XV

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Após aquele momento cômico, Neymar tinha saído apressado do vestiário. Ele entrou no carro e deu a partida, saindo da arena. Seus pensamentos eram bombardeados por ideias, estas que eram meio sujas. Não entendia o motivo de sempre ter aquele clima entre os dois, se fosse inimizade de campo, ele saberia reconhecer, afinal já teve várias. Entretanto, aquilo era diferente. Se não conhecesse bem Léo...

O brasileiro franze o cenho nesse último pensamento. Na verdade, era de Cristiano que não esperaria isso. Ele tem família, filhos, namoradas infinitas, se tivesse que cogitar a hipótese do ídolo português ser gay ou algo do tipo, seria loucura. Ou não seria? Quanto mais pensava naquilo, mais percebia que era um absurdo. Era apenas dois caras que se odeiam. Se odeiam a ponto de se conhecerem tanto para ficar na casa um do outro. Se odeiam o suficiente para procurar um jeito de levar o outro para o mesmo time. Se odeiam de forma tão intensa que todos percebem a situação, desde a mídia, amigos, família, colegas de time à técnicos. Mas o que podia fazer então? Sentia -se estranho por aquilo tudo. Ele não tinha nada contra, só não esperava mesmo. Não era problema dele, mas ao mesmo tempo, não queria ficar de braços cruzados vendo os dois se acabarem, e acabarem com seu PSG com toda a indecisão.

Após parar em um semáforo, Neymar pegou o celular e conectou com a rede do carro, ligando para qualquer pessoa que pudesse o orientar. Só que ele não pensou em como poderia pedir uma opinião sem deixar na cara.

- Fala, meu nego. -- a voz de Marcelo ecoou pelo carro fazendo -o arregalar os olhos.

O mesmo olhou para o painel vendo o nome do outro brasileiro. Ele pretendia ligar para mãe já que ela sempre teria um jeito para tudo, só que acabou selecionando o "M" errado.

- Ah... -- pensou algumas coisas aleatórias. -- E aí, Celo. Como você está?

- Bem, e você? Aliás, falta um mês para o Grande Dia. -- o ouviu rir. -- Espero que seu time esteja preparado para ir para casa chorar de novo, quando formos jogar.

- Cara... Cala a boca. -- Neymar riu entrando na brincadeira. -- Enfim, não é para isso que estou ligando, não. É que... Está tendo um problema por , e não sabia com quem falar.

- Estou ouvindo.

O brasileiro engoliu em seco voltando a dirigir quando o sinal ficou verde. Não demoraria tanto para chegar em casa, mas mesmo assim não tinha pressa.

- Isso é uma situação que não vamos falar sobre depois, ? Não existe, na verdade, existe, ... Um amigo meu, conhece um amigo que vive no de um carinha, sabe?! Ele e outra pessoa sempre se odiaram, pelo menos, meu amigo do amigo pensou isso, mas parece que eles estão meio que... -- não soube prosseguir.

-... Se gostando?

- Sim, isso . E isso acaba prejudicando o trabalho deles e o clima fica estranho demais. O que ele faz?

- Hum, eu acho que seu amigo do amigo não devia se meter nisso. Não é assunto dele, mas que quer ajudar, acho que devia falar bem claro para os dois se resolverem logo. que deve ser difícil, ? Se não tomaram essa atitude logo, bem complicado fazerem agora. Só que não sei, tenta aí e me fala.

- bom. -- houve um momento de silêncio na ligação até que uma pergunta o pega de surpresa.

- Você não está falando de si mesmo não, certo? -- ri. -- Se sim, uau, eu sempre desconfiei de você e do Coutinho.

- QUÊ?! -- disparou a rir. -- Nem, não viaja. Eu ... É sobre um amigo meu, se quer saber. Tenho que ajudar de alguma forma.

- Entendi.

- Enfim, vou nessa então. Valeu por ajudar, Celo!

Ambos se despediram e, enquanto Neymar pensava em como falar com Cristiano e Messi, Marcelo apoiava o celular de volta na mesa e pensava naquilo que acabara de ouvir. Era meio óbvio sobre quem falava, mas mesmo assim, lhe doía imaginar aquilo e torcia para que não fosse. O português sempre fora seu amigo, só que esses tempos recentes, ele o ignorava por completo, e a causa disso, o cacheado sabia bem: Lionel. Só que Cristiano também tinha caído em seu conceito desde que saiu do Real Madrid e deixou a todos sem apoio nenhum.

Respirando fundo, ele voltou a comer seu hambúrguer, tentando decidir o que faria quando estivessem cara a cara. Com certeza, não acabaria bem.

Mais tarde naquele mesmo dia, CR7 estava na casa que o haviam arranjado por aquela temporada, aproveitando a presença de seus filhos. Sentia falta de vê-los, mas sabia que estavam muito bem nos cuidados da avó. Ele tinha nos braços a filha, enquanto Cristianinho fazia um gol de pênalti pelo videogame contra um jogador controlado pelo jogo.

- Boa, filho. -- Ele sorriu, aos poucos podia ver seu legado não sendo apagado. Se continuasse assim, poderia ficar tão bom quanto o pai na vida real. Não, não chega a tanto. -- Agora fica aqui cuidando da tua irmã, vou pegar algo para comerem.

Cris se levanta deixando a garotinha no berço, e parte rumo à cozinha. No meio do caminho, sente o celular vibrar no bolso, e o apalpa algumas vezes antes de pegá -lo e atender, estranhando quem o ligava.

- Opa, Ney! Que surpresa.

- Está em casa? -- o brasileiro diz sem muita cordialidade.

- Estou sim, por quê?

- Posso ir ? Tenho umas coisas para conversar, acabou que nem tivemos tempo depois do vestiário. -- Cristiano podia imaginar o porquê. Ao chegar na cozinha, abriu a geladeira farturenta olhando para o que pudesse preparar. -- E então? -- lembrou que Neymar o aguardava responder.

- Ah, pode ser. Claro, claro! Venha. Vou fazer um jantar, pois então.

- Aí eu vi vantagem. -- riu acompanhando do outro. -- Manda a localização, vou me arrumar e... passar em um lugar antes.

Cristiano havia desconfiado da última parte, mas decidiu não questionar. Ao terminar a ligação, mandou o endereço de sua residência nova e deixou o celular de volta ao bolso, partindo para os preparativos. Tinha dispensado a cozinheira para ficar mais a vontade, portanto teria que correr bem agora para preparar algo a um bom nível e, ao mesmo tempo, vigiar seus filhos que quebrariam a casa se ficassem um minuto sozinhos.

Enquanto isso, Messi teria recebido a mesma ligação, com a diferença de que não foi informado para onde iriam, e somente que o amigo o buscaria para um jantar. Ele negou nas primeiras vezes, não gostava de sair, preferia o conforto de onde estava, mas teve que aceitar para acabar com a insistência. Vestiu uma camisa azul e uma bermuda preta, já que a noite estava quente, junto a sapatos confortáveis, e esperou o amigo o buscar. Algo que não demorou muito. No caminho todo, pôde perceber que Ney estava mais inquieto que o normal o que tornava tudo mais questionável. Por sorte, não precisou esperar muito para ter suas respostas quando chegaram em frente a casa enorme.

Lionel pensou algumas vezes antes de sair do carro e ficar alguns passos atrás do amigo que caminhava de forma tranquila agora até a porta. Ele bateria algumas vezes antes do coração de Léo perder a batida por breves instantes ao ver o dono da casa, e de seu coração, abrir.

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora