Capítulo 11: Srta. Johnson.

1.4K 240 110
                                    

Katie

Tinha alguma coisa muito errada acontecendo. Eu havia enviado exatamente 50 mensagem para Sophia. Mas ela não havia me respondido. Aquilo era estranho já que nos costumávamos trocar mensagens sempre.

Katie — Sério, Sophia, estou começando a ficar preocupada com você.
Por favor, meu bem, me dá notícias.

As mensagens não estavam sendo entregues e minhas ligações caiam direto na caixa postal. Soltei um grunhido de frustração e peguei minhas coisas, deixando meu trabalho de lado para ir atrás dela. Sinceramente, não posso ficar sem notícias. Da última vez que ela ficou sem me dar notícias, quase passei em todos os hospitais pra ver se algo havia acontecido. Mas ela só tinha ido fazer uma entrevista e ficado sem bateria.

Peguei meu carro, pisando fundo no acelerador. Sophia provavelmente me mataria se soubesse que estou praticamente voando pelo asfalto. E eu entendo, ela não tem uma boa experiência com carros. Não tenho dúvidas que pra elas as coisas são mil vezes piores. Ela tem a lembrança completa dos pais e do acidente para atormenta-la. Eu não tenho absolutamente nada, já que cheguei ao orfanato recém-nascida. Não tinha nada de lembranças, além de fileiras de camas em uma quarto grande que eu divida com outras meninas.

Parei o carro na rua, percorrendo a calçada até a editora. Passei por ela e acenei para a garota sorridente do outro lado do balcão. Parei em frente ao elevador e comecei a apertar o botão várias vezes.

—Abre logo, inferno! —Resmunguei, afundando o dedo no botão e vendo os números baixarem no painel em cima das portas, lento como uma tartaruga.

—Quebrar o botão não vai fazer ele ir mais rápido. —Olhei por cima do ombro, para o rapaz de pé atrás de mim. Ele tinha pele clara, cabelos castanhos bagunçados e os olhos verdes muito chamativos. Usava um casado azul e tinha as mãos no bolso, de forma relaxada, enquanto abria um sorriso lascivo pra mim.

—Obrigado pelo comentário óbvio e oii pra você também. —Voltei a olhar para o elevador, que parecia não descer nunca.

—Olá. —Murmurou, enquanto eu apertava o botão de novo. Praguejei baixinho e ouvi uma risadinha atrás de mim. Me virei, vendo o rapaz morder o lábio e olhar para o lado, como se estivesse tentando disfarçar.

—Precisa de ajuda? —Indaguei, frustrada.

—Quero usar o elevador também. —Ele se voltou para mim, abrindo um sorriso de novo, que me fez revirar os olhos e me voltar para frente. Tava na cara que ele só queria me provocar e hoje não era o dia oportuno pra alguém fazer isso comigo.

Finalmente o elevador se abriu e eu voei para dentro, apertando o botão do andar de Sophia. O rapaz entrou no elevador e clicou no mesmo andar que eu ia descer, me fazendo expressar uma careta.

Claro que ele iria descer lá também.

—Trabalha aqui? —Questionou, e eu neguei com a cabeça, batendo meus pé no chão várias vezes por segundo.

—Só vim ver uma amiga. —Olhei pra ele, vendo que ele também tinha os olhos em mim. Cerrei os olhos ao ver que ele estava me analisando descaradamente e fiz o mesmo, baixando meus olhos por todo ele. —E você?

—Só vim ver um amigo. —Afirmou, me fazendo arquear as sobrancelhas. Ele soltou uma risada e eu balancei a cabeça negativamente, soltando um suspiro pesado. —Coincidência, não?

—Claro, muita coincidência. —Falei, vendo as portas do elevador finalmente se abrirem. Sai antes dele, percorrendo o corredor em direção a sala de Sophia.

—Qual o seu nome? —Perguntou, quando saiu do elevador atrás de mim. Não me virei quando respondi.

—Fulana de tal. —Ele soltou uma risada alta, enquanto eu fechava os olhos com força, me segurando para não olhar por cima do ombro.

A Dimensão Das Estrelas / Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora