sua cintura, de forma possessiva.

- Não -- fez uma pausa -- De você todo.

Ergueu o olhar para o mesmo, vendo sua expressão que considerou altamente atraente antes de pular em cima do mesmo que o agarrou de imediato, beijando-o intensamente. Eles mal pararam para pensar no quão errado aquilo seria. Neymar era o cara que tanto perseguiam, Léo tinha sumido e não estava nada bem, tinham brigado no corredor, todos já sabiam, Sérgio tinha trocado socos com o traidor e o beijo fazia o machucado abrir mais, e Cristiano provavelmente iria querer retribuir o que o cara fez, em alto nível. Tinham muito o que pensar, além de ser dois homens e aquele ser um fator muito importante, só não queriam pelo desejo gritante que guardavam. Lambendo o sangue que lhe escorria pelo lábio do outro, Paulo o olhou enquanto seus rostos ainda estavam perto, sentindo o aperto forte que o outro o dava.

- Você tem uma tara interessante, baixinho -- olhou seu rosto avermelhado. -- E é tão excitante ao mesmo tempo que eu poderia comê-lo aqui e agora. -- respirou fundo para se conter, dando uns bons apertos no outro. -- Mas entendo se quiser ir ver seu amigo ou ficar sozinho mesmo.

- É, eu tenho -- permaneceu próximo, o olhando completamente perdido nele, passando o dedo em seus machucados, levemente. -- Mas não quero ficar só... Vem comigo?

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora