'Ange'
Tomo uma respiração trêmula com a ideia que me surge... será que Davi teve ou tem um filho? É mais provável que teve, pela forma como está reagindo talvez nem tenha nascido... fecho ainda mais a cara ao pensar na mulher da fotografia... seria ela a mãe do provável filho de Davi? A família nunca tocou nesse assunto em nenhum momento em que estive com eles, até onde sabia Eliza é a única neta...
Balanço a cabeça para afastar essas ideias, não tenho tempo para meus próprios dramas quando Chris está tão mal!
-Coloque o cinto! - exige ele assim que bate a porta fechada e também coloca o cinto, eu faço o mesmo me mantendo calada enquanto remexia minhas mãos uma contra a outra sentindo as piores das sensações!
Tomara que Chris fique bem... eu quero muito que ambos fiquem bem ela e o bebê, pelo menos Lance está com ela, ninguém melhor que o pai para ajudar em um momento como esse e depois dessa situação toda ela vai ter que contar a ele... um mau momento, mas eu sei que vai dar tudo certo!
Fico tensa por um momento quando Davi coloca uma de suas mãos sobre as minhas, mas assim que seu calor se espalha por meu corpo solto um longo suspiro me sentido estranhamente relaxada, eu ergo meu olhar para o dele e Davi me lança um olhar encorajador e intenso como só ele consegue fazer e abre um pequeno sorriso.
-Sua amiga vai ficar bem! - diz quase num sussurro apertando com delicadeza, minhas mãos me trazendo ainda mais conforto, eu apenas aceno com a cabeça abrindo um sorriso como o dele.
Eu não esperava que Davi pudesse ser gentil e nem que fizesse algo como o que está fazendo agora ao me levar ao hospital e me confortando, mas eu estava feliz com esse seu lado... ainda mais que ele segurou em minha mão durante o caminho e eu não estava deixando que ele a soltasse tão cedo, pode parecer estranho, mas eu não pude deixar sua mão ir e ele também não parecia querer me soltar... então apenas mantemos silêncio durante o caminho deixando essa situação falar por si.
***
Eu mal espero que ele estacione no hospital do qual Lance havia me mandando o endereço e apesar de sentir falta de sua mão imediatamente, desço do carro correndo para dentro parando na recepção para pedir informações, mas antes mesmo de eu abrir a boca, Lance aparece ao meu lado e me puxa para um abraço apertado, ele tremia e fungava contra meus cabelos demonstrando o quanto estava desesperado e preocupado fazendo lágrimas involuntárias surgirem em meus olhos, eu o abraço de volta e ficamos assim por alguns minutos até ouvirmos alguém pigarrear atrás de mim, Lance se afasta olhando com olhos avermelhados acima de minha cabeça e franzindo um pouco as sobrancelhas, desce seus olhos para mim, eu solto um suspiro longo e me viro para me deparar com Davi com um semblante confuso e preocupado.
-Davi me trouxe! - explico me voltando para Lance que apenas arqueia uma sobrancelha olhando entre nós por alguns segundos. - onde está Chris? Como ela está? - pergunto chamando sua atenção para mim ao segurar seus braços sentindo todo o peso da preocupação sobre mim novamente já que Davi não estava segurando em minha mão agora e senti falta disso e me xinguei por me sentir assim, tão dependente de um toque seu.
-Não sei, ainda não me deixaram entrar! - diz Lance passando as mãos pelo rosto frustrado.
-Vou procurar uma enfermeira! - digo passando por ele decidida a conseguir alguma informação, não vão me deixar nessa agonia! Eu interceptei a primeira moça com um uniforme que saiu pelas portas duplas. - você precisa me ajudar... Lindsay! - peço entrando na sua frente, lendo seu nome no crachá, ela me olha, um tanto surpresa por eu ter aparecido de repente. - minha amiga chegou há alguns minutos, uma morena olhos claros...
-Olha, eu gostaria de ajudar - diz ela me interrompendo um tanto impaciente - mas eu estou um pouco ocupada agora, é melhor esperar o médico que a atendeu aparecer para dar informações...
-Mas não podemos esperar! - digo tentando não gritar, Lindsay me fuzila com um olhar irritado, mas eu me mantenho a sua frente impedindo seu caminho. - não podemos simplesmente entrar lá?! - pergunto ansiosa, embora ela parecesse realmente irritada comigo.
-Sinto muito, precisam esperar! - diz de forma definitiva desviando de mim e seguindo seu caminho me deixando bufando, pronta para ir atrás dela e conseguir que ela traga alguma informação...
-Angela, não vai conseguir nada assim! - diz Davi se pondo atrás de mim e colocando suas mãos possessivas em meus ombros me fazendo estremecer levemente...
-Bom então é melhor alguém entrar logo ali e me dar notícia de Christina ou eu mesma vou! - digo prestes a ir até aquelas portas duplas e entrar sozinha e conseguir ver minha amiga, mas Davi firma seu aperto em meus ombros e me faz arrepiada quando sinto sua respiração contra minha orelha quando se inclina para mim.
-Calma ai gata brava, você fica extremamente sexy agindo assim, mas precisa se acalmar! - sussurra ele contra minha orelha com seus lábios roçando minha pele - você não quer que te tirem daqui antes de pode ver sua amiga, não é? - pergunta Davi em um tom mais alto, mas ainda contra minha pele e o simples timbre de sua voz e seu toque me tem hipnotizada me fazendo apenas negar com a cabeça. - bom! - diz depositando um leve beijo em meu ponto doce me fazendo inevitavelmente ofegar, então ele se afasta, quando me viro para ver onde ele havia ido, o vi falando com uma enfermeira na recepção com um sorriso todo doce e charmoso, a moça pisca algumas vezes como se também tivesse sido hipnotizada e acenando com a cabeça sai da recepção em direção as portas duplas me fazendo estreitar os olhos... Davi é mesmo um garanhão de primeira e se eu estava sendo uma ciumenta morreria de infarto e raiva em poucos dias!
Quando se voltou para mim, ergue as sobrancelhas ao ver minha expressão com a sobrancelha arqueada, levemente irritada e até um pouco incrédula por ele ter praticamente seduzido a moça na minha frente, não gostei nada do ciúme que sentia pinicar minha nuca e nem por ter percebido o que ele havia feito comigo na presença de todas essas pessoas... na presença de Lance que, com certeza, viu tudo e percebeu como Davi consegue mexer comigo e depois de eu ter dito que Davi não tinha influência nenhuma sobre mim!
-Você não consegue falar com nenhuma mulher sem jogar todo esse seu charme? Não pode deixar passar nenhuma? - pergunto sarcástica tentando não soar tão ciumenta, mas pela forma que Davi tenta segurar o sorriso que teima em abrir em seus lábios enquanto ergue as mãos em rendição, não adiantou muito! - o que é engraçado? - pergunto cada vez mais irritada com toda essa situação.
-Nada! Lance só me pediu para acalmar você antes que agredisse a pobre moça! - diz Davi abaixando as mãos e as enfiando nos bolsos da calça e o simples movimento me vez olhar para a região entre os bolsos... eu pisquei algumas vezes com as imagens que invadiram sem permissão minha mente e voltei a encará-lo e me deparei com seu sorrisinho sacana que me fez fechar a cara outra vez e direcionar minha fúria a Lance que tinha armado toda a cena! Ele arregalou os olhos quando viu a fúria nos meus, mas ainda abriu um largo sorriso que me fez rosnar irritada.
-Você... - disse me aproximando dele apontando para seu rosto, ele apenas fez o movimento de Davi ergueu as mãos em rendição. - eu vou matar você quando tiver a chance! - ameaço entre dentes.
-Não, você não vai! - diz ele - não pode viver sem mim! - termina com uma piscadela me fazendo sorrir involuntariamente.
-Cala a boca! Estamos numa situação séria e complicada, então pare de gracinhas! - digo voltando a minha preocupação e aparentemente Lance também, e quando viro o rosto para ver Davi, a enfermeira do balcão já estava sobre ele (figurativamente falando se bem que em pouco minutos seria no literal se eu não interferir) enquanto Davi prestava atenção no que ela dizia com o cenho franzido, voltei a rosnar fechando as mãos em punhos apertados ao notar que a moça ali precisava quase beijá-lo para falar com ele.
-Hei... calma ciumenta! - diz Lance me abraçando pelos ombros e me empurrando até estarmos perto o suficiente dos dois, eu dei uma cotovelada nas costelas de Lance que o fez gemer e me soltar chamando a atenção de Davi.
-Então, podemos vê-la? - pergunto olhando para a enfermeira tentando não ficar mais nervosa do que já estava quando ela não tirava os olhos de Davi.
-Sim, podemos... ela já está se recuperando no quarto! - diz Davi abrindo um pequeno sorriso divertido ao avaliar meu rosto e depois olhar para a enfermeira que abriu um pouco mais o sorriso para ele.
-Graças a Deus! - diz Lance se aproximando da enfermeira e chamando sua atenção ao colocar a mão em seu ombro ela lança a ele um sorriso também que me fez bufar e revirar os olhos.
-Está me deixando numa situação complicada com toda essa cena de ciúme! - sussurra Davi contra minha orelha quando ficou ao meu lado, mas quase um passo atrás, de distância com seu peito quase roçando em meu combro, eu ergo meus olhos para ele, ainda com minha expressão sarcástica então ele olhar para baixo e eu o sigo vendo o volume um tanto anormal em sua calças, eu apenas abri um sorriso e ergui meus olhos para os seus, outra vez... não esperava encontrar aquela intensidade que me prende e me deixa quente, neles, mas ali estava aquela força me puxando em sua direção... mas eu pisquei e virei meu rosto para longe do seu... não era um bom momento para eu me derreter feito uma idiota!
-Não estou com ciúmes! - digo sem olhá-lo e Lance então se virou para nós e abria a boca para dizer alguma coisa quando a enfermeira passou por nós e ainda lançou um último olhar sugestivo para Davi que ainda estava atrás de mim, Lance de repente fechou a boca e arqueou a sobrancelha olhando acima de minha cabeça, eu revirei os olhos. - podemos? - perguntei apontando para as portas que se abriam para um casal sair.
-Claro! - diz Lance agora unindo as sobrancelhas ainda olhando para Davi atrás de mim, eu me adianto para as portas ansiosa por ver Chris e saber se está bem... se o bebê está bem! Mas no caminho quando Lance passou a minha frente no corredor de quartos e entrou em um a duas portas de distância, Davi segurou minha mão e me puxou até a porta mais próxima abrindo-a como se fosse dono do lugar, estava tudo escuro lá dentro, mas ainda sim deu uma olhada rápida antes de me puxar para dentro, fechando a porta...
-O que está faz-...? - não pude terminar a pergunta que só tinha conseguido fazer agora, quando minhas costas estavam contra a porta e seu corpo cobriu o meu e então sua boca estava na minha e pro inferno se isso não estava me deixando molhada e mal acostumada! Eu não deveria... eu tinha de afastá-lo e quem sabe dar mais uma joelhada, mas... que se dane, beijá-lo era bom demais para que eu parasse, então eu só pude beijá-lo de volta levando minhas mãos até seu cabelo outra vez, soltando um som baixo quando ele pressionou seu corpo contra o meu...
-Vamos ver sua amiga! - diz ao se afastar sem fôlego como eu, não podia ver bem seu rosto já que tudo aqui estava no escuro, mas queria protestar e dizer que ele não podia começar algo assim e parar, mas me lembrei de onde estávamos e porque e acenei com a cabeça mesmo que não pudesse ver, já que não consegui pensar em mais nada para dizer. Eu mesma abri a porta me apressando para fora antes que eu acabasse bancando a egoísta e decidisse ficar naquele quarto escuro com Davi um pouco mais!
Ele saiu logo atrás de mim e voltou a pegar em minha mão, me fazendo encará-lo um pouco surpresa com essa sua nova mania, ele apenas me ofereceu um sorrisinho sacana e me puxou até o quarto onde Lance havia entrado, o toque de sua mão na minha me trazia sempre a mesma sensação de conforto, não importa a situação ou circunstância e mesmo depois de assumir que eu sentia mesmo alguma coisa por Davi, isso ainda me assustava!
-O que foi? - pergunta parando em frente a porta fechada onde Chris estava, eu não percebi que havia franzido as sobrancelhas até que tive de aliviar minha expressão e olhei automaticamente para nossas mãos unidas, ele fez o mesmo e então se voltou para mim - o que? Isso te incomoda? - pergunta erguendo nossas mãos, ele parecia sinceramente curioso e até um pouco preocupado, mas ainda tinha o pequeno sorriso no canto dos lábios... eu levei um minuto para responder, porque, não... não me incomodava nenhum pouco e era isso que me preocupava!
-Não exatamente! - foi o melhor que consegui, ele ainda pareceu desconfiado, mas eu soltei sua mão e ele me deixou ir - mas é melhor deixar isso pra lá e entrarmos logo, preciso ver minha amiga! - continuo, ele apenas acena com a cabeça dando duas batidas na porta e a abrindo logo depois, me deixando entrar primeiro no quarto... e então me deparo com uma cena que me fez bufar com raiva.
Lance estava a um canto do quarto aparentemente muito irritado e Chris também estava com uma expressão nada boa.
-Uou! - diz Davi somente para mim já que nenhum dos dois pareciam ter notado nossa presença. Suspirei alto e fui até a cama, Chris tinha os cabelos úmidos e estava um pouco pálida, seus olhos estavam um pouco inchados e imaginei que esteve chorando e um peso caiu em meu peito, ela só me olha com apagados olhos acinzentados quando toco em sua mão que tinha uma agulha espetada por onde entrava algum tipo de soro, ela me puxa para um abraço apertado que me fez ofegar ao tentar não chorar.
-Eu fiquei com tanto medo! - sussurra ela com o rosto em meu ombro.
-Está tudo bem agora! - digo passando meus dedos por seus cabelos - você está bem não é? - pergunto afastando-a, ela abre um pequeno sorriso e acena com a cabeça em afirmação, nós olhamos para a porta quando ela se abre de supetão e um homem alto de cabelos escuros com um jaleco e uma prancheta na mão entrou por ela com um sorriso satisfeito.
-Boa notícia, seu bebê está bem! - diz ele erguendo seu olhar para Chris, mas sua expressão se fecha em confusão ao se deparar com Davi que permanecia afastado a um canto, Lance em outro e eu ao lado de Chris que arregalou os olhos ficando ainda mais branca... oh não, ela não havia contado!
-Bebê? Que bebê? - pergunta Lance ficando branco como Chris se aproximando do outro lado da cama e Christina joga a cabeça para trás frustrada, o doutor arqueia uma sobrancelha para Lance e depois para Chris que havia jogado as mãos sobre o rosto.
-O dela - diz o doutor meio receoso ao apontar sua caneta para Chris que volta sua cabeça para a posição normal para depois abaixá-la olhando para as mãos unidas em seu colo. - o seu organismo não estava aceitando bem o novo inquilino e como todo bom organismo que se preze ele tentou expelir o feto intruso, mas você chegou a tempo e conseguimos regular tudo e parece que depois dos medicamentos seu corpo está se adaptando e aceitando bem a gravidez e esperamos que continue assim, em todo caso... Christina certo? - pergunta o doutor e minha amiga ergue seus olhos para ele e acena positivamente com a cabeça - ok, em todo caso você precisa de um acompanhamento mais específico, pelo menos, nesses primeiros meses, tudo bem? - pergunta, Christina apenas volta a acenar com a cabeça e me atrevo a olhar para Lance que tem seu olhar escuro aparentemente confuso, surpreso e até irritado sobre minha amiga. - bom... eu vou deixá-los para conversarem, mas não demorem, Christina precisará passar a noite pra que fiquemos de olho nela e no bebê - diz o médico e com um aceno para Lance e um sorriso para mim se vai acuando um pouco sobre o olhar intimidador de Davi o que me faz revirar os olhos.
-De quanto tempo? - pergunta Lance de repente, seu tom grosseiro me fez fuzilá-lo com um olhar, mas ele não viu, estava concentrado em Chris.
-Lance é bom...
-Não se meta Ange... - diz ainda mais rude ao voltar seus olhos para mim e eu estreito os meus para ele.
-Não seja um idiota Lance, tudo o que Chris menos precisa é de você sendo o imbecil de sempre! - digo apontando para seu rosto.
-Hei... olá! - diz Chris chamando nossa atenção para ela que sorria de forma simpática e até um pouco sacana para Davi do outro lado, ele sorriu de volta como se revidasse todo o charme que recebia de Chris, o que me fez rir me esquecendo momentaneamente da raiva anterior. - não fomos oficialmente apresentados, sou Christina! - diz chamando Davi com a mão deixando Lance com a boca aberta em descrença enquanto eu mordia o lábio com força evitando rir alto.
Não há ninguém no mundo com a capacidade dessa mulher de mudar um ambiente! Davi balança a cabeça sorrindo divertido e acho que me desliguei de tudo por alguns instantes só para admirar aquele sorriso, ele se aproximou e pegou a mão estendida de Chris e a levou aos lábios para beijá-la como um perfeito cavalheiro fazendo Chris corar, o que era quase impossível nos dias de hoje, e Lance fechar a cara e eu apenas sorria.
-Davi Collins! - diz soltando sua mão que ela levou ao peito ainda sorrindo.
-Sim, é o chefe de Ange, é mais bonito pessoalmente e mais gentil do que Ange me disse também... ai! - eu a interrompo quando lhe dou um pequeno e indolor tapa atrás da cabeça, Davi então traz seu olhar quente e sedutor para mim me fazendo engolir em seco.
-Então... eu acho que você e Lance precisam conversar! - digo me esquivando do olhar intenso de Davi para encarar o casal que agora nos olhava com atenção.
-Eu não quero falar! - diz Chris cruzando os braços.
-Mas você vai... - diz Lance todo autoritário, eu ia abrir a boca para interferir, mas Davi segura em meu braço e me puxa um pouco para longe da cama.
-Você vai ficar ou quer que eu a leve para casa? - diz num cochicho enquanto Chris e Lance tem sua pequena discussão também aos murmúrios e gestos com as mãos, eu encontrei os olhos de Davi quando me voltei para ele que me encarava ainda com um olhar intenso e quente que me fez engolir em seco.
-N-não precisa, eu tenho que pegar minhas coisas na empresa e volto pra casa com meu próprio carro! - digo livrando meu braço de seu aperto, seu toque mesmo que simples me deixava um tanto nervosa, eu ia falar com Chris sobre ela querer que eu passe a noite com ela aqui, mas quando eu me voltei para eles...
-Porque eu amo você, seu babaca! - dizia Chris enquanto puxava Lance pela gravata enquanto ele tinha as mãos em seu rosto e davam um beijo que me tirou o fôlego.
-Ouh! - dizemos Davi e eu ao mesmo tempo. - não esperava por essa! - sussurro mais para mim do que para Davi, mas ouço quando ri baixo.
-Acho que deveríamos deixá-los a sós! - diz num cochicho me fazendo ofegar um pouco quando outra vez tem seus lábios em minha orelha, ele vai me matar se continuar a fazer isso!
-Certo... ãh... vamos! - digo pegando em seu braço e puxando-o para fora do quarto ficando constrangida quando ouvi Chris soltar um gemido.
No caminho para a recepção Davi e eu ficamos em silêncio, eu estava surpresa e um pouco preocupada com aqueles dois... não sei o que estão fazendo, só espero que se acertem de vez pra que possam dar uma família ao bebê... levo a mão ao peito só de lembrar que tudo podia ter acabo de um modo trágico, mas sorri aliviada que tudo esteja bem com Chris e nosso bebê, porque claro que eu serei uma tia muito presente! Mas meu sorriso se vai outra vez quando me lembro de meu tio e toda a merda que está acontecendo na empresa... um certo desespero faz meu coração se acelerar e um peso ruim pressionar meu peito.
-Você está bem? - pergunta Davi assim que saímos pelas portas duplas, ele parecia realmente preocupado e mesmo com todos os problemas consegui me forçar a sorrir diante da imagem de um Davi tão raro.
-Sim, só um pouco preocupada! - digo dando de ombros.
-Mas o médico disse... - eu o interrompo quando rio um pouco.
-Não estou preocupada com o bebê, bem não só com o bebê, mas é que quando aqueles dois começam uma briga chegamos perto de perder para eles! - explico, Davi arqueia uma sobrancelha cético e solto outra risada - para você ver o quão ruim pode ser! - digo ficando um pouco séria. - eu só não quero que a criança fique no meio da tempestade que eles fazem quando brigam, entende!? - digo realmente olhando para Davi como se ele fosse mesmo alguém pra quem eu pudesse contar meus medos e preocupações, como se fossemos amigos ou sei lá...
E onde eu estava com a cabeça por pensar nisso e falar com ele sobre isso? Droga, Davi ainda é meu chefe, temos nossos próprios problemas para resolver, não tenho que envolvê-lo com minha vida e a dos meus amigos assim, isso faz dele alguém importante e... e não posso deixar isso ir mais longe! Balanço a cabeça me sentindo cansada apressando meus passos antes que Davi pudesse dizer qualquer coisa.
-Esqueça! - digo antes de alcançar as portas para a saída do hospital.
-Angela... - ouço Davi chamar atrás de mim, mas eu não paro de andar nem me dando conta de pra onde exatamente eu estava indo. - espere! - pede me alcançando e se pondo a minha frente me obrigando a parar. - o que houve? - pergunta segurando meu rosto com as duas mãos erguendo-o para que eu pudesse encará-lo, ele tinha as sobrancelhas unidas em uma expressão confusa e seus olhos nos meus pareciam um pouco atormentados, seu toque em minha pele me aquecia, me deixando amolecida como sempre!
-Nada, estou cansada! - digo dando de ombros tirando suas mãos do meu rosto.
-Como nada? Em um momento você estava falando comigo no outro ergueu uma muralha ao seu redor... eu não entendo...
-Collins eu só quero voltar pra empresa pegar minhas coisas e talvez voltar pra cá, então se não se importa queria pular a parte em que discutimos! - digo e num gesto nervoso coloco as mechas de cabelo que incomodavam meu rosto atrás da orelha e cruzo os braços, Davi me olha com as sobrancelhas erguidas e parece ponderar por alguns segundos até finalmente fechar a cara e se cobrir com o bom e velho senhor Collins, ele apenas se vira indo em direção ao seu carro e eu não sei se quero voltar com ele...
Talvez eu devesse ficar e ver o que acontece com meus dois melhores amigos e fosse embora com Lance mais tarde, ele tem uma chave extra do meu apartamento e pode me levar pro trabalho amanhã... parece um bom plano de fuga!
Sim estou com medo, porque eu sei o que aconteceu lá dentro toda aquela coisa entre Davi e eu e aquele beijo e eu não gosto do que me torno quando estou tão perto dele, eu conseguia manter distância e odiá-lo abertamente quando nós éramos apenas chefe e assistente, não que sejamos mais do que isso agora, mas parece que quando nos beijamos pela primeira vez em sua sala se ascendeu o estopim e toda vez que estamos juntos... tudo se explode e acabamos como no seu apartamento, e no meu e no elevador e naquele quarto escuro do hospital...
-Winey, você vem ou não? - pergunta Davi irritado, ergo minha cabeça para vê-lo encostado em seu carro com uma das mãos no bolso da calça e a outra passava por seus cabelos jogando-os para longe de sua testa, algumas mechas obedeceram já outras voltaram para onde estavam e só não babei um pouco porque ainda tenho minha dignidade, mas que ele ser lindo e tentadoramente sensual é um pecado e minha ruína isso, com certeza!