Anne with an e- Corações em j...

De RosanaAparecidaMande

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Anne Shirley Cuthbert foi abandonada ao nascer em um orfanato por sua mãe biológica, mas ela nunca deixou de... Mais

capítulo 1- Lembranças
capítulo 2- amores do passado
Capítulo 3- sentimentos escondidos
Capítulo 4- Duas almas e um destino
Capítulo 5- Lado a lado com o amor
Capítulo 6- Nestes olhos teus.
Capítulo 7 - Emoções em conflito
Capítulo 8- O amor entre nós
Capítulo 9- Chamas de uma paixão
Capítulo 10- Apenas você
Capítulo 11- Corações apaixonados
Capítulo 12- Esse sonho de amor
Capítulo 13- Quando o coração se apaixona
Capítulo 14- O sentimento que vive em mim
Capítulo 15- Combinação perfeita
Capítulo 16- O que nos separa
Capítulo 17- Revelações
Capítulo 18- Expectativas
Capítulo 19- O que nos une
Capítulo 20- Tudo o que eu quis
Capítulo 21- Tudo o que sonhei
Capítulo 22- Tudo o que somos
Capítulo 23- O que me pertence
Capítulo 24- O tempo é algo relativo
Capítulo 25- O amor que te ofereço
Capítulo 26- Pensamentos proibidos
Capítulo 27- Pensamentos e desejos
Part 28- Provando do pecado
Part 29- O Jogo do amor
Part 30- Caprichos do coração
Part 31- Segredos e Desejos
Capítulo 32- Flertando com o perigo
Capítulo 33- O inesperado
Capítulo 34- Revelando um segredo
Capítulo 35- O incêndio
Capítulo 36- Uma esperança
Capítulo 37- O incêndio parte 2
Capítulo 38- Paraíso particular
Capítulo 39- As duas faces do amor
Capítulo 40- Idas e Vindas
Part 41- O retorno
Capítulo 42- Tudo o que existe entre nós
Capítulo 43- Como no princípio
Capítulo 44- Feliz Aniversário
Capítulo 45- Uma grande surpresa
Capítulo 46- O perigo mora ao lado
Capítulo 47- O inimigo nas sombras
Part 48- Amor e dor
Capítulo 49- As verdades do coração
Capítulo 50- Almas divididas
Capítulo 51- Palavras não ditas.
Part 52- O jardim do Éden
Capítulo 53- Ps: Eu te amo.
Capítulo 54- Eterno amor
Capítulo 55- Sua força em mim
Capítulo 56- Um só coração
Capítulo 57- Sem Regras
Capítulo 58- Sussurros e juras de amor
Capítulo 59- Entre o céu e o inferno
Capítulo 60- Lar
Capítulo 61- A promessa de uma vida
Capítulo 62- Entre as estrelas
Capítulo 63- De corpo e alma
Capítulo 64- Desejo e castigo
Capítulo 65- Ao cair da tarde
Capítulo 66- Vidas entrelaçadas
Capítulo 67- Amor imenso
Comunicado
Capítulo 70- Sonhos perfeitos
Capítulo 72- Xeque Mate
Capítulo 73- Anjo Ruivo
Capítulo 74- Amor de diamante
Capítulo 75- Para sempre
Capítulo 76- Um Natal para relembrar
Capítulo 77- Tudo o que importa
Capítulo 78- Um grande novo ano
História Nova
Capítulo 79- A segurança dos seus braços
Capítulo 80- Can't take my eyes off you
Capítulo 81- Inesquecível amor
Capítulo 82- O casamento do ano
Capítulo 83- Lua de Mel Havaiana
Capítulo 84- Uma nova vida juntos
Capítulo 85- Inseguranças e Fragilidades
Capítulo 86- Ao nascer do sol
Capítulo 87- O caminho de volta
Capítulo 88- O ingrediente principal
Capítulo 89- Na alegria ou na tristeza.
Capítulo 90- O benefício da dúvida
Capítulo 91- Amor e mágoa
Capítulo 92- Impasse
Capítulo 93- Uma longa noite
Capítulo 94- Sob o mesmo céu
Capítulo 95- Juntos
Capítulo 96- A razão da minha felicidade
Capítulo 97- Alcançando as estrelas
Capítulo 98- Acerto de contas
Capítulo 99- A vida por um fio
Capítulo 100- Garota Extraordinária
Capítulo 101- Na dor
Capítulo 102- A beleza de Vênus
Capítulo 103- The way I love you
Capítulo 104- Reconstruindo sonhos
Capítulo 105- Amor de mãe
Capítulo 106- Um novo tempo
Capítulo 107- Entre a mágoa e o perdão
Capítulo 108- Redescobrindo o passado
Capítulo 109 - Universo particular
Capítulo 110 - Esposa perfeita
Capítulo 111- Paraíso na terra
Capítulo 112- Um futuro cheio de promessas
Capítulo 113- O perdão é a cura da alma
Capítulo 114 - Lucy
Epílogo
Agradecimentos
Prêmios

Capítulo 68- Fogo

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De RosanaAparecidaMande


Olá, queridos leitores. DE novo estou postando de madrugada, então relevem os erros ortográfico. Aqui está mais um capítulo do nosso casal cada vez mais hot. Espero pelos comentários. Beijos


ANNE

Um mês havia se passado desde a morte de Sarah, e a vida aos poucos foi voltando aos trilhos. Gilbert voltara a sorrir, e apesar de Anne às vezes ainda o pegar pensativo em alguns momentos, pelo menos a raiva e a dor que vira ali no dia do enterro de Sarah não estava mais lá, o que para Anne era um grande alívio porque aquele Gilbert distante e rancoroso não combinava em nada com o homem com quem ela prometera se casar e amar para sempre.

Curiosamente, o tempo passou tão depressa que a ruivinha mal tivera uma oportunidade verdadeira para analisar tudo o que acontecera durante aquele período em sua vida, mas quando conseguia respirar entre seu trabalho e preparações para o casamento, Anne não podia deixar de pensar que apesar de tudo ela era uma garota de sorte.

Ela tinha amigos incríveis, uma vida que muitas das garotas da sua idade invejariam, e o amor do homem que sempre fora o único dono do seu coração. Ela estava feliz, e não se sentia mais vazia ou solitária. O tempo lhe provara que valera a pena por tudo que se sacrificara, e o melhor de tudo, valera a pena esperar por Gilbert.

O que viviam juntos era intenso, e Anne não pensara que seria assim. Na adolescência, eles tinham aquela atração entre eles, mas era um tipo de sentimento calmo que foi desabrochando devagar, era mais como as famosas borboletas que se agitam em seu estômago quando sentimentos puramente juvenis te atingem ao se apaixonar.

Porém, o que tinha com Gilbert era um furacão gigantesco onde milhares de emoções se misturavam ao mesmo tempo, a atiravam de um lado para outro, a tiravam de sua zona de conforto e a faziam encarar a si mesma com a verdade mais crua ao se olhar de manhã no espelho. Eram sentimentos carnais ao mesmo tempo espirituais, que a transformavam toda noite em uma mulher completamente passional, cheia de desejo que ultrapassava o limite do que já experimentara na vida.

E tudo isso ela descobrira com Gilbert, como não poderia deixar de ser. Anne acreditava que tudo aquilo estivesse adormecido dentro dela, e somente poderia ser despertado pelo homem certo, que sempre fora e sempre seria Gilbert.

Bastou um beijo para ela estar perdida, bastou um toque para ela entender que seria sempre dependente daquela sensação que a fazia se sentir tão bem como se fosse um entorpecente essencial para que ela vivesse, e depois de todo aquele tempo experimentando um tipo de amor que só poderia ser pleno nos braços de quem se amava, Anne podia afirmar com toda certeza que nunca se sentira tão mulher como Gilbert Blythe a fazia se sentir.

Ela se olhou no espelho, dando os retoques finais para as últimas fotos daquele dia, ao mesmo tempo em que seus olhos passavam pela revista de noiva para a qual ela e Gilbert tinham pousado.
A tiragem tinha sido um grande sucesso, tanto, que o número tinha se esgotado em questão de uma semana em todas as bancas e locais que vendiam aquele tipo de produção.

De repente, todos queriam saber quem era o modelo masculino que pousara com a garota ruiva deslumbrante, e Anne, sabendo que Gilbert se sentiria pouco confortável com isso, pediu a sua agente que nenhuma informação sobre seu noivo vazasse, pois isso acabaria trazendo um tipo de popularidade a Gilbert que ele detestaria.

Mas, ainda assim, algumas fãs mais atiradas fizeram sua pesquisa valer a pena e descobriram que o modelo gostoso da capa de revista do mês das noivas era o Dr. Blythe do hospital do centro da cidade, o que valeu a Gilbert vários telefonemas insinuantes que ele fez questão de contar a Anne, que se divertiu imensamente com a situação enquanto Gilbert se mostrava indignado.
Eles estavam na cozinha do apartamento dele, e jantavam juntos quando ele disse todo agitado:

- Você acredita que a garota nem fez questão de ser discreta? Ela simplesmente me perguntou se eu tinha um horário livre na minha agenda para ir até a casa dela examiná-la, e é lógico que seria um exame corpo a corpo.

- São os louros da fama, amor. - Anne disse rindo da expressão chocada de Gilbert, sem sentir realmente nenhum ciúme. Aquela sua nova faceta de mulher confiante no seu taco, Anne também devia a Gilbert, por mostrar a ela todas as noites enquanto se amavam que ela era a única mulher que ele desejava em sua vida.

- Você só pode estar brincando. Como consegue viver com esse assédio constante? - de repente, algo lhe ocorreu e Gilbert olhou para ela perguntando:- Não vai me dizer que recebe esse tipo de proposta também?

- Não tão explicitamente assim, mas as insinuações são bem claras. - Anne admitiu vendo o rosto de Gilbert ficar vermelho, indicando claramente que ele ficara zangado com aquela ideia.

- É quem é o cara que fez isso? Eu terei o imenso prazer em lhe mostrar que você é só minha. - ele disse aquilo com tanta possessividade que Anne sentiu sua pele se arrepiar. Ela nunca pensara que a ideia de pertencer a alguém a deixaria tão excitada, pois aquele tipo de sentimento no passado a deixava zangada, pois a fazia se sentir como um objeto e não uma pessoa, mas, quando ouvia Gilbert falar daquela maneira a sensação era outra, pois Anne se sentia amada, cuidada e muito desejada, e essa sensação era a melhor do mundo.

Ela se levantou e se sentou no colo dele, seus braços enlaçaram o pescoço de Gilbert, enquanto suas duas pernas ficavam uma de cada lado do corpo dele. Ela aproximou o rosto do dele do jeito que mais gostava, porque assim tinha uma visão ampla de todos os contornos e perfeições que ela nunca encontrara em homem nenhum. Gilbert sorriu, e Anne sentiu aquele calor que a aquecia em cada terminação nervosa, e lhe tirava o ar, fazia com que seu corpo inteiro fosse atraído por ele e o quisesse cada vez mais perto.

- Adoro quando sente ciúmes. Me faz me sentir poderosa. - os dedos dela escorregaram pela face dele em uma carícia suave, aumentando o sorriso de Gilbert.

- Você adora me ver ardendo por você, não é? Adora que eu me sinta totalmente rendido aos seus pés. Como pode ser tão maldosa, Anne? - ele subiu as mãos pelas laterais do corpo de Anne, e ela se aproximou um pouco mais dele, seu peito esmagado contra a parede de músculos do dele, seu polegar subiu até o queixo de Gilbert e o tocou de leve:

- Eu amo tudo em você, desde estes cachinhos lindos até esse sorriso que não esconde nunca o que está pensando de mim. Sem contar o resto do corpo que é um arraso vestido ou despido. E eu só posso agradecer a Deus pelo meu noivo ser tão gostoso. - ela mordicou o lábio inferior de Gilbert e ele riu sem dizer nada, e assim ela continuou-: E quanto a querer vê-los aos meus pés, a ideia não é exatamente essa, mas, quando você faz essa cara de possessivo, querido, você fica tão sexy que mal posso me controlar- ela juntou seus lábios em um beijo que começou calmo, e em menos de um segundo já tinha esquentado tanto que eles estavam quase sem ar quando se separaram.

- Você sempre tem pensamentos indecorosos, meu amor.

- A seu respeito? O tempo todo. - Anne disse escondendo o rosto na curva do pescoço de Gilbert, sentindo-lhe a respiração morna agitando-lhe os cabelos.

- Acho que também tenho que agradecer a Deus por ter essa pequena pervertida como noiva. Vou te contar um segredo. - ele se aproximou do ouvido dela e disse; - eu fantasio com você o tempo todo.

- Que tipo de fantasias? - Anne o provocou um pouco no mesmo tom baixo que ele usara para falar com ela, beijando-lhe o pescoço bem perto de sua orelha, e sentiu Gilbert estremecer de leve

- De todos os tipos. - ele disse apertando-lhe os quadris com as mãos.

- Depois você ainda diz que pervertida sou eu, Dr. Blythe. Um médico respeitável como você deveria controlar mais seus impulsos. - ela mordiscou a orelha de Gilbert, e ele se movimentou embaixo dela inquieto.

- Você não pode me culpar por isso, principalmente quando tenho você sentada em meu colo dessa maneira. - Anne sentiu as mãos de Gilbert entrando por dentro de sua camisa de seda, e sorriu ansiosa pelo toque dele em sua pele inteira

- Diz que não gosta quando estamos assim? - ela perguntou, movimentando seu corpo encontro ao dele, ouvindo Gilbert gemer em seu ouvido, deixando-a ainda mais agitada. Ela amava aquele som rouco que indicava claramente que o controle de Gilbert estava a ponto de acabar.

- Se eu gosto? Eu sonho com isso o dia todo. - ele confessou passando seu queixo por todo o rosto dela, enquanto Anne abria sua camisa e acariciava seu peito, correndo as mãos até seu abdômen definido.

- Então, essa é uma de suas fantasias, Dr. Blythe? Passar a noite comigo em seu colo? - a camisa dele foi atirada ao chão, e Anne deu uma boa olhava no dorso dele nu que lhe tirava todo o ar dos pulmões. Ela nunca iria se acostumar com toda aquela beleza masculina que era perfeita demais. Gilbert Blythe era perfeito inteiro. Como ela tivera a sorte de conquistar-lhe o coração?

- Sim, de preferência toda nua. - ele respondeu, e Anne parou de pensar, pois os lábios dele lhe desceram pela garganta e foi afastando qualquer tecido que lhe dificultasse o acesso ao corpo dela.

O resto da noite foi uma loucura, e ela estava feliz pelo apartamento ser todo a prova de som, porque se não teria sérios problemas com os vizinhos. Mas, mesmo que não fosse, ela dificilmente se controlaria porque aquela intensidade toda de sentimentos por Gilbert era algo sem o qual não viveria. Era lindo ver aquele desejo nos olhos dele quando olhava para o seu corpo quase com adoração, e quando ele a tocava, Gilbert sempre tinha um sorriso nos lábios como se lhe rendesse uma reverência, e Anne então se sentia uma verdadeira rainha naquele castelo de amor que ambos construíram juntos.

Havia uma outra coisa que Anne andara percebendo em sua intimidade com Gilbert. Desde que ela decidira que queria ter um filho, ela sentia seu desejo por ele mais ardente, mas isso não se devia ao fato de que estava obcecada com a ideia. Não passava o dia pensando nisso, e nem ficava lendo todos os artigos que lhe caiam nas mãos a esse respeito. Ela gostava de imaginar como seria se ver grávida, sua barriga crescendo a cada dia e se corpo se transformando para abrigar melhor seu filho tão esperado. Gilbert também estava feliz com aquilo, e o apoio dele incondicional não tinha preço. Ela tivera medo que ele rejeitasse a ideia quando ela lhe propôs que tivessem um filho, e foi uma enorme surpresa descobrir que ele queria tentar imediatamente, e não deixar para depois do casamento como era seu desejo inicial.

Cole lhe perguntara se ela não se importava de entrar na igreja já carregando o filho de Gilbert, pois a maioria das noivas desejariam ter um uma silhueta perfeita no dia do casamento para exibi-lo no seus vestido dos sonhos, mas, Anne lhe respondera que não havia coisa que desejava mais do que levar seu bebezinho com ela no dia mais importante de sua vida.

Ela desceu as mãos para sua barriga, e sorriu secretamente. Talvez aquele sonho se realizasse mais cedo do que esperava, pois ela tinha parado de tomar pílulas anticoncepcionais a um mês, e estava atrasada a mais ou menos uma semana, e mal podia conter sua ansiedade. Ela decidira esperar um pouco mais para fazer o teste de gravidez, e depois se estivesse confirmado, ela teria que pedir a Marilla que modificasse seu vestido de noiva, pois o modelo original cuja foto enviara para ela era de formato mais justo que não era exatamente apropriado para uma grávida de três meses já que o casamento se realizaria dali a quatro meses.

Anne também queria esperar para contar sobre suas suspeitas para Gilbert, pois desejava lhe fazer uma surpresa que ela tinha certeza que ele amaria, mas, sua ansiedade a fez contar para Cole que surtou ao saber que poderia ser tio em breve. O amigo a enchera de beijos e carinhos quando Anne lhe contara, e parecia mais ansioso que ela pela confirmação de que ela seria mãe, e tal pensamento lhe causava todos os tipos de sentimentos que ela tentava controlar em vão. Anne estava eufórica com a ideia de que seu desejo fosse em breve não somente uma fantasia sua, mas sim algo real e palpável que coroaria para sempre sua felicidade e de Gilbert, ao mesmo tempo, um certo receio tomava conta dela ao pensar na responsabilidade que teria ao gerar um outro ser humano, pois estaria assumindo o compromisso de cuidar e zelar para que essa criança tivesse uma vida sadia e tranquila com pais que a amavam e fariam tudo por ela, bem diferente da infância que Anne tivera, pois em sua cabeça, ela fora gerada por total irresponsabilidade de uma mulher que não estava preparada para aquele tipo de tarefa, e se livrara dela na primeira oportunidade. Anne não gostava de julgar as pessoas, mas, se tinha uma coisa da qual tinha certeza era de que nunca seria uma mãe relapsa como a sua fora.

-- Anne, está pronta? A sessão vai começar. - Eduard, seu fotógrafo perguntou.

- Já estou indo. - Anne respondeu ajeitando os cabelos pela última vez e sorrindo pra si mesma no seu reflexo no espelho.

A sessão não demorou muito tempo, e quando estavam perto da hora do almoço, Anne já tinha realizado todas as sequências do dia. Ela se vestiu e estava saindo para ir para casa quando encontrou Peter na porta de entrada que a cumprimentou com um sorris que em outros tempos teria dado voltas em sua cabeça, mas, no tempo presente, não surtia nenhum efeito sobre ela.

- Olá, baby. Já está indo embora?

- Sim. Minhas sessões acabaram mais cedo hoje. - Anne respondeu educadamente, pois a simples presença de Peter a deixava desconfortável. Talvez fosse pela maneira com que ele a olhava não deixando escapar nenhum detalhe de sua aparência. Eram olhos de predador, de quem esperava que sua vítima se descuidasse para atacar. Anne não sabia quando começara a se sentir assim em relação a ele, mas, havia algo naqueles olhos que lhe dava calafrios.

- Você virá para a festa do estúdio, eu presumo. - ele perguntou com as mãos no bolso de sua calça jeans.

- Sim, eu e Gilbert somos os convidados de honra, então, não podemos faltar. - a festa seria naquele sábado, e era para comemorar o sucesso da vendagem da revista de noivas, por isso, Anne convencera Gilbert a participar, mesmo, o noivo não desejando fazê-lo a princípio.

- Ah, claro. Seu noivo virá com você. – Peter disse parecendo decepcionado.

- Achou que eu viria sozinha? - Anne perguntou, arqueando uma sobrancelha. Quem olhasse para aquele rosto bonito não podia imaginar que Peter era um completo canalha.

- Para falar a verdade, eu achei sim. - ele disse olhando-a intensamente.

- Por que não desiste, Peter? Eu já te disse que você não tem chance nenhuma, pois a perdeu a muito tempo.

- Anne, eu ainda não consigo pôr em minha cabeça o que aquele médico tem a ver com você. Vocês não combinam, babe, eu e você sim. - ele estendeu a mão tentando tocar o cabelo de Anne, mas, ela deu passo para trás, e ele acabou deixando os braços penderem aos lado do corpo.

- Peter, você diz isso porque não conhece, Gilbert, mas, não tenho a menor vontade de te convencer de nada. Mas se quer mesmo saber porque estou com ele, eu vou te dizer. Eu o amor, Peter, e amor é uma coisa da qual você desconhece. Gilbert é um homem de verdade, ao passo que você não passa de um playboy mimado, que pensa que seduzir garotas te faz ficar mais popular. Ele me faz feliz, e me faz sentir amada, e isso é algo que nunca encontrei em você. Agora se me der licença, eu tenho muita coisa para fazer. Tenha uma boa tarde. - dito isso ela foi para o ponto de táxi onde um carro já a esperava, e quando estava a caminho de casa ela recebeu uma mensagem de Cole que a visitaria naquela tarde, e essa notícia encheu seu coração de alegria, pois adorava passar horas em companhia de Cole. Ele era o melhor amigo que uma garota como ela poderia ter.

Quando chegou em casa, ela foi tomar um banho, e para sua enorme consternação ela percebeu que seu período tinha chegado, atestando que ela não estava grávida. Uma grande tristeza tomou conta dela ao ver que suas esperanças tinham sido desfeitas. Anne tinha tanta certeza que seu bebezinho já' estava a caminho e descobrir que fora um engano de certo modo era um golpe para ela. Ainda assim, ela tentou se animar dizendo a si mesa que não tinha sido daquela vez, mas, em uma próxima, ela com certeza engravidaria.

- Quando Cole chegou naquela tarde, ela tentou esconder seu desapontamento, mas, então ele lhe entregou um enorme pacote, e ao abri-lo, Anne viu que ali havia uma enorme quantidade de roupinhas de bebês de todas as cores. Seus olhos marejaram, e ela tentou bravamente não chorar, porém, as palavras do amigo a seguir não ajudou em nada em seu autocontrole:

- Querida, acho que me empolguei. Mas, quando passei em frente de uma loja de bebês no shopping não pude resistir, e como não sabemos ainda o sexo do bebê, resolvi comprar mais de uma. E então, você gostou? - ao ver o rosto feliz do amigo ansioso por saber sua opinião sobre o enxoval de bebê que ele lhe compara, ela não pôde mais segurar o choro e explodiu em soluços deixando Cole assustado. Ele correu para ela ao ver lágrimas rolando sem parar pelo rosto rosado da amiga, e abraçando-a, ele perguntou preocupado:

- Anne, eu disse algo errado. - Anne balançou a cabeça negando, enquanto tentava se controlar o suficiente para contar a Cole o que estava se passando com ela. Em um suspiro profundo, ela por fim confessou:

- Eu não estou grávida, Cole. Meu período chegou hoje. Foi alarme falso. - Anne abaixou a cabeça, pois não desejava ver a decepção no rosto de Cole que era a sua também

- Ei, meu bem. Isso não é o fim do mundo. Não era o momento certo. Essas coisas não tem como serem prevista. É o corpo que dita as regras e não nós. Não fique tão triste assim. Você será mãe, basta ter paciência.

- Eu sei, mas, eu queria tanto que tivesse sido verdade. Gilbert teria ficado tão feliz. Eu quero muito dar esse presente para ele. - ela disse se lamentando, porém, mais calma.

- Você se esquece que Gilbert é médico, e sabe muito bem como essas coisas funcionam. Tenha calma, Anne. Tudo o que quer vai se realizar. - ela balançou a cabeça concordando.

Depois que Cole foi embora naquele dia, Anne ainda se sentia arrasada, e apesar de saber que ele estava certo, ela não conseguia deixar de se sentir triste. Eu realmente queria ser mãe e ver suas esperanças serem destruídas naquela tarde pesou demais sobre ela. Anne sabia que teria muito tempo para mais tentativas, porque era jovem e saudável, mas esperava de todo o coração que não demorasse tanto para realizar esse desejo que era a coisa mais importante para ela naquele momento além de Gilbert.

GILBERT

Gilbert tomava seu café calmamente na sala dos médicos, pois conseguira finalmente um horário vago entre tantas consultas naquele dia movimentado, e ainda teria várias horas de trabalho pela frente antes de encerrar o expediente de vez.

Aquele último mês fora tão movimentado que Gilbert quase não tivera tempo em sua agenda para suas coisas pessoais, mas do que não abria mão de jeito nenhum era de seus momentos com Anne. Ela vinha em primeiro lugar em suas listas de prioridades, e encontrá-la à sua espera no fim do dia era seu maior prazer.

Estavam vivendo os melhores momentos de suas vidas juntos, e compartilhar com ela cada segundo elevava tudo a um grau de importância enorme, porque depois de anos guardando seus sentimentos e pensamentos apenas para si mesmo, era incrível ter alguém como ela que sempre o entendera tão bem para ajudá-lo a aliviar a carga de suas emoções às vezes inconstantes.

Após a morte de Sarah, ele ficara realmente arrasado, mas, com a ajuda de Anne e seu amor por ele o ajudara a superar os primeiros dias de sua depressão. Ela lhe mostrara o quanto o seu trabalho de médico era importante, e o fizera lembrar porque escolhera aquela profissão em primeiro lugar.

Fora dela a ideia de Gilbert em começar quase que imediatamente a trabalhar na área de oncologia do hospital que lhe cedeu generosamente o espaço para que ele fizesse as modificações que desejasse, e as obras já estavam a pleno vapor. Gilbert esperava que pudessem inaugurar a nova ala em dois meses, e teria o nome de Sarah, outra sugestão de Anne.

Um sorriso se desenhou em seus lábios ao pensar nela na noite anterior depois que lhe contara sobre os inúmeros telefonemas que vinha recebendo depois das fotos que fizera com ela. A princípio, Gilbert pensara que ela ficaria zangada ou ciumenta, mas ela o surpreendera com seus comentários cheios de humor a respeito dos convites ousados que ele recebera de suas supostas fãs como Anne gosta da de dizer.

Ela agira de uma maneira tão madura que o fez admirá-la ainda mais. Anne vinha amadurecendo com o relacionamento deles, e não se comportava mais com tanta insegurança. Gilbert gostava dessa nova fase dela, uma mulher confiante, ousada e que sabia deixá-lo louco como nenhuma outra. Quando ele poderia imaginar que sua amiga de infância teria dentro de si aquele vulcão em constante erupção? Ela sabia ser provocante sem ser vulgar ou exagerada em suas insinuações. Anne sabia acender o fogo dele na medida certa, e também como alimentá-lo e saciá-lo quando estavam a ponto de entrar em combustão. Aquela mulher era tão doce, e quente, tão apaixonada e terna, era a amante perfeita, seu fruto proibido, um vendaval de emoções, um oceano inteiro de luxúria na qual ele não se importava nem um pouco em mergulhar de corpo inteiro. Gilbert nunca sentira aquele desejo primitivo por alguém antes, e Anne despertava nele sensações desconhecidas, envolventes e irresistíveis. Fazer amor com ela ainda era uma descoberta, mesmo que ele já a tivesse tido de todas as formas que se pudesse imaginar. Ela o fazia ir de encontro ao inesperado, e se aventurara cada vez mais naquela pequena loucura que criavam juntos em seu ninho de amor.

Cada fibra de seu ser a amava, cada gota de seu sangue corria por ela, e cada batida de seu coração chamava pelo nome dela como se estivesse preso ao feitiço mais poderoso da face da terra, assim o sentimento somente crescia, se multiplicava, criava pontes que os levavam cada vez mais longe na viagem de suas emoções mais cruas e nuas para a luz do mundo. Ele nunca tivera isso com ninguém antes, porque somente poderia sentir isso com ela. Gilbert nunca experimentara aquela força que minava sua resistência, que o empurrava de encontro aquela garota ruiva que o tinha sob seus domínios. Ela era a resposta para suas perguntas do passado que o levaram um dia a se questionar se a sua metade faltando existia em algum lugar, e ali estava Anne, a fada de seus sonhos, a garota que um dia o fizera prometer que nunca se separariam, e a quem ele cumpria finalmente aquela promessa.

O celular dele sinalizou uma mensagem, e mais uma vez Gilbert sorriu, ao ver que era de Anne lembrando-o sobre a festa daquele sábado. Haveria uma comemoração por conta dos sucessos das fotos para o qual ele não dava a mínima, porque não as fizera em proveito próprio, ele quisera fazer Anne feliz e uma vez que conseguira, ele realmente não se importava com os resultados daquele trabalho. Fora divertido brincar de modelo por um dia, porém, Gilbert não pertencia aquele mundo. Ele podia aceitar que Anne trabalhasse como garota propaganda de uma marca, mas, Gilbert não pretendia fazer algo assim de novo.

O rapaz achava estranho dirigir pelo cento da cidade e ver suas fotos espalhadas por outdoors gigantescos, Eu não conseguia se reconhecer naquelas fotos, era como se uma outra parte dele estivesse exposta ali. Felizmente entre seus pacientes do Hospital Central de Nova Iorque ninguém parecia associá-lo ao o mundo da moda, e se não fosse pelos telefonemas escandalosos, tudo aquilo passaria despercebido. Anne tinha razão, ele nascera mesmo para ser médico com todas as dificuldades e desafios que a profissão lhe proporcionava, o hospital era sua segunda casa, e seu jaleco branco com seu nome gravado nele era a única moda aceitável dentro daquele ambiente ao qual parte de seu coração pertencia.

De qualquer forma, ele iria para aquela festa, porque queria que Anne sentisse que ele apoiava seu trabalho cem por cento. Ela se sentia confortável dentro daquele ambiente, e Gilbert prometeu a si mesmo que faria um esforço para se sentir confortável também; Duas horas de festa não seriam o fim de mundo, e Anne lhe dissera que tudo o que ele teria que fazer era sorrir. Não precisaria atender a imprensa se não quisesse, e também não precisaria se forçar a conversar com quem não desejasse. Era apenas um evento social que fazia parte daquele tipo de contexto, e querendo ou não, Anne era obrigada a comparecer, principalmente ela sendo a modelo principal da campanha. Contudo, Gilbert não precisaria ir, mas, ela desejava que ele estivesse lá com ela, porque a presença dele ao seu lado faria toda a diferença.

Sentir que Anne precisava dele de alguma maneira também fazia uma diferença enorme para Gilbert, pois lhe dava a sensação de que realmente estavam juntos em todas as fases de suas vidas, e era assim que devia ser já que em quatro meses se casariam. Ele ainda custava a acreditar que seu maior sonho se realizaria, e que ele e Anne seriam abençoados por laços divinos, e só faltava um filho para que sua felicidade fosse completa, e ele viria quando estivessem realmente prontos para recebê-lo.

-- Parece que a celebridade do momento está preocupada com algo. - Daniel disse debochando do amigo. Ele vinha fazendo piadinhas sobre aquilo desde que vira um pôster de Gilbert em um prédio na Quinta Avenida.

- Não amola, engraçadinho. Esse título não me interessa. - Gilbert disse ralhando com Daniel que continuava com seu sorriso simpático no rosto.

- Devia falar isso para a conta de telefone do hospital. Você sabia que a cota de pacientes l dobrou por sua causa? – Gilbert o olhou com a testa franzida e respondeu:

- Isso não é verdade, Daniel.

- É claro que é. Você diz isso porque não ficou de plantão nos últimos dias. Você não sabe quantas mulheres eu atendi durante o dia que queriam ser examinadas pelo Dr. Blythe. E quando eu dizia que elas teriam que se contentar com o Dr. Daniel, pois o médico em questão não estava, a enfermidade delas melhorava rapidinho. Dá para acreditar nisso? - Daniel perguntou, enchendo a própria xícara de café puro.

- Desculpe-me por esse transtorno, Daniel. Eu não imaginei que a proporção disso tudo seria enorme. - Gilbert disse constrangido.

- Não esquenta Blythe. Até que foi divertido ver esse hospital agitado por algo que não fosse uma epidemia. Eu e Gabi fizemos muita piada disso tudo. - Daniel deu um grande gole em seu café enquanto observava Gilbert ainda sorridente.

- Ah, quer dizer que já estão íntimos assim? - Gilbert perguntou divertido.

- Estamos nos dando bem, Blythe. Isso é tudo o que tenho a dizer. Ela aceitou jantar comigo outro dia, mas, apenas conversamos. Eu sei que sou apaixonado por ela desde sempre, Contudo tenho que lutar contra um fantasma que após três anos, Gabriela ainda idolatra. - Daniel suspirou fundo e continuou desabafando. Era raro ele se abrir assim, pois na maior parte do tempo ele era mais fechado do que Gilbert, e se estava falando daquela maneira era porque precisava falar com alguém, por isso, Gilbert se mostrou bastante interessado na conversa. - Não sei se consigo competir com um santo.-- Daniel disse desanimado.

- Tenha paciência, meu amigo. Não deve ser fácil para ela também. - Gilbert disse tentando consolar Daniel.

- Eu tenho tido paciência, Gilbert. Não quero forçá-la a nada. Eu posso entender o amor que ela e Paul partilharam, eu só não consigo entender, porque alguém que diz se sentir tão bem ao meu lado, não me deixa aproximar dela. Eu sei que poderia fazê-la feliz se Gabriela me desse uma chance. - ele se lamentou.

- Daniel, eu tive que esperar pela Anne por sete anos, e olha onde estamos agora. Eu nunca fui tão feliz em toda minha vida. Se eu tivesse me casado com outra garota que não fosse ela, eu tenho certeza que minha vida seria um completo fracasso. A Anne nasceu para mim, assim como eu acredito que Gabriela nasceu para você, não perca a chance que a vida está lhe dando para conquistá-la. Não vai ser fácil, mas se acha que ela vale a pena, vá em frente e lute por ela.

- Ela vale a pena, Gilbert. Você acha que eu estaria insistindo assim se ela não fosse realmente importante para mim? Eu só não sei se ela sente a mesma coisa, e se é apenas medo de me deixar entrar na vida dela que a mantém tão distante de mim.

- Creio que terá que pagar para ver, meu amigo. Quando nos apaixonamos não há garantias, tudo o que podemos fazer é torcer para que dê certo. - Daniel concordou com a cabeça permanecendo pensativo enquanto terminava seu café. Quando ele saiu deixando Gilbert novamente sozinho, o rapaz se permitiu ficar mais alguns minutos relaxando, pois a tarde seria muito movimentada.

E realmente ele não teve mais nenhum minuto para um cafezinho rápido, pois o hospital parecia transbordar de pacientes naquele dia. Parecia que toda a Nova Iorque resolvera adoecer no mesmo dia. Em um certo momento em que ele conseguira dez minutos de pausa antes que o próximo paciente entrasse, o Dr.Phillips apareceu na porta e disse:

- Gilbert, tem um segundo?

- Claro, Dr. Phillips. - Gilbert disse olhando com curiosidade para seu antigo mentor que raramente aparecia em seu consultório a não ser que o assunto fosse importante.

- Você poderia vir até o meu consultório? Eu queria te mostrar uma coisa. - ele disse sério.

- Sim. - o rapaz respondeu e seguiu o médico mais velho no mesmo instante.

Assim que entraram, o Dr. Phillips caminhou até a sua mesa, pegou um envelope com exames e o entregou a Gilbert dizendo:

- Dê uma olhada nisso e me diga o que lhe parece.

Gilbert abriu o envelope e pegou o exame em suas mãos. Em poucos segundos seus olhos passaram sobre os resultados, e seu coração se apertou ao mesmo tempo em que ele perguntava:

- De quem são esses exames, Dr, Phillips?

- De um menino de doze anos. - aquela resposta abalou mais ainda o controle de Gilbert. Ele olhou novamente para os exames, desejando estar errado, mas os resultados eram claros.

- Dr. Phillips, esse garoto tem o mesmo tumor raro que Sarah teve.

- Sim, meu filho, e quero que entenda porque te chamei até aqui. - Gilbert olhou para seu antigo professor, tentando descobrir o que ele estava pensando, porém, não teve que esperar muito, pois o Dr. Phillips foi direto quando disse:

- Eu quero que assuma o caso. - Gilbert o olhou chocado, balançando a cabeça em negativa. Ele não podia estar lhe pedindo isso. Não agora que ele ainda estava abalado com a perda de uma amiga para aquele mesmo tipo de enfermidade.

- Dr. Philip, não creio que eu seja a pessoa mais indicada para isso.

- Pois eu penso exatamente o contrário. Você tratou de um tumor assim a pouco tempo, e creio que tem todos os conhecimentos necessários para indicar um tratamento eficaz imediatamente. - ele disse com a voz firme.

- Eu não sei se posso. É uma situação muito difícil para mim. - ele queria recusar, era cedo demais. A ferida ainda doía. Como ele poderia assumir aquele caso quando ele ainda não se sentia capaz para fazê-lo?

- Você pode sim, porque é um médico, e porque fez um juramento quando se formou. Todos nós perdemos pessoas que amamos, Gilbert, eu particularmente perdi mais paciente em minha vida do que posso me lembrar, mas, eu sempre tive um pensamento dentro de mim que nunca me deixou desistir. Sempre temos uma nova chance de fazer melhor em uma próxima vez, e é por isso que eu sei que você é a pessoa certa para isso. Você é obstinado como eu era na sua idade, e é de longe o médico com mais experiência nesse tipo de tumor. Então, Dr. Blythe, Vai aceitar o caso? - Gilbert levou um segundo para se decidir. Será que seria capaz de passar por toda aquela tensão de novo? Mas ao mesmo tempo um outro sentimento começou a se sobressair sobre esse, o do desafio, o de se dedicar a algo que poderia vencer na mesma proporção que poderia fracassar, mas, se não tentasse, nunca saberia. Então, ele respondeu:

- Eu aceito. - e assim mais uma batalha se iniciaria para salvar a vida de alguém, dessa vez uma criança que merecia a chance de chegar a vida adulta como um ser humano saudável e feliz.

Quando foi para casa naquele dia, Gilbert estava ansioso para contar a Anne sobre seu novo caso. Ele se sentia nervoso, mas, ao mesmo tempo esperançoso, pois o tumor ainda estava no estágio um, e se fosse tratado imediatamente as chances de curas seriam enormes. Contudo, quando abriu a porta do apartamento, todos os seus pensamentos sobre aquele assunto desapareceram ao ver Anne deitada no sofá em posição fetal. Ele se aproximou com cuidado, e percebeu no rosto dela traços de lagrimas recentes, o que o deixou aflito, imaginando o que poderia ter acontecido para deixá-la assim. Deste modo, ele se ajoelhou do lado dela e acariciando-lhe os cabelos ele disse:

- Amor, o que foi? Está sentindo alguma coisa?- Anne se virou para ele e no mesmo instante seus olhos se encheram de lágrimas, e assim, ela atirou seu braços ao redor do pescoço de Gilbert e começou a soluçar. O rapaz se sentou no sofá com ela em seu colo e continuou a perguntar:

- Querida. Diz para mim o que aconteceu. Está sentindo alguma dor?

- Eu não estou grávida, Gil. - ela disse de repente seu choro se intensificando.

- O que? - ele perguntou sem entender o que ela estava lhe dizendo.

- Eu estava atrasada a uma semana e pensei que estava grávida, mas eu estava enganada. Meu período veio hoje.

- É por isso que está assim? – ela assentiu com a cabeça, e ele disse:- Amor, não precisa ficar triste dessa maneira. Esse tipo de coisa acontece, e você precisa ter paciência. Se ficar ansiosa desse jeito só vai acabar se prejudicando. O aparelho reprodutor feminino tem o seu tempo certo de conceber, e talvez o seu ainda não tenha chegado. - ela o olhou com os olhos magoados e perguntou:

- E se tiver algum problema comigo e eu não conseguir engravidar?

- Anne, você fez todos os exames e não tem nada errado com você. Pare de pensar besteira. - ele a beijou de leve e depois disse de um jeito malicioso. - Apenas imagine o quanto será divertido continuarmos praticando. - a risada cristalina dela lhe alegrou o coração, e então ele falou;

- Vou levá-la para o quarto e te fazer relaxar.

Após Gilbert lhe fazer uma massagem relaxante, Anne acabou adormecendo, e enquanto a observava ressonar, Gilbert sentiu seu coração se enternecer, pois adorava vê-la assim. Ele acariciou os rosto dela devagar, os cabelos. Em seguida ele a beijou no rosto, se aconchegou a ela com cuidado e em pouco tempo Gilbert caiu em um sono profundo e sem sonhos.

ANNE E GILBERT

Eram seis horas da tarde de sábado quando Anne começou a se arrumar para a festa da revista. Ela escolheu um vestido azul marinho sem alças com decote princesa justo até a cintura, e depois caía rodado até acima do joelho. Na barra havia um detalhe de rosas brancas bordadas que dava ao modelo um aspecto romântico e elegante.

Os cabelos foram mantidos soltos e apenas alguns cachos nas pontas foram feitos para darem mais destaque aos fios ruivos, e para completar o conjunto todo, Anne colocou um colar de pérolas ao redor do pescoço, presente de sua tia em seu aniversário de 18 anos, e calçou sandálias altíssimas do mesmo tom do vestido.

Quando saiu do quarto, Anne encontrou Gilbert já pronto a sua esperava. Ela parou de respirar um segundo, ao olhar para seu noivo maravilhosamente vestido com um smoking preto que parecia ter sido feito para ele sobre medida. O rapaz arrumara os cabelos com gel, domando assim seus cachinhos rebeldes, e aquele sorriso incrivelmente sedutor realçava o brilho dos olhos que naquela noite estava ainda mais intenso. Ele lhe estendeu a mão enquanto seu olhar acariciava cada detalhe da aparência de Anne, mostrando assim o quanto estava apreciando o que via ali a sua frente.

- Uau! Querida, você está deslumbrante. O que eu fiz para merecer toda essa maravilha para mim? - Gilbert disse galante beijando-lhe a mão carinhosamente.

- Obrigada, meu amor, mas, eu vou ter que te dizer que você está de arrasar um quarteirão inteiro. Por isso, eu lhe peço que fique do meu lado a noite inteira. Não quero nenhuma assanhada mostrando as garras para você. - Anne disse puxando Gilbert para ela.

- Minha gatinha ciumenta. - ele disse beijando-a na ponta do nariz, embora quisesse muito colar sua boca na de Anne. Porém, não queria estragar a maquiagem que ela teve tanto trabalho para fazer. - Duvido que exista mulher mais linda que você nessa festa. Você não tem concorrência nenhuma. - os olhos dele não abandonavam os dela, e Anne começou a sentir aquela sensação na boca de seu estômago, que subia pela sua coluna, e espalhava pelo seu corpo todo, deixando suas pernas feito gelatina. Ela respirou fundo, e segurou no braço dele e disse:

-É melhor irmos. Estão nos esperando.

- Tem certeza que quer mesmo ir? A gente podia ficar e fazer nossa própria festa particular. - Gilbert disse, passando os dedos de leve pelo ombro nu de Anne, causando-lhe arrepios. Aquele convite era tentador demais, pois qualquer momento com Gilbert seria uma comemoração e tanto, porém não podiam faltar a festa do estúdio.

- Gil, temos mesmo que ir. Eu sei que você detesta tudo isso, mas, eu prometo que não vamos demorar muito por lá. - Anne disse tocando o rosto dele de leve.

- Não se preocupe, Anne. Eu quero apenas estar com você, não importa onde seja. - Gilbert respondeu conduzindo Anne para fora do apartamento, até que saíram do elevador e foram para o estacionamento do prédio para pegar o carro de Gilbert.

No momento em que pisaram no estúdio, vários flashes de câmera explodiram sobre eles, cegando Gilbert momentaneamente. Anne, percebendo seu desconforto, se apressou em tirá-lo dali. Ela estava acostumada com toda aquela movimentação, mas para Gilbert aquilo tudo era muito novo, e a ruivinha duvidava que seu noivo apreciaria tanta badalação ao redor dele.

- Queridos, que bom que chegaram. - a agente de Anne disse ao vê-los se aproximar. - Todos estão esperando as estrelas da noite. - Gilbert olhou para Anne sentindo-se estranho no meio daquilo tudo. Ele passara a vida toda vivendo discretamente, e de repente, do dia para noite se via no meio de celebridades como se fosse uma delas, porém, se esse era o preço para ter Anne para sempre do seu lado ele faria todo o esforço necessário para se encaixar naquele mundo, muito embora, sua criação de homem do campo não tivesse lhe dado a elegância necessária para frequentar aquele tipo de ambiente. Ele olhou para Anne e percebeu que tudo nela fora moldado para se adequar aquele tipo de situação, destoando incrivelmente dele, mas, ele não se sentia mais incomodado com isso, porque eram essas diferenças que existiam entre eles que tornava o relacionamento perfeito, e ele não mudaria nada do que estava vivendo com ela naquele momento, e estava feliz por tudo estar acontecendo daquela maneira.

- Como se sente se tornando uma celebridade, Dr. Blythe? Creio que deve ser muito diferente de sua rotina no hospital. - Marilyn disse, quando Gilbert e Anne estavam tomando um coquetel de frutas.

- Eu continuo sendo a mesma pessoa. A estrela aqui é a Anne. Eu sou apenas um homem do campo exercendo a medicina em uma cidade grande. - Gilbert disse sorrindo para a amiga de Anne.

- Se pensa mesmo assim está enganado. Eu vi as fotos, e posso dizer que o você é bastante fotogênico. Se fosse modelo, faria muito sucesso.

- Não, obrigado. Como disse quero continuar a ser apenas um médico. - Gilbert respondeu abraçando a cintura de Anne.

A festa não estava tão desagradável com o Gilbert pensara que seria, e mesmo não querendo admitir, ele estava se divertindo. Anne lhe apresentou diversas pessoas agradáveis com quem ele travou conversas bem interessantes. Anne também ficara surpresa por ver Gilbert tão à vontade em um ambiente do qual ela sabia que ele não era exatamente um fã. Ela até o viu sorrir conversando com algumas de suas amigas, e era um alívio ver que Gilbert não parecia entediado por conhecer o mundo das celebridades como ela pensara que ele ficaria a princípio. Aquele era o mundo no qual ela vivia, e estava feliz por Gilbert fazer parte dele mesmo que indiretamente.

- Gilbert, você tiraria uma foto comigo? - sua agente pediu, e Gilbert olhou para Anne como se lhe pedisse permissão. Anne balançou a cabeça concordando, e ele disse:

- Está bem. - e a seguiu até os fotógrafos da festa que tiraram várias fotos dos dois em vários ângulos. Anne ficou apenas observando a distância com cara de boba, admirando a beleza de Gilbert como fizera a noite toda.

- Você realmente ama esse homem, não? - Marilyn perguntou ao se aproximar de Anne.

- Eu sou completamente louca por ele - ela admitiu com um sorriso.

- Anne, eu sou sua amiga, e por isso, vai concordar com o que eu vou dizer. Cá entre nós, minha querida, o seu noivo é muito gostoso- Anne olhou para Marilyn e deu uma gargalhada dizendo:

- Você continua descarada.

- Você sabe que sou bem sincera. Eu preciso de um homem como esse para mim. - Marylin disse suspirando dramaticamente.

- Esse já tem dona, querida. Mas, se quiser, posso te apresentar alguns amigos de Gilbert. Quem sabe não encontra seu príncipe encantado em um fazendeiro como eu. - Anne disse brincando. Marylin era casada com a profissão, e não pensava em se comprometer com alguém tão cedo. Ela também era bastante tranquila em relação a relacionamentos, e Anne pensou divertida que se Cole gostasse de garotas, ele e Marylin fariam um parte perfeito, pois tinham temperamentos muito parecidos.

- Combinado, minha querida. Quando voltar para Avonlea, vê se traz um fazendeiro bonitão a tiracolo para me conhecer. Estamos em falta de homens de verdade nessa cidade. - Marylin disse bufando, e Anne riu novamente completamente de bom humor.

Mas, esse bem-estar não duraria muito tempo, porque no momentos seguinte ela notou uma movimentação na porta, o que indicava que mais celebridades estavam chegando. Assim, ela esticou o pescoço curiosa para ver quem causaria tanto frisson ao aparecer na festa, e sentiu todo o ar de seu pulmão se congelar ao ver Peter chegar acompanhado de Monique Bells. O que ela estaria fazendo ali? Será que os dois eram um casal? Monique devia ser uns oito anos mais velha que Peter, e embora Anne não tivesse esse tipo de preconceito, ela apenas achava que que Monique era muita culta e inteligente para se amarrar em um rapaz como aquele que além da beleza não tinha nem um pouco de profundidade.

Ele veio em sua direção ao vê-la parada sozinha no meio do salão, enquanto Gilbert ainda tirava algumas fotos, deixando Anne completamente desconfortável. Ela não estava com um pingo de vontade de conversar com ele, mas, percebeu que seria mal-educada se o evitasse deliberadamente, por isso, ela esperou pacientemente que eles se aproximassem.

- Boa noite, querida Anne. Você está radiante como sempre. - Monique disse com seu costumeiro bom humor.

- Obrigada. Você também está linda. - Anne elogiou, observando a silhueta perfeita da moça em um vestido preto e longo, que valorizavam suas curvas avantajadas.

- Quanta gentileza, querida. Você é adorável. - Anne sentiu um certo tom de ironia na voz de Monique, mas, o ignorou.

- Você realmente está bonita, Anne. - Peter elogiou-a.

- Você veio participar da festa com Peter? - Anne perguntou não aguentando a curiosidade dentro de si, porque de algum modo aqueles dois juntos estava lhe causando um sentimento estranho e desagradável, e ela não sabia exatamente por que.

- Sim, ele é um velho amigo. Monique disse alisando o braço de Peter com intimidade, confirmando assim parte de suas suspeitas. Eles definitivamente eram um casal.

- Vamos circular pela festa, quer vir conosco? - Peter perguntou, e Anne balançou a cabeça negando.

- Estou esperando, meu noivo. - Peter seguiu o seu olhar encontrando Gilbert do outro lado da sala que pousava para mais algumas fotos. O rosto dele mudou repentinamente para um ar zangado quando ele disse:

- Ah, então, ele veio.

- Sim, ele veio. Eu te disse que ele me acompanharia. - Anne disse igualmente séria.

- Eu achei que talvez ele mudasse de ideia. - Peter explicou e Anne detestou seu ar de arrogância. Como Monique que era uma mulher feita fora se envolver com um cara tão estúpido, e vazio como Peter? O amor podia mesmo ser cego em alguns caso, embora duvidasse que o que rolhava entre dois fosse mais do que companheiros de sexo,

- Vamos circular por ai, Peter. Você me prometeu que íamos nos divertir. - Monique disse impaciente.

- Claro. Até mais, Anne. - ele disse olhando-a de um jeito estranho que lhe causou um sensação esquisita.

Assim que se afastaram, Gilbert se aproximou de Anne após conseguir finalmente se livrar da agente de Anne que estava visivelmente encantada pela presença dele na festa.

- Parece que ganhou uma fã de peso, Dr, Blythe.

- Nem brinca com uma coisa dessas. - Gilbert disse se benzendo fazendo Anne rir da sua cara de enfado.

- Vamos dançar? Não te abracei direito a noite toda. - ele disse segurando com carinho no pulso dela.

- Vamos, sim. - Anne respondeu, e ele a levou para um salão onde vários casais partilhavam sua intimidade ao som de músicas bem românticas. O jovem médico a enlaçou pela cintura, e Anne o abraçou colando seu corpo no dele, e assim começaram a se mover ao mesmo tempo, sentindo seus músculos e membros em perfeita sincronia. Anne deitou a cabeça no ombro dele, e Gilbert enterrou o nariz no pescoço dela dizendo:

- Que cheiro delicioso. É perfume novo?

- Sim. Ganhei do Cole. É Chanel 5. - Anne disse enquanto sentia Gilbert deslizar os lábios pelo seu pescoço, e por isso fechou os olhos, porque teve que usar toda a sua força de vontade e reprimir um gemido que lhe chegou aos lábios. Ela apertou o ombro de Gilbert com força e disse:

- Você está jogando sujo comigo, Dr. Blythe.

- Por que? A gatinha está ficando quente? - ele disse mordiscando-lhe o pescoço.de leve, e Anne sentiu seu corpo vibrar, feliz por estarem dançando na penumbra, porque assim ninguém perceberia o jogo de sedução que Gilbert estava fazendo com ela naquela sala,

- Gil. - ela disse em um tom baixo que soou rouco ao ouvido de Gilbert. Ele adorava vê-la assim por causa dele, e estava morrendo de vontade de ficar sozinho com ela.

- Acho que está ficando quente demais aqui para nós dois. Quer ir para outro lugar? – ele disse insinuante, e Anne concordou com a cabeça.

- Vamos sair a francesa, assim ninguém vai perceber que deixamos a festa cedo. - Gilbert disse, pegando Anne pela mão, e puxando-a para a saída do outro lado do salão, assim evitariam a entrada e os fotógrafos que ainda circulavam por ali. Quando ganharam a rua, Anne se sentia como uma adolescente saindo às escondidas do pai para ter um encontro proibido com o namorado.

Gilbert dirigiu por alguns minutos, então, Anne percebeu que ele tinha mudado a rota do apartamento deles. Ela olhou intrigada para o rapaz e perguntou:

- Para onde estamos indo?

- Eu queria ficar sozinho com você em outro lugar, por isso, resolvi que não iriámos para o apartamento essa noite. - ele disse sorrindo feito um garotinho levado.

- O que está aprontando?

- Nada de mais. Eu apenas reservei um quarto de hotel para nós dois. Você tem estado tensa esses dias, e achei que deveria levá-la para outro lugar para relaxar.

- Vou ganhar aquela massagem maravilhosa? - Anne respondeu olhando-o com intensidade e Gilbert respondeu:

- Vai ter tudo o que quiser, amor. - ele apertou de leve a coxa de Anne que o vestido curto deixava à mostra, e ela soube que a noite prometia.

No momento em que entraram no saguão do hotel, Gilbert pediu as chaves do quarto que reservara mais cedo, e subiu com Anne até ele. Quando o rapaz abriu a porta, a ruivinha deu uma boa olhada no ambiente e sorriu ao ver que era um local bastante aconchegante e que tinha uma enorme e confortável cama no centro sob a qual havia um grande espelho no teto. Anne olhou para Gilbert, espantada com sua ousadia enquanto ele sorria sensualmente em resposta à sua pergunta silenciosa.

- Eu disse que queria agora diferente para nós dois hoje. - Anne não disse nada, apenas esperou ansiosa por qual seria o próximo passo dele.

- Espere aqui um instante que vou me livrar dessas roupas e já volto. Esse tipo de tecido esquenta demais. - ele disse apontando para o smoking.

- Está bem. - Anne respondeu.

Enquanto Gilbert estava no banheiro, a ruivinha foi até a janela de onde havia uma excelente vista do centro de Nova Iorque. A cidade estava relativamente calma para um Sábado à noite, e poucas pessoas circulavam por ali naquele momento. Ela correu o olhar pela rua e ficou imediatamente tensa ao ver um vulto na escuridão, ou o que ela pensou ser um vulto, pois não conseguia ter certeza já que de onde estava a visão não era das melhores. Deste modo, Anne tentou firmar o olhar para tentar enxergar melhor, mas, então, ela sentiu Gilbert a abraçar pela cintura, e começar a beijar sua nuca, fazendo-a perder totalmente a concentração.

- Você está tão tensa, amor. - ele disse continuando a beijá-la no pescoço, suas mãos descendo o zíper do vestido atirando-o no chão.

Anne se encostou no peito dele, notando que ele tinha tomando banho, pois sua pele estava úmida, e suspirou pesadamente aos sentir os dedos dele descendo pela lateral do seu corpo, apertando-a ainda mais contra seu peito.

- Adorei seu perfume novo. Ele é todo você. - Gilbert disse em um tom baixo, seu nariz sentindo a fragrância deliciosa que estava por todo o corpo dela.

Não suportando mais os arrepios sucessivos que se espalhavam por toda a sua pele, Anne se virou de frente para Gilbert, seus lábios esmagando os dele, quentes, sedentos e ardentes. Ele a puxou para a cama, e assim que a deitou sobre os lençóis brancos de linho, ele lhe retirou os sapatos, e sua calcinha minúscula, enquanto ele arrancava a toalha que enrolara em seus quadris ao sair do banho jogando-a em qualquer lugar do quarto, dando a Anne uma boa visão de seu corpo inteiro. Ela passou a língua pelos lábios, tentando acalmar seu coração que dava tantos pulos em seu peito aumentando seu batimentos cardíacos. Antes mesmo de Gilbert tocá-la, ela estava completamente excitada, apertando os lençóis entre seus dedos. Era tão poderosa aquela atração entre eles que Anne precisava de bem pouco para perder totalmente o controle de si mesma. Quando Gilbert colou o corpo dele sobre o seu, ela o envolveu inteiro com suas pernas, sentindo o desejo feroz engoli-la, deixando-a sem ar cada vez que os lábios de Gilbert saboreavam sua pele como se ela fosse a fruta mais gostosa do mundo.

- Adoro o seu gosto. Me deixa sentir mais de você, amor. - ele disse enquanto Anne dava sua permissão silenciosa para que ele a tocasse como quisesse, sentindo-se queimar em uma febre intensa enquanto seu suor se misturava ao dele em cada toque.

Em um momento inesperado, ela olhou para cima e viu seu reflexo e o de Gilbert no espelho. A visão de seus corpos entrelaçados a deixou sem fôlego, aumentando ainda mais seu fogo ao ver o rosto de Gilbert transtornado pela paixão que o contato de suas peles provocavam nele. Eles trocaram de posição, e ela ficou por cima do corpo dele, sentindo Gilbert preenchê-la por completo, assim seus movimentos alucinados os levavam por um caminho onde toda a vontade de seus corpos era de se fundirem cada vez mais um no outro. Anne sentia uma liberdade imensa tomando conta dela, enquanto seus olhos mergulhavam nos de Gilbert vendo todo o seus amor no reflexo daqueles olhos que retribuíam o sentimento com a mesma intensidade. Seus dedos enroscados um no outro era uma prova viva de como se queriam da mesma forma, e cada vez que aumentavam a cadência de seus corpos que buscavam dar prazer um ao outro, Anne sentia-se derreter, se desintegrar junto aquele homem que lhe dava mais de si a cada instante, e ela permitiu que ele tivesse tudo dela também, porque era assim que se sentia plena, cheia de vida, e ter Gilbert dentro dela era a sensação mais incrível que já sentira. A satisfação chegou violenta e inesperadamente, seus membros todos amoleceram, e ela se deixou cair sobre o peito de Gilbert que a abraçou bem apertado no instante final em que ele atingia seu ápice.

Anne se sentiu exausta quando rolou para o lado, e Gilbert a puxou junto a ele, mantendo-a em um círculo de amor e proteção com seus braços. Então, a sonolência tomou conta de ambos, que adormeceram com o rosto colado um no outro.

A noite escura como breu tomava conta de tudo, e apenas as lua às vezes lançava sua luz pelas ruas de Nova Iorque que se mantinha serena, porém, mais adiante um rosto zangado observava uma única janela, sentindo o ódio e o ressentimento tomar conta de seu coração ao saber que lá dentro dois amantes dormiam tranquilamente. Seu punho se fechou em uma ameaça silenciosa enquanto ele pensava que aquela brincadeira tinha ido longe demais. Estava na hora de agir e mostrar a Anne quem estava no comando. Sua felicidade duraria muito pouco tempo, pois se ela não fosse dele não seria de mais ninguém. Com passos duros, ele se afastou, caminhando silenciosamente pela ruas, seu capuz escondendo o seu rosto transtornado, tomando a mesma direção por onde viera. Os outros estavam esperando por ele, e ele sorriu maldosamente ao pensar que o cerco estava se fechando, e sua vingança logo estaria completa,

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