LVI

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Quando Dybala e Ramos andavam pela longa casa, olhavam de lado a lado sem fazer barulho para ver se dariam a sorte de encontrar quem os estava espionando. O argentino olhou pela janela lá para fora, tentando enxergar alguma coisa, mas eram apenas funcionários limpando o jardim ou fazendo a segurança.

- Nada! Sumiu que nem fantasma. -- ele deu alguns passos para trás, esbarrando em Sérgio que mexia no celular, e se assustou, virando rapidamente. - Aí, é você.

- Lógico que sou eu, criança. -- o olhou incrédulo. -- Ia correr se encontrasse a pessoa que estava lá?

- Hum. -- revirou os olhos, ajeitando o cabelo para disfarçar a vergonha. -- Só não estava preparado.

O zagueiro abriu um sorriso debochado e voltou a andar. Já que não tinha encontrado nada, queria alguma bebida, ele merecia. Sabia que as chances de encontrar algo alcoólico na casa de alguém que abominava isso eram nulas, ou quase, mas esperança é a última que morre, e ainda tinha mandado uma mensagem anteriormente, avisando o goleiro para trazer as bebidas, por garantia. Quando entrou, olhou ao redor vendo as prateleiras, várias geladeiras como se uma só não bastasse, e mais alguns aparelhos que não estava nenhum pouco a fim de querer saber os nomes. Ele abriu a geladeira, vendo sucos, garrafas de água, isotônicos -- vários, por sinal --, chá gelado, e outras coisas que considerou frescura, mas nada do que queria. Então decidiu apenas pegar um suco de aspecto avermelhado e abriu, virando em um gole e se assustando com a figura de Paulo parada atrás dele, falando alguma coisa.

- Cara, você... -- o pequeno ia falar, mas vê Sérgio dar um pulo para trás, esbarrando na geladeira e derramando o líquido na camisa clara.

- Por que estava parado aí que nem maluco? -- diz alto e vai para o lado, fechando a geladeira.

- Desculpa. Eu ia falar algo, não queria te assustar, nem sujar sua camisa. -- ri baixo, achando graça, apesar disso. -- Ao menos está mais doce agora. Acho que é o mais perto que consegue..

O espanhol teve que segurar a língua para não xingá-lo. Colocou a bebida no balcão e retirou a camisa, passando nos lábios e pescoço, limpando o que escorreu. Assim que terminou, jogou a camisa pelo ombro e pegou novamente a garrafa, passando pelo pequeno.

- Pegou o remédio do acidentado, palhacinho?

Ele pergunta referindo ao ex-amigo, e com ironia no apelido, enquanto saíam de lá. Dybala nega com a cabeça e anda mais rápido, tentando descobrir onde ficava a sala de estar. Apenas mais para frente que teriam encontrado o cômodo, e bem na hora ouviram o barulho na porta. Olhando-se, foram até ela, dando de cara apenas com Léo. Não iriam encontrar tão cedo quem esteve na casa, então apenas se deram por vencidos, retornando a outra sala.

Paralelamente a isso, assim que os dois tinham saído da sala, Cristiano pôs seu olhar em Marcelo. Ele era o terceiro cara que, nem sequer, tinha a mínima vontade de olhá-lo. Muito pelo contrário, o brasileiro deixou claro desde quando o convidou que não estava satisfeito em ir, mas por consideração, somente, aos anos que passaram jogando juntos e a carona que ganharia com Sérgio, que concordou em ir. Acontece que ele não vê sentido em sua presença, não eram mais nada, tinham brigado no jogo, e já não se falavam desde à Copa. Última menção pública que o cacheado fez a ele foi em uma entrevista para criticá-lo. Agora tinha que ficar no mesmo ambiente e o ajudar, pareciam pedidos demais. Não sabia até quando poderia suportar calado antes de querer sair correndo. Tomando coragem, Cristiano forçou um pouco a garganta, abaixando as órbitas para o chão antes de olhá-lo.

- Celo.  -- o homem torceu os lábios, ouvindo o antigo apelido que costumava ser chamado por ele. -- Por que estamos assim? -- o viu rir sem humor. -- Quer parar com isto e agir igual homem?

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora