XLIX

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Quando chegou na casa, Dybala demorou alguns minutos no carro que Cris o emprestou durante sua estadia. Ele pegou o celular novamente e releu várias vezes a mesma matéria. Não era possível. Realmente, os seus dois amigos eram quem estavam procurando? Mas não teria dado tempo de já falarem tudo para a imprensa. Sabia que Paredes tinha saído do jogo e já ido buscar Maria para que se encontrassem. Teriam tido pouco tempo para agirem. Ele viu a ligação, mas não atenderam. Única coisa que sabia, é que queria sair o mais rápido possível de perto, então tinha inventado uma desculpa qualquer e foi embora. Agora que se encontrava na frente da casa do amigo, se perguntou até quando iria com esses planos. Se já sabiam. Se tinham mais malícia que ele em entender algo, porque não queria compreender algo tão ruim igual ao que talvez esteja acontecendo.

Respirando fundo, ele sai do carro e rapidamente toca a campainha da casa, sendo recebido pela mulher que abriu um sorriso simpático ao vê-lo, mas demonstrou um certo receio ao perceber sua palidez na face.

- Oi, Paulo! Bem vindo de volta. -- o deu espaço para passar. -- Está tudo bem? Parece apavorado.

- Estou... -- ele engoliu em seco. -- Eles estão lá em cima?

- Uhum. Pode ir, já levarei um lanche para vocês. Está quase perto do outro remédio do Cris mesmo. -- ela continua o olhando. -- Olha... Pode confiar em mim, se é amigo dele, é meu também, estou aqui se quiser desabafar algo.

O argentino não queria. Contudo, precisava.

- Eu... Você lembra de quando falaram aquelas coisas na imprensa? -- a viu assentir. -- Agora falaram mais coisas.

Dybala pôde jurar que a mulher, em um tom de pele bronzeado, foi tomada por um branco estranho. Ele ergueu a sobrancelha e deu uns passos para trás, se xingando mentalmente por ter falado. Não deveria. Sabia que ela poderia agir de uma forma mais exagerada por nutrir sentimentos pelo português. Fazia sentido, ele não poderia a culpar, mas mesmo assim.

- O que falaram? -- ela questionou, agora com a voz cheia de raiva. -- Mais um problema. Ótimo.

- Bom, está nas redes sociais, se der uma olhada, deve encontrar facilmente. Perdão, vejo que ficou abalada com isso, não deveria ter contado nada...

- Não, não. Tudo certo. Eu só estou um pouco preocupada de como ele vai reagir a mais isso... -- ela esfrega os dedos, virando o rosto para o lado antes de voltar a atenção nele. -- Paulo, eu confio em você, mas não posso dizer o mesmo daqueles dois, então, por favor, não deixe o Cris confiar cegamente neles. Prometa-me, sim?

O argentino arregalou os olhos, sem acreditar no que acabou de ouvir. Ela desconfiava deles? Por que confiava justamente em sua presença por ali? Ao mesmo tempo em que era levado por tais questionamentos, Ramos teria aberto a porta e, como não viu nada, disse que iria ao banheiro para não levantar suspeitas, e caminhou pelo corredor. Algo naquela casa não o dava confiança, então quando ouviu a voz daquele baixinho conversando com a mulher, parou próximo à escadaria, atento.

- Eu? Mas eles não são ruins. -- olhou para a escada. Dybala, na verdade, preferia sair correndo pela milésima vez no dia, que ficar a escutando e desconfiar de todos.

- Não? Eles fizeram muito mal ao Cris quando saiu de Madrid! -- ela olhou brevemente ao redor para checar se não estariam sido vistos ou ouvidos. -- Aquele todo tatuado, nunca passou uma entrevista que citassem Cristiano que ele não fizesse cara de desprezo ou mudasse de assunto. Depois ainda brigam em campo! Não entendo o motivo de ele estar aqui, mas não me contam mais nada. Quanto ao Marcelo, ele era o melhor amigo de Cris, hoje não passa de uma visita que não se sabe se pode confiar. Paulo, você é o único em quem acredito ser bom, porque foi gentil com ele desde o primeiro dia. Então, não deixem que façam de Cristiano o que querem. Não posso dizer isso eu mesma, sendo assim espero que você o faça. Tudo bem?

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora