XXXIV

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Depois de sair do treinamento, Cristiano tinha passado no hotel onde Georgina e as crianças estavam para tentar se explicar e trazê -los de volta para casa. Não foi fácil convencer uma mulher tão decidida quanto ela, e só foi possível pela ajuda do filho. Sabia que tinha feito mal em permitir que fossem tão barulhentos, mas ele não se arrependia em nada. Na verdade, se dependesse de sua pessoa, não teria deixado Léo sair de perto dele hoje. Ainda podia sentir o cheiro de sua pele macia e fria que lhe causava apenas mais vontade de estar usando-o de diversas formas. Se sentia sujo por ter tais pensamentos com uma pessoa tão aparentemente delicada, mas quando se lembrava do que fizeram, viu que delicadeza passou longe, e gostava que fosse assim. Lionel tinha muitas faces, e descobrir cada uma todos os dias, era algo que o fazia se apaixonar mais. Sem perceber, um sorriso brotava em sua face, causando desconfiança da mulher ao lado que tinha concordado em voltar para casa, dizendo ela para si mesma: pelo filhos.

- Cris. -- ela ousa chamar sua atenção, enquanto ele se distraia com aqueles pensamentos, assim que tinham chegado frente a casa. -- Já vão, meus amores, a mamãe só vai conversar um pouco com o papai. Junior, leve sua irmã com você. -- fala para o maior que pega a bebê nos braços, entrando na casa.

- Sim? -- o homem a olha, enquanto tirava o cinto.

- Quem é ele? -- a olha surpreso. -- Quem é? Eu ouvi aqueles gemidos horríveis, aliás, sua mãe também, seus filhos, provavelmente se tivesse vizinhos aqui perto, eles também ouviriam. -- ela respira fundo e olha para frente. -- Você me usou, por acaso? Queria ter uma mulher do lado só para disfarçar esse seu lado afeminado ou fui só um brinquedo para você?

Volta a olhá-lo com a testa franzida em sinal de descrença e irritação.

- Lado afeminado? Estás a ficar louca?! -- a olha sem acreditar. -- É melhor pensar no que está a falar...

- Cale a boca! Você não tem dinheiro de exigir nada! Um homem? HOMEM? Você me traí com um homem? -- grita, completamente exacerbada antes de tirar o cinto e sair do carro, batendo a porta com força.

Cristiano não acreditou no que ouviu, ela realmente havia descoberto. Óbvio que não a traiu, não tinham mais nada fazia tempos. Mas mesmo assim, não deveria ter descoberto nada. Deram tanto na cara assim? Sem muito tempo para refletir, o cara sai do carro também, a segurando pelo pulso e a puxando de volta para si, a olhando fixamente.

- Gina, eu...

- É Georgina para você, aliás, não deveria nem se dar o trabalho de falar meu nome! Como pode ser tão sujo?! -- grita novamente, puxando o pulso de volta para ela. -- Aquilo eram barulhos masculinos, o seu eu reconheço agora o outro... -- a garota anda de um lado para o outro com uma das mãos na cintura, enquanto a outra gesticulava nervosa. -- E-Eu pensei que estava a ouvir coisas, mas perguntei para sua mãe se tinha tido a mesma sensação que eu, e foi verdade. Era um cara!

Grita a última parte negando com a cabeça, completamente fora de si. Cristiano não sabia o que fazer, não tinha se preparado para isso, e nem tinha como. Não sabia se deveria mentir, fugir, reverter suas palavras contra ela ou simplesmente ignorar e criar uma grande bola de neve depois. Então a esperou acalmar um pouco até que ousou se aproximar.

- Georgina, você pode me ouvir agora? -- tenta a fazer olhar para ele. -- Por favor... -- diz com pesar e segura seu rosto, a obrigando a olhá-lo. -- Olha só, eu ainda gosto muito de você. Não demos certo, eu sei, não foi por falta de tentativas, mas eu ainda te amo, é importante para mim. Sem você eu não teria aquelas coisas preciosas que são nossos filhos, preenchendo minha vida e sendo os amigos que meu filho precisava. Você sabe que é importante para todos nós... -- ele respira fundo. -- E sempre vai ter um espaço no meu coração por ter acolhido ele como se fosse seu, por ser tão companheira da minha mãe, e por ser minha família também. O que quero que saiba é que ninguém tiraria seu lugar aqui. -- aponta para seu coração. -- És como minha irmã agora, jamais iria querer te fazer se sentir humilhada como deves estar nesse momento e naquele. Então peço perdão. Sei que fiz errado em ter ficado com a pessoa, enquanto estavam lá, não foi planejado, só que não posso pedir desculpas por ter feito isso, é algo que eu precisei e ainda quero precisar. Nunca te usei para nada, foi sempre uma mulher exemplar estando comigo, cuidando dos nossos pequenos, seguindo sua carreira, sendo independente e mesmo assim, cuidando de mim. Para que precisaria exibi-la só para disfarçar algo? -- a mulher o olha tentando segurar as lágrimas, engolindo em seco, enquanto ele continuava. -- Gina... Eu amo você, o problema é que eu amo ele mais. E é um amor tão diferente. -- Cris diz um tanto constrangido, porém tentando ser o mais verdadeiro que podia, sem a magoar mais. -- E te garanto que ele não é uma má pessoa para não merecer ficar perto dos nossos filhos. Não colocaria um ou uma qualquer na nossa casa, sabes disso. Eu respeito você, sei que errei, mas não te dá o direito de falar o que disse antes sobre mim.

Ao final de suas palavras, o homem solta o rosto da moça, dando um passo para trás. Pronto, teria tido o máximo que conseguia. Primeiro sua mãe havia mencionado, agora ela, quem seria o próximo? Do jeito que estão tendo sorte, em breve poderia ser a Terra inteira. Sem muita pretensão de que sua ex fosse entendê-lo no momento, Cristiano trava o carro e entra na casa, subindo as escadas. Ele não teria forças, nem coragem o suficiente para encarar as duas, nem se julgava merecer que os filhos tivessem contato com sua face suja. Sua janta foi um pedido em um restaurante que tinha virado seu preferido desde quando chegou e comeu sozinho na cama, assistindo televisão. Tinha notado que Léo teria mandado uma mensagem para ele de manhã, outra a tarde, e mais algumas, só que não sabia o que falar. Não estava fugindo dele, sua mente e coração não o permitiam tal audácia, apenas queria um tempo para colocar seus pensamentos em ordem, engolindo sua vergonha. Contudo, Léo aprendeu a insistir nas coisas, e ter mais atitude. Dizem que quando passamos muito tempo com alguém, pegamos o jeito deles, e era verdade, Lionel se soltou mais e Cris refreiou-se um pouco. Era estranho para o português, não o agradava em nada, já para o argentino era bom, estava conseguindo ter mais do que queria agora. O problema que não sabia se estava forçando demais. No momento, o baixinho estava no sofá com o celular em mãos e uma caixa de pizza no colo, olhando para as mensagens que acabara de enviar. Onde está seu orgulho, Léo? Por que corre atrás dele?

- Porque eu gosto. -- responde para si mesmo em voz alta. -- Eu sei que ele faria o mesmo por mim, mas mesmo se não, eu faço..

Motivado a isso, decidiu mandar mais uma tentativa que teria feito Cris desistir de tentar se isolar para reorganizar os pensamentos:

- Eu fiz algo errado ou você não quer mais nada?

For him  ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora