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Não sabia até onde aquela mulher tinha escutado de sua fala, a única coisa que tinha raciocinado era o final de suas palavras. Então teve que ficar a olhando para ver se era aquilo mesmo, enquanto se afastava um pouco com a testa franzida. Ela fechou a porta e se dirigiu até o leito, o olhando de forma bem séria.

- Vamos, o que está a esperar? -- cruza os braços. -- Eu sabia que desde o momento em que ele te apresentou para nós que poderia ser o fim de sua carreira, mas foi bem pior do que pensava, foi quase o fim de sua vida!

- Mas eu não quis que ele sofresse isso. -- o homem a respondeu, se alterando  um pouco com o tom usado.

- Não é querer, é só que você foi o causador disso. Não poderia ter se limitado só a ficar sendo colega, também quis virar algo a mais, desviando-o da índole correta que a mãe o deu? Que exemplo daria para nossos filhos, an? -- ela gritou a última parte e respirou fundo, olhando para Cris e para Léo depois. -- Ele é muito precioso para mim, sabemos que te usou para me afetar, eu não quis fazer as vontades dele, então ele queria me ver maluca por causa disso. Essa não foi a primeira vez, Cristiano já saiu com mulheres de vários lugares apenas para me fazer voltar correndo para ele com ciúmes e fazer seus caprichos. Pois bem, eu faço pelo bem dos meus filhos e porque o amo, e esse amor supera tudo, está me ouvindo? -- o argentino a olha incrédulo com tudo aquilo. -- Apenas... Não faz sentido ele gostar de caras, se não o amasse, diria que ele só quer alguém para usar como apoio de seus troféus.

Lionel se manteve calado a ouvindo, mas fechou os olhos por míseros segundos antes de perder o controle.

- Então você tem coragem de falar isso enquanto ele está sem se defender, não é?! Que bela madre e ex dele você é! -- a vê arregalar os olhos prestes a retrucar, mas a impede, continuando a falar. -- Sua versão do Cris é diferente da que eu tenho, ele é incrível, você repete só o que pessoas mal informadas falam sobre. Não sei qual problema tem, passou anos da sua vida e da dele não o conhecendo, e ainda se acha no direito de vir exigir algo de mim?

- Eu não tenho que ficar aqui ouvindo essas...

- Tem sim, não ouviu o que você mesma disse? -- a encarou bem. -- Não ligo se não gosta de mim, mas ao menos o respeite, porque quando está com ele, você nunca teve coragem de falar o que pensa.

Georgina o olhou surpresa por ele falar essas coisas, já que sempre mostrou ser um cara bem calado. Mas ela não ia deixar que a afrontassem dessa maneira, não ia mesmo.

- Só estou falando isso para que saiba que é apenas mais um que está sendo usado por diversão dele. -- ela passa a mão no cabelo, jogando-o para trás. -- Diferente de você que provocou isso, eu vim o mais rápido que pude e a mãe dele não pode saber, então caso tenha desistido de estragar tudo, nem tente contar à ela. Agora se retire, por favor.

- Eu não vou sair.

- Como não? -- arregalou os olhos e se aproximou, descruzando os braços para colocar a mão em seu antebraço, o puxando. -- Sai! Sai agora!

- Não vou sair. -- continua no mesmo lugar, ignorando as puxadas.

- Ótimo, então. -- ela o solta e vai até a porta. -- Seguranças, retirem ele, por favor.

Os homens adentram, mas quando veem que se tratava de Léo param, olhando receosos.

- O quê? -- a mulher olha para eles por terem parado. -- Vamos, esse homem está atrapalhando o sossego do meu marido. Não quero ele aqui!

Lionel engoliu em seco ao ouvir o que ela disse e sorriu de forma forçada, olhando de Cris para a mesma, começando a andar. Ele iria sair enquanto fazia um gesto para que os seguranças continuem parados, mas antes para ao lado dela, olhando sua mão, como se procurasse a aliança.

- Confuso, uma esposa que nunca nem sequer foi pedida e mora em outro país.

Ele diz, abrindo a mão de seus modos, visto que raras vezes tinha tratado alguém com cinismo, e se pôs a sair. Iria dar um tempo até que ela se acalmasse e tivessem notícias, mas não pretendia sair de perto do português até ele estar bem de verdade. Messi apertou um botão que dava acesso ao elevador para que descesse, mas sente alguém o cutucar e, quando se vira, sente um tapa sendo desferido em sua face dado por aquela mulher que não levaria desaforo de ninguém, seja ele famoso ou anônimo, e principalmente, que fizesse o que ele fez.

- Nunca... Nunca queira ser o que não é, você nunca seria o amor do Cris, você não sou eu, e nunca seria, então caso pense em se safar com isso tudo e ficar do lado dele... -- a mesma mostra o celular do homem nas chamadas que recebeu antes do acidente. -- Coincidência, não?! Imagina que fim seria se soubessem que você o distraiu com suas inúmeras ligações enquanto dirigia? -- ela ergue a sobrancelha o encarando sem mostrar que falharia em cumprir a ameaça. -- Não precisamos ser gênios para deduzir que você o fez colidir o carro.

Assim que termina sua fala, a mulher guarda o celular na bolsa e se vira, voltando a entrar no quarto novamente, sem esperar qualquer reação. Bem no momento, o sinal que o elevador tinha chegado é ouvido, e ele apenas dá alguns passos para trás, engolindo a raiva, entrando e se escora olhando para frente, sem acreditar que tudo aquilo estaria acontecendo. A culpa não era dele. Georgina não podia estar certa. Mas então por que se sentia um monstro? Por mais que sentisse raiva, ele não queria a culpar. A mulher estava ferida e frustrada pelos dois juntos, e era desse jeito estranho que pretendia proteger o cara que ela ama e manter sua família do jeito que pensou, já que, tudo isso aconteceu, quando o argentino entrou em suas vidas. Só que mesmo tendo esse nível de empatia, sentia que era em vão, ninguém teria por ele, nem Léo mesmo teria por si. O que sabia era que tinha que fazer algo para que a mídia parasse de persegui-los e dar um pouco de descanso a ele. Era isso. Tinha que engolir sua vergonha e provar que merecia ser tratado com respeito por todos, e não sofrer insinuações, por mais verdadeiras que fossem. E, foi movido a esses pensamentos, que chamou alguns seguranças para ajudá-lo e andou até fora, onde estaria a imprensa.

Assim que chegou, os fãs gritaram e repórteres por perto se aproximaram, estendendo os microfones.

"- Léo, pode nos dar uma palavra?"
"- Como está Cristiano?"
"- A briga nos bastidores do PSG influenciaram sua vinda aqui?"

Ele tentou processar todos aqueles questionamentos, então, parado no meio deles, com os microfones em sua direção e seguranças ao redor, tentando à todo custo afastá-los de si, teve que falar.

- Bom, eu sei que as notícias até agora não foram boas. -- começou, ganhando alguns flashes em seu rosto. -- An, Cristiano está bem, está se recuperando. Eu não tive tanto tempo para saber mais detalhes já que está sob cuidados, e espero que fique bem logo. Quanto a essas brigas, acho que não é o momento de falar delas, mas também não é algo que afetaria nosso desempenho como time. Ainda estamos nos adaptando, levaria um certo tempo, só que não irá prejudicar em nada. Apenas nós expomos alguns pontos de vistas e, para ser sincero, não sei o porquê de ter tido essa repercussão toda. Vários jogadores brigam entre si uma hora e na outra ganham partidas com afinidade, não é problema nenhum. Foi só uma bobagem que ocasionou, nada tão alarmante que nem tentam vender. E eu sei que está repercutindo também a nossa saída naquele dia. Creio que deveriam achar bom, estamos nos aproximando para criar integração no PSG, não deveriam ver um ângulo em uma foto e já deduzirem coisas por si só. É um absurdo todas essas insinuações e ataques em redes sociais. Apenas quero que nos respeitem, e respeitem meu amigo que está ali dentro se recuperando. Tenho certeza que esse ataque massivo que foi gerado do nada, algum ou algumas pessoas tiveram participação nisso, então qualquer um que teve parte nesses ataques, eu espero que melhore como pessoa, seja alguém que não esperou para contar o que aconteceu, algo só nosso e espalhou, seja também a própria mídia que nos cerca todos os dias e até mesmo os fãs, que podem ser massacrantes. Estamos juntos para trazer mais glória a Paris, temos uma conexão sim, admito, mas não o suficiente para estarmos passando minutos de nossas carreiras a termos que tolerar essas coisas. -- ele ergueu o olhar longe. -- Só desejo melhoras, e vamos em frente.

Assim que terminou suas falas, começou a andar com os seguranças a segurarem bastante a multidão. Ele não podia mais ficar lá, por mais que quisesse ter mais notícias e ficar ao lado de Cris. As perguntas continuavam, mas o argentino não iria mais responder qualquer uma. Estava satisfeito em ter se pronunciado pela primeira vez, mas infeliz por mentir em alguns pontos e se sentir tão genérico em seu discurso típico de jogador que é obrigado a conversar com a imprensa. Depois da batalha em se aproximar de seu próprio veículo, ele adentrou e foi embora, tentando espairecer.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora