For him ✪ | CR7 & Messi | BoyxBoy

XCII

[Copa do Mundo, Rússia, partes em itálico de Flashback do Capítulo I]

"Mas quem diria que a Argentina iria quase perder para a Nigéria. 2x1 foi uma vitória surrada, ninguém esperaria que uma seleção dessas teria dificuldade."

Léo tinha conseguido adentrar o estádio. O motorista o havia indicado para seguir em frente a fim de chegar ao local. À medida em que caminhava, sentia o nervosismo quase o derrubar. A cada olhada, recordava de momentos em que viveu na Copa, porém especialmente, naquela quase derrota. Então, Lionel finalmente chegou na parte do gramado. O estádio tinha a luz apenas virada ao campo, então a tela se destacava muito, por mais que os raios do sol quisessem iluminar o restante. Como se seus pensamentos tivessem sido projetados a um dos enormes telões, viu sua figura.

"Messi andou algumas vezes pelo campo. (...) até que ouviu o imenso barulho da torcida."

Seguindo a imagem, e o som claro que tinha em seus pensamentos, seu coração continuou disparado. Podia ouvir, pelas caixas de som, o barulho da torcida que deixou-o arrepiado. Olhando para o mesmo lado do qual tinha mirado naquele dia, ele o viu novamente.

"Levantou sua cabeça e olhou ao redor tentando saber o motivo, até ver no telão o motivo da euforia: seu rival, Cristiano Ronaldo, acenando para a torcida."

E lá estava ele. O português que o roubou de seu próprio mundo. O mesmo cara que exibia um sorriso convencido em sua face. Nada menos que ele. Vestido com uma calça escura, camisa vermelha e um blazer preto com os brincos que, de longe, podiam reluzir, o homem estava belíssimo. Embora não pudesse ver com clareza o pequeno, ele se debruçou sobre a parede de proteção que ia até seu quadril, ficando a admirá-lo por instantes, mas logo olhou novamente para o telão.

O som se cessou. A primeira foto que eles tinham tirado quando se conheceram de verdade, ficou visível. Se lembravam do contexto, Messi tinha caído no chão molhado em frente à imprensa. Cristiano estava por perto e o ajudou a levantar, não sem tirar sarro da situação antes.

'-- Opa! - disse uma voz ao lado dele que colocou uma mão em seu ombro esquerdo - Acho que alguém andou muito com o Neymar.

Os dois se viraram observando aquela aglomeração ao redor deles, enquanto os seguranças tentavam afastá-los de perto dos "melhores do mundo." '

Se lembravam bem de cada momento. Cristiano, então se afastou, saindo da parte da parte dos convidados e desceu até a entrada do gramado. O homem caminhava fitando o pequeno que tinha se virado para trás, antecipando sua vinda, no mesmo momento, passava os dedos pelo rosto, limpando algumas lágrimas. Ao se aproximar, Cris parou em sua frente. O telão tinha se apagado e as luzes diminuídas.

- Bom, não sei o que eu poderia fazer, senão isto, porque é o que faz sentido para mim. E creio que para você também. Quando te conheci, eu era um cara muito mais irritante, confesso que pensava mais em minha própria pessoa que qualquer outra coisa. -- apontou para o local em que estava antes. Léo sequer desviou, pois a visão que tinha dele era hipnotizante. -- Fui vê-lo para provocar. Só que, desde então, onde eu fui, de algum jeito, você estava. Não tinha como fugir disto. Desde o hotel em que conversamos francamente do lado de fora, mensagens, seguidas de sua ida à Itália. Tu não se afastou desde a Copa. Por isso o estádio. Esse foi nosso primeiro encontro, e espero que tenha muitos outros.

Ele sorriu breve.

- Para ser sincero, não menti na entrevista. Nós não damos certo para sermos amigos. Só que não sei se percebeu, nós também não somos namorados.

Léo assentiu e mordeu o lábio inferior apreensivo.

- Então... O que somos? -- o argentino arriscou perguntar.