Capítulo 3: Crepúsculo.

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Estava eu na minha sala, fazendo anotações para o maldito livro que Dominic queria. Eu estava usando ideias para livros de fantasia e tentando transformá-las para uma história de romance. Mas até agora eu estava na estaca zero.

Sério, romances não combinam comigo. Eu nunca vivi um de verdade. Sempre fujo de romances quando eles aparecem. Estou acostumada a ficar sozinha. Estou assim a minha vida toda, por que mudar?

Amacei o papel e joguei na lixeira já cheia de rascunhos descartados. Murmurei um "pode entrar" quando alguém bateu na porta e logo Andrei passou por ela com uma xícara de chá e um livro em mãos.

—Um chá para minha escritora favorita. —Ele estendeu a xícara para mim e eu abri um sorriso radiante. Katie era minha melhor amiga. Mas Andrei tinha um lugar especial no meu coração também. Ele era quem mais me dava apoio na editora. —E eu trouxe isso. Talvez te ajude a ter ideias.

Olhei para o livro que ele me estendia, enquanto bebericava o chá. Arregalei os olhos e depois fiz uma careta.

—Crepúsculo? Sério? —Ele soltou o livro na minha frente e se sentou na cadeira de frente pra minha mesa.

—O que foi? Qual o preconceito com crepúsculo? —Indagou, fingindo um ar de decepção. —Vai me dizer que você também não gosta?

—Eu não disse que não gosto. Mas um romance de vampiros não vai me ajudar em nada. —Argumentei e Andrei revirou os olhos.

—Por que não? Que eu saiba Dominic te pediu um romance. Mas não especificou qual romance queria. —Dominic apontou para o livro. —Crepúsculo é um dos livros mais famosos de romance. —Deu ênfase no romance. —E ainda tem um toque de fantasia com a parte dos vampiros. O que no caso, é a sua praia. Então porque não criar um romance fantástico como esse?

—Você não está brincando comigo, não é? —Andrei bufou e balançou a mão, descartando minha última frase.

—Meu bem, você é expert em fantasias. Sempre que eu te encontro você tá lendo um livro novo do gênero. —Ele se levantou e caminhou até ficar atrás da minha cadeira, começando a fazer uma massagem nos meus ombros. —Me diz, o que está lendo agora?

—Último livro de acotar. —Falei e Andrei soltou uma exclamação alta.

—Ah sua safada. Eu sabia que você lia esses tipos de livros. —Soltei uma risada e olhei pra cima, encontrando seus olhos brilhando. —Eu só dei uma ideia. Você tem capacidade de escrever um romance. E acho que envolver fantasia neles pode dar super certo.

—Obrigada. —Toquei sua mão que estava no meu ombro e ele deixou um beijo na minha testa, antes de caminhar em direção a porta. —E o carinha do RH?

—Que carinha do RH? —Andrei fingiu confusão, me fazendo lançar uma bolinha de papel amaçado nele. —Tchau, meu bem. Tenha ótimas inspirações.

—Vai falar com ele, Andrei! —Gritei, mas Andrei já tinha desaparecido pela porta. Olhei para minha mesa, pegando a xícara de chá e olhando para o livro que Andrei havia deixado.

Bem, a ideia não era tão doída assim. Mas eu precisava de mais inspiração. E rápido.

[...]

Parei no primeiro degrau que dava para a calçada e soltei um suspiro pesado. Ainda estava chovendo em Londres e eu como sempre, havia esquecido o guarda chuva. Nessas horas eu pensava que seria bom ter um carro. Mas só de pensar em colocar a mão em um volante, meu corpo estremecia e eu sentia vontade de vomitar.

Sem outra alternativa, sai andando até parar na calçada e consegui sinalizar para o táxi. Assim que ele parou eu pulei para dentro e passei o endereço que eu queria. Peguei meu celular quando o mesmo apitou.

A Dimensão Das Estrelas / Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora