Capítulo 12: Dimensões.

1.5K 251 180
                                    

Sophia

Quando abri meus olhos, tive quase certeza que estava sonhando. Eu estava sentada em uma cadeira com as mãos presas para trás, sem conseguir me mover. Ao redor do meu corpo, as cordas me mantinham firme nela. Olhei ao redor, vendo o que parecia ser a sala de uma casa antiga.

As paredes eram de madeira. Havia um sofá preto, parecendo antigo demais. O chão embaixo dos meus pés era de pedra. Havia um armário com portas de vidro, revelando vários frascos com o que pareciam ser pequenos insetos e anfíbios dentro. Engoli em seco, olhando para a janela acima do sofá. As cortinas eram de um tom pastel e estavam fechadas. Mas não havia claridade atrás dela, o que me dizia que estava noite. Movi minhas mãos, tentando me soltar. Olhei por cima do ombro e vi que Harry estava amarrado de costas para mim.

—Harry? —Chamei, balançando minha cadeira e batendo contra a dele. —Harry? —Soltei um grito quando a cadeira tombou para o lado, me lavando para o chão junto com a dele. Fechei meus olhos e senti o impacto do meu rosto contra o chão.

—Merda! —Escutei Harry xingar baixinho, enquanto começava a se mover atrás de mim. Olhei por cima do ombro, vendo ele erguer o rosto, parecendo confuso.

—Harry? —Chamei, mexendo minhas mãos e tocando nas dele. —Você está bem?

—Acho que sim. Minha testa está doendo. —Ele se remexeu, erguendo a cabeça e fitando ao redor. —Ah, não! Não, não, não! —Ele começou a se mexer, tentando se soltar. —Que merda, eu não acredito!

—Para! Eu já tentei. —Afirmei, vendo-o se mexer de forma brusca tentando se soltar. Harry praguejou baixinho, solando um suspiro pesado antes de abaixar a cabeça e escorar a testa no chão. —Sabe onde estamos?

—Do que se lembra? —Indagou, erguendo a cabeça e me olhando por cima do ombro.

—Sei lá, está tudo tão confuso. Estávamos no estacionamento da editora com aquele homem estranho. Ele tinha uma varinha que lançava uma luz verde que transformava as coisas em pedra. —Comecei a falar, enquanto fazia uma careta, pensando que ainda estava sonhando. Só podia ser. —Então você correu pra afasta-lo e eu fui em direção as escadas, mas quando passei pelas portas havia uma mulher lá. E ela tinha... tinha olhos amarelos.

—E...? —Murmurou, para que eu continuasse.

—Hm... mais nada. Não lembro de mais nada. —Afirmei, engolindo em seco. —Sabe onde estamos? Não tem barulho de carros.

Fiz uma careta, percebendo que não havia barulho de quase nada. Só pássaros cantando ao longe, como se estivéssemos no meio da floresta. Me remexi na cadeira, um pouco desconfortável pela posição.

—É, acho que sei sim. —Comentou, parecendo soar um pouco preocupado e nervoso. —A culpa é minha. Você estar aqui amarrada comigo, nesse lugar. É tudo culpa minha.

—O que? Do que você tá falando? —Questionei, puxando minhas mãos, ainda tentando me soltar. —Harry, o que está acontecendo? Quem são aquelas pessoas? —Ele ficou em silêncio e eu engoli em seco. —Harry? Sério, você está me assustando. Vamos morrer?

—Não, não! —Respondeu, um pouco rápido demais. —Acho que se eles fossem nos matar já teriam feito isso.

—Eles quem? Quem são essas pessoas? —Indaguei, tentando me mexer. De novo ele ficou em silêncio, me deixando subitamente irritada. —Fala logo, caramba!

—Bruxas! —Exclamou, um pouco sem jeito. —São bruxas.

Parei de me mover, olhando para a estante com animais mortos, enquanto minhas sobrancelhas se erguiam.

A Dimensão Das Estrelas / Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora