Anne with an e- Corações em j...

By RosanaAparecidaMande

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Anne Shirley Cuthbert foi abandonada ao nascer em um orfanato por sua mãe biológica, mas ela nunca deixou de... More

capítulo 1- Lembranças
capítulo 2- amores do passado
Capítulo 3- sentimentos escondidos
Capítulo 4- Duas almas e um destino
Capítulo 5- Lado a lado com o amor
Capítulo 6- Nestes olhos teus.
Capítulo 7 - Emoções em conflito
Capítulo 8- O amor entre nós
Capítulo 9- Chamas de uma paixão
Capítulo 10- Apenas você
Capítulo 11- Corações apaixonados
Capítulo 12- Esse sonho de amor
Capítulo 13- Quando o coração se apaixona
Capítulo 14- O sentimento que vive em mim
Capítulo 15- Combinação perfeita
Capítulo 16- O que nos separa
Capítulo 17- Revelações
Capítulo 18- Expectativas
Capítulo 19- O que nos une
Capítulo 20- Tudo o que eu quis
Capítulo 21- Tudo o que sonhei
Capítulo 22- Tudo o que somos
Capítulo 23- O que me pertence
Capítulo 24- O tempo é algo relativo
Capítulo 25- O amor que te ofereço
Capítulo 26- Pensamentos proibidos
Capítulo 27- Pensamentos e desejos
Part 28- Provando do pecado
Part 29- O Jogo do amor
Part 30- Caprichos do coração
Part 31- Segredos e Desejos
Capítulo 32- Flertando com o perigo
Capítulo 33- O inesperado
Capítulo 34- Revelando um segredo
Capítulo 35- O incêndio
Capítulo 36- Uma esperança
Capítulo 37- O incêndio parte 2
Capítulo 38- Paraíso particular
Capítulo 40- Idas e Vindas
Part 41- O retorno
Capítulo 42- Tudo o que existe entre nós
Capítulo 43- Como no princípio
Capítulo 44- Feliz Aniversário
Capítulo 45- Uma grande surpresa
Capítulo 46- O perigo mora ao lado
Capítulo 47- O inimigo nas sombras
Part 48- Amor e dor
Capítulo 49- As verdades do coração
Capítulo 50- Almas divididas
Capítulo 51- Palavras não ditas.
Part 52- O jardim do Éden
Capítulo 53- Ps: Eu te amo.
Capítulo 54- Eterno amor
Capítulo 55- Sua força em mim
Capítulo 56- Um só coração
Capítulo 57- Sem Regras
Capítulo 58- Sussurros e juras de amor
Capítulo 59- Entre o céu e o inferno
Capítulo 60- Lar
Capítulo 61- A promessa de uma vida
Capítulo 62- Entre as estrelas
Capítulo 63- De corpo e alma
Capítulo 64- Desejo e castigo
Capítulo 65- Ao cair da tarde
Capítulo 66- Vidas entrelaçadas
Capítulo 67- Amor imenso
Capítulo 68- Fogo
Comunicado
Capítulo 70- Sonhos perfeitos
Capítulo 72- Xeque Mate
Capítulo 73- Anjo Ruivo
Capítulo 74- Amor de diamante
Capítulo 75- Para sempre
Capítulo 76- Um Natal para relembrar
Capítulo 77- Tudo o que importa
Capítulo 78- Um grande novo ano
História Nova
Capítulo 79- A segurança dos seus braços
Capítulo 80- Can't take my eyes off you
Capítulo 81- Inesquecível amor
Capítulo 82- O casamento do ano
Capítulo 83- Lua de Mel Havaiana
Capítulo 84- Uma nova vida juntos
Capítulo 85- Inseguranças e Fragilidades
Capítulo 86- Ao nascer do sol
Capítulo 87- O caminho de volta
Capítulo 88- O ingrediente principal
Capítulo 89- Na alegria ou na tristeza.
Capítulo 90- O benefício da dúvida
Capítulo 91- Amor e mágoa
Capítulo 92- Impasse
Capítulo 93- Uma longa noite
Capítulo 94- Sob o mesmo céu
Capítulo 95- Juntos
Capítulo 96- A razão da minha felicidade
Capítulo 97- Alcançando as estrelas
Capítulo 98- Acerto de contas
Capítulo 99- A vida por um fio
Capítulo 100- Garota Extraordinária
Capítulo 101- Na dor
Capítulo 102- A beleza de Vênus
Capítulo 103- The way I love you
Capítulo 104- Reconstruindo sonhos
Capítulo 105- Amor de mãe
Capítulo 106- Um novo tempo
Capítulo 107- Entre a mágoa e o perdão
Capítulo 108- Redescobrindo o passado
Capítulo 109 - Universo particular
Capítulo 110 - Esposa perfeita
Capítulo 111- Paraíso na terra
Capítulo 112- Um futuro cheio de promessas
Capítulo 113- O perdão é a cura da alma
Capítulo 114 - Lucy
Epílogo
Agradecimentos
Prêmios

Capítulo 39- As duas faces do amor

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By RosanaAparecidaMande

Olá pessoal. Estou postando mais um capítulo dessa minha história. Espero que apreciem e me deixem seus comentários sobre nesse ponto em que os personagens se encontram. A opinião de vocês é muito importante para mim. Beijos.


ANNE

Anne acordou naquela quinta-feira com uma dor de cabeça terrível. Não dormira direito aqueles dias, e vinha lutando contra sua ansiedade e ira. Gilbert conseguira novamente deixá-la brava e isso durava há dias. E sua raiva tinha um motivo que ela só descobrira no bendito jantar que ele resolvera fazer em sua fazenda, após contar a ela que ia para a Alemanha. Ele não lhe contara que o embarque seria dali uma semana, e Anne somente descobrira porque Marilla fizera a pergunta, que ela esquecera de fazer.

- Em quanto tempo você viaja?

- Em uma semana. - imediatamente, Anne olhara-o incrédula. Uma semana? Ela ia perder Gilbert em uma semana e ele não tivera a decência de lhe dizer. Ele sequer lhe devolvera o olhar sabendo de antemão que Anne ficaria furiosa.

A coisa toda ia de mal a pior, e o jantar somente não fracassara, porque Mary e Sebastian eram tão simpáticos e falantes que suavizaram o ambiente que ficara pesado de repente.

Anne tentara passar por cima de sua indignação, e manter uma conversa amigável e interessante. Marilla e Matthew também participaram da conversa, mas como não eram de falar muito, ficara a cargo de Anne não deixar o assunto morrer, pois Gilbert continuava desviando o seu olhar dela para que ela não percebesse seu desconforto.

Mas, mesmo seus olhos soltando farpas sobre ele, e ela evitar qualquer contato físico que inevitavelmente a faria vacilar em sua raiva, Anne conseguiu chegar até o final do jantar sem engasgar com a comida que não passava por sua garganta apertada de mágoa.

Quando Marilla e Mary foram para a cozinha trocar receitas de bolo, e Matthew e Sebastian se envolveram em uma conversa acalorada sobre política, Anne puxou Gilbert pela mão e o levou até a varanda, onde não perdeu tempo e despejou toda a sua indignação sobre ele.

- Por que não me disse que viajaria em uma semana? Por acaso, pensou que não devia satisfação a sua namorada? - os olhos estavam escuros como o céu anunciando tempestade.

- Anne, eu ia te contar, eu apenas esperava o momento certo. – Gilbert disse tentando acalmá-la.

- Ah, você ia esperar o momento certo. E quando seria? No.momento em que já estivesse no aeroporto embarcando para a Alemanha? - Gilbert tentou pegar na mão dela, mas ela não permitiu, Gilbert não ia convencê-la com um toque, pois sabia exatamente o que acontecia quando as mãos dele estavam em sua pele. Era covardia Gilbert usar desse artifício agora.

- Amor, não fique zangada comigo.Eu juro que não quis te deixar assim, e realmente eu ia te contar hoje a noite depois do jantar. - o tom era de arrependimento, mas Anne não se deixou convencer.

-Você sabe como me senti naquela mesa, ouvindo você responder a pergunta de Marilla e me dando conta de que fui a última a saber que meu namorado vai me deixar em uma semana? Consegue entender o motivo da minha raiva?

- Eu não estou te deixando, Anne. Não fantasie coisas que não existem. – Gilbert disse com uma calma que deixou Anne com vontade de dar lhe uma tapas.Ele falava como se ela estivesse exagerando no drama da situação, e ele fosse fazer uma viagem de cinco dias e não de quatro meses. Ela tinha se esquecido dessa característica irritante de Gilbert, de mudar a situação da maneira que quisesse, somente para fazê-la se sentir a errada da história toda. E para piorar, ele a olhava com aquele olhar cheio de simpatia, como se se divertisse com a raiva dela.

- Ah, então, eu estou fantasiando? Então me explique melhor, para que eu possa entender em minha limitada inteligência que você parece pensar que tenho, o que quer dizer meu namorado viajar em uma semana sem me avisar? Como se classifica isso a não ser abandono? - ela olhou para ele com o rosto transtornado, os cabelos balançando no ar em uma onda de fios ruivos, as mãos crispadas ao lado do corpo, e os labios tremendo como se ela fosse chorar. Gilbert deu um passo para frente, e Anne deu dois para trás, não ia deixar que a tocasse. Eles tinham que resolver todo aquele problema entre eles primeiro.

- Você fala como se eu estivesse louco para pegar o avião, e voar para longe de você o mais rápido possível – Ele também parecia magoado, mas Anne não se importou. Gilbert estava causando um ferida terrível em seu coração, e no momento, Anne não estava ligando se o machucava também.

- E não está? – Ela perguntou, sustentando o olhar de Gilbert que pareceu escurecer por um momento. Será que ele estava ficando zangado também? Pois que ficasse, Anne não ia pedir desculpas por nada que dissera, ele a magoara primeiro.

- Anne, por que es tá tornando as coisas tão difíceis? Achei que tínhamos conversado e nos entendido. - Gilbert disse pacientemente.

- E tínhamos até você esconder de mim que vai embora em uma semana.

- Anne, já te pedi desculpa. O que quer que eu faça? - Gilbert disse perdendo a paciência.

Que tal não viajar? Ela pensou, mas não disse isso em voz alta. A verdade de tudo aquilo era que não ia ser fácil aceitar tudo sem sofrer, pois nada do que Gilbert dissesse ia mudar a maneira dela se sentir. Anne não queria que ele fosse, essa era a realidade absoluta daquilo tudo. E isso não importava se seria dali a um mês ou uma semana, ela continuaria se sentindo daquele jeito. Uma parte dela queria apoiá-lo, mas a outra lhe dizia que aquilo não ia dar certo. Namoros a distância eram complicados, ela sabia. Pelo menos, em Nova Iorque ela podia pegar o avião com mais frequência e voar para Avonlea sempre que pudesse, para a Alemanha não ia ter essa facilidade toda.

"Egoísta ", Uma pessoa está morrendo, e você preocupada com a distância entre você e Gilbert", ela ouviu aquela afirmação ecoar dentro de sua cabeça mil vezes, desde que ela e Gilbert conversaram sobre aquilo, e acabava se sentindo mal, por quase odiar Sarah naquele processo todo. Ela era a última pessoa que devia ser responsabilizada, pois não sabia d2 nada do que Gilbert queria fazer, estava lutando para viver com as armas que tinha.

Mas, depois ela pensava que não tinha sangue de barata, e não estava com ciúmes de Sarah, estava brava com Gilbert por fazê-la se sentir daquela maneira.

- Quer saber, Gilbert. Não quero mais falar sobre isso. Você já resolveu tudo sem mim, então, qualquer coisa que eu disser, vai parecer que estou sendo mesquinha com o problema de Sarah, e sinceramente entendo sua posição, seu comprometimento, mas também não posso fingir que me agrada ver meu namorado ir para outro país sem mim.

- Eu te convidei para ir comigo, e você recusou. – Gilbert disse impaciente.

- Eu não posso e você sabe. Mas, vamos parar com essa discussão. Não está levando a nada, e sinceramente já me cansei. Vou para casa.- Ela fez menção de entrar, mas ele a puxou para os braços dele

- Não vá embora assim. Detesto quando brigamos. – Ele a prendeu no círculos dos seus braços, de encontro ao próprio corpo.

- Eu também não gosto de brigar com você. - ela disse já sentindo os efeitos da proximidade dele em seu corpo

- Você tem um cheiro maravilhoso. Nunca me canso dele. – Gilbert disse com o nariz próximo a curva do seu pescoço, e depois ele distribuiu uma fileira de beijos e mordidas no local que fez a pele de Anne se arrepiar necessitada dele. Ela jogou a cabeça para o lado, e Gilbert desceu os lábios até o colo dela, abrindo os primeiros dois botões do vestido que ela usava, e com a ponta da língua traçou toda a extensão até o início dos seios.Anne se agarrou mais a ele, e procurou pelos lábios masculinos desesperada. O beijo foi profundo, tanto que fez Gilbert se sentar na poltrona que havia ali na varanda, e trazer Anne com ele sentada em seu colo. Ele deslizou as mãos por de baixo do vestido, subindo pela virilha, até a calcinha dela onde suas mãos tocaram-na mais intimamente, fazendo Anne arfar no colo dele, implorando por mais. Como ela odiava o próprio corpo por responder ao toque de Gilbert mesmo quando estava com raiva. Parecia que estava viciada, totalmente enfeitiçada pelo prazer que ele causava com apenas um toque. Estava tão apaixona da, que aquele calor que subia pelo seu corpo lhe lembrava do que exatamente a esperava se cedesse, mas, estavam na varanda da fazenda de Gilbert, portanto, estavam expostos demais, mas isso não a impediu de gemer baixinho quando as mãos dele intensificaram o toque, e ela se agarrou ao pescoço dele, e começou a abrir-lhe os botões da camisa, e deslizar as unhas por toda a pele do peito e barriga , sentindo a excitação dele crescer estimulada pelos dedos femininos que continuavam acariciando-lhe todo o peitoral e abdômen.

- Fica comigo essa noite. Quero fazer amor com você até de manhã. – Ele disse em seu ouvido.

- Não posso. Já passei a noite passada fora de casa. Não posso emendar uma segunda noite.

- Por que não? - ele disse beijando-a no nariz, rosto e em seguida nos lábios, deixando-o louca com seu hálito quente de encontro a sua face.

- Preciso ir para casa com Matthew e Marilla hoje. - ela disse afastando as mãos dele de seu corpo, antes que a convencesse a mudar de ideia.

- Está bem – ele disse, abotoando sua camisa. - Mas me promete que vamos nos ver amanhã. - ele pegou a mão dela e a beijou na palma.

- Não sei. Tenho umas coisas para fazer em Green Gables. - não era de todo verdade, mas não queria que Gilbert pensasse que podia aplacar sua raiva levando -a para cama. Por mais tentada que estivesse em passar a noite com ele que tinha certeza que seria maravilhosa, pois fazer amor com Gilbert era sempre uma incrível aventura na qual mergulhava sem pensar, Anne não ia ceder daquela vez. Gilbert tinha que entender que a raiva e a mágoa dela eram sentimentos que deveriam ser levados em conta, e que não seriam aplacados com uma noite de amor intensa.

- Por favor, amor

Temos pouco tempo. Não quero perder um minuto longe de você. - aqueles olhos. Será que algum dia resistiria a eles? Por que tinha que amar tanto Gilbert a ponto de se derreter com um olhar dele? Via dentro deles a promessas de momentos excitantes, mas o que adiantava se isso ia apenas aumentar sua paixão por ele, e depois ele iria embora deixando-a sofrer sua ausência?

- Eu te ligo se eu conseguir um tempo para ficarmos juntos. - ela respondeu, e viu que ele ficara desapontado com o que ela dissera, mas não insistiu mais.

Se despediram com um longo beijo, e em seguida Anne foi para a casa com Matthew e Marilla.

Não se viram no dia seguinte, embora Gilbert tivesse ligado para pedir que ela fosse até seu apartamento, e nos outros dias Anne manteve-se bastante ocupada e falou com Gilbert somente por mensagem. Estava muito chateada com ele, e acabariam brigando, por isso, resolveu ficar longe dele, mesmo que doesse, para que não falassem coisas que se arrependeriam depois, levados pelo calor do momento.

E então, já era quinta-feira e seu coração estava com saudades, mas a mágoa não diminuirá como ela pensou que aconteceria.

Gilbert lhe mandara uma mensagem, dizendo que no dia seguinte o hospital lhe prepararia uma festa de despedida e ele queria muito que ela fosse. Assim, Anne decidira que iria. Faltava muito pouco para Gilbert viajar, então aproveitaria aqueles últimos dias com ele, mesmo que sentisse que não o tinha perdoado completamente. Não estava mais com raiva, somente sentia tristeza pelos dias que viriam sem ele.

Porém, tinha que continuar sua vida, não tinha outro jeito. Lamentar não adiantaria, brigar com Gilbert muito menos. Aceitaria o inevitável por hora, e depois ela iria pensar no que faria com sua vida vazia sem ele.

GILBERT

Era quinta- feira enfim, e Gilbert pensava no quanto o tempo passava rápido, e logo estaria voando para a Alemanha.

Estava animado com a perspectiva de encontrar um tratamento alternativo para o caso de Sarah, e por isso, estava lendo tudo que podia sobre o assunto, e as técnicas experimentais que vira no artigo que lera pareciam estar dando resultados positivos, por isso, tinha que ir até lá para ver de perto os procedimentos realizados.

A única coisa que o estava deixando chateado era seu impasse com Anne. Ele errara em não dizer a ela que partiria em uma semana. Na verdade, ele iria contar depois do jantar, pois não dissera antes porque queria que ela assimilasse primeiro o fato de sua viagem, e só então falaria sobre a questão do tempo.

Somente não contara que Marilla faria as honras, e perguntaria primeiro, e ele não teve outra alternativa senão falar sobre o assunto, já sabendo previamente que Anne ficaria aborrecida. Não fizera de propósito, e nem pensara em esconder aquele fato dela, mas Anne interpretara a sua maneira, e a raiva dela o atingira em cheio. Será que ela não entendia que estava sendo complicado para ele também? Não só porque iria para um país estrangeiro, mas porque se privaria da presença dela? Essa era a pior parte, se afastar de Anne, não tê-la do seu lado quando desejasse, não poder falar com ela a qualquer hora do dia. Teria que enfrentar um oceano de distância ente eles.

Se Anne soubesse como a amava, e com seu coração já estava sofrendo pela separação. Nunca pensara que passaria por isso de novo, mesmo não sendo algo permanente, não ia ser fácil não ter aquele rosto lindo perto dele por quatro meses.

Por isso, o olhar magoado que ela lhe lançou durante tido o jantar, mesmo disfarçando entre sorrisos forçados e palavras doces enquanto conversavam com Sebastian e Mary doeu tanto.

Ele prometera que não a magoara, mas era o que estava fazendo mesmo não sendo intencional, mesmo que tentasse evitar ao máximo, ele a deixara triste e por esta razão estava se sentindo um canalha.

Era como se a estivesse abandonando por algo mais importante que o relacionamento deles. Não era verdade, claro, mas ele sabia que Anne pensava assim.

Gilbert tentara chegar mais perto, tocar-lhe a mão, ou os cabelos, mas ela o repelira com um olhar duro, e ele se sentiu péssimo de novo.

Foi somente quando Marilla e Mary desapareceram pela cozinha, e Matthew e Sebastian conversavam animadamente era que tiveram uma chance para falar finalmente sobre o que parecia estar aborrecendo Anne.

E ela não esperara um segundo sequer para deixara vir a tona toda a sua infelicidade. Anne não economizara no sarcasmo e nem na ironia. Estava mais furiosa do que ele já a tinha visto um dia, e saber que ele era a causa não fazia nenhum bem a si próprio. A fúria de seu olhar não deixava dúvidas quanto isso quando ela disse em voz alta e ríspida:

- Por que não me disse que viajaria em uma semana? Por acaso, pensou que não devia satisfação a sua namorada? - Gilbert tentou explicar o que já não podia ser explicado, e viu o erro que cometeu assim que disse:

- Anne, eu ia te contar, eu apenas esperava o momento certo. - mas a resposta dela veio certeira como uma flecha cheia de indignação:

- Ah, você ia esperar o momento certo. E quando seria? No momento em que já estivesse no aeroporto embarcando para a Alemanha? - A recusa de Anne em sequer deixar que ele se aproximasse dela estava afetando Gilbert de maneira significativa, e ele tentara mostrar que estava arrependido, mas Anne parecia que não o ouvia, sua decepção com ele era nítida, e constatar isso fez o coração dele saltar do peito em agonia, enquanto ela continuava a destilar sua raiva dobre ele como uma chuva ácida de palavras duras.

-Você sabe como me senti naquela mesa, ouvindo você responder a pergunta de Marilla e me dando conta de que fui a última a saber que meu namorado vai me deixar em uma semana? Consegue entender o motivo da minha raiva? - Em poucos segundos Anne criara sua versão do que acontecera, formulando seu veredicto e o condenara, por isso, ele se deixara levar pela mágoa dela e respondera de maneira um tanto seca:

- Eu não estou te deixando, Anne. Não fantasie coisas que não existem. – mas, logo se arrependera de novo. Ele não estava conduzindo aquele assunto de maneira coerente, e também não estava usando seus argumentos mais convincentes. Anne o deixava confuso com sua inteligência evidente, e não permitia que ele a fizesse ver toda situação por um ângulo diferente. Gilbert nunca fora páreo para Anne em uma discussão, principalmente se ela sentisse que subestimando como naquele momento em que dissera que se ela estava fantasiando, porque estava tão claro para ela como cristal que ele a estava abandonando? Os olhos dela estavam tão atormentados pela dor, que tocou fundo dentro dele, ele se aproximara querendo confortá-la, mas de novo ela se afastou. Estava difícil ter um contato físico com Anne naquele dia, pois ela parecia entender isso como uma mane ra de Gilbert acabar com sua ira, e parecia que Anne queria sentir cada gota dela, pois assim não daria a Gilbert a chance de se redimir.

Por fim, ele acabou se irritando com a insistência de Anne em lembrá-lo que a estava deixando para trás por causa de algo que não lhe dizia respeito, e ele a estava submetendo aos piores dos sofrimentos, por isso, sua voz também saiu magoada quando ele disse:

- Você fala como se eu estivesse louco para pegar o avião, e voar para longe de você o mais rápido possível – era injusto para ela, Gilbert sabia, mas será que não podiam chegar a um meio termo sem se agredirem daquele jeito? Mas, ela continuou provocando-o, levando-o ao limite de seu controle, e Gilbert lhe perguntara porque ela estava dificultando as coisas, quando já tinham estabelecido suas opiniões sobre aquele assunto, ao que ela respondera o que parecia ser com mais raiva ainda;

- E tínhamos até você esconder de mim que vai embora em uma semana. - ele mais uma vez tentara trazê -la a razão quando disse:

- Anne, já te pedi desculpas. O que quer que eu faça? - Então, os olhos dela se entristeceram novamente, e Gilbert teve vontade de abraçá-la. Ele não queria ver Anne sofrendo daquela maneira, não queria ver lágrimas por ele nos olhos dela, não suportava vê-la tão infeliz, mas não se aproximou ainda, pois ele esperava que lá lhe desse um sinal de que poderia fazê-lo. Porém, o sinal não veio, e Anne apenas suspirara e dissera que se cansara de discutir sobre algo que já fora decidido por ele, e que a deixava cada vez mais chateada, principalmente por saber que ele estaria indo para outro país sem ela, e Gilbert respondera:

- Eu te convidei para ir comigo, e você recusou. – e Anne o lembrara dos compromissos que ela própria tinha e que não podiam ser ignorados por causa da viagem dele, e ele ficara visivelmente aborrecido pelo que ela dissera, mas, bastou Anne dizer que queria ir para casa, para algo se acender dentro dele. Não podia deixá-la ir assim, tinham que se acertar ou ele não conseguiria dormir em paz aquela noite.

Então, ele a cercara com seus braços, enterrando seu nariz no pescoço dela para sentir seu delicioso aroma, que nada tinha de artificial e que ninguém mais possuía pois pertencia a ela exclusivamente

- Você tem um cheiro maravilhoso. Nunca me canso dele. – ele dissera, louco para tocá-la e beijá-la inteira. Tinham se amado naquela manhã, mas o corpo dele parecia sempre faminto pelo dela, da pele de seda, da boca sensual, dos quadris que se ondulavam de encontro aos seus. Era enlouquecedor tê-la em seus braços, enquanto ele a beijava, no pescoço, no colo, por toda parte onde seus lábios conseguiam alcançar. Anne aprofundou o beijo, e Gilbert sentiu necessidade de sentí-la mais perto. Assim, ele a puxou para seu colo, sentando com ela na poltrona da varanda, em quanto suas mãos se insinuavam por debaixo do vestido de Anne e alcançavam sua intimidade quente que a fez gemer Quando ele a tocou. as unhas de Anne arranhando sua pele fez seu corpo latejar, ansiando por tê-la de novo na sua cama. Ele disse quase não se controlando ao sentir sua intimidade pulsar embaixo da calça jeans:

- Fica comigo essa noite. Quero fazer amor com você até de manhã. – O gosto dela em sua boca era doce, e ele a queria tanto que chegava a doer, mas para seu desapontamento ela respondera:

- Não posso. Já passei a noite passada fora de casa. Não posso emendar uma segunda noite. - ele não queria aceitar que ela fosse embora naquele exato momento em que seus corpos imploravam um pelo outro, e continuou a beijá-la enquanto esperava que ela mudasse ideia e resolvesse ficar, mas, ela frustrou todas as suas tentativas de fazê-la ceder, por mais que sentisse que ela queria o mesmo que ele.

Em uma última momento, ele lhe pediu que se vissem no dia seguinte, usando como argumento o pouco tempo que teriam para ficarem juntos antes da viagem, mas nem mesmo assim ela cedeu, e tudo o que ele conseguira como promessa fora um talvez que no fim não se concretizara, porque estavam no meio da semana e mal se falaram pelo celular. Até quando Anne iria ignorá-lo somente para se vingar dele por não ter-lhe dito sobre a data de sua viagem?

Pelo menos ela aceitara ir com ele na festa de despedida que o hospital daria para ele, e somente esperava que pudesse fazer Anne entender que por mais que ficassem afastados por quatro meses, o amor dele por ela seria o mesmo, assim como a paixão que o queimava lentamente por ela, e que mulher nenhum poderia ocupar o lugar em seu coração que sempre foi e seria exclusivamente e eternamente dela.

GILBERT E ANNE

Quando Gilbert chegou em Green Gables, Anne já o esperava pronta. Bastou ele olhá-la com aqueles olhos castanhos que a admiravam e ao mesmo tempo a despiam para que ela sentisse um frenesi selvagem tomar conta do seu corpo, e ela logo suspirou imaginando que aquela noite ao lado de Gilbert não seria fácil. Ela estava se esforçando para manter um certo distanciamento, tentando desde aquele instante começar seu processo de desapego de Gilbert Blythe, mas, Deus! Como ele estava incrível naquela camisa azul marinho com os dois primeiros botões abertos, que deixavam seu peitoral definido à mostra, calça social preta e sapatos também preto.

Quando ele pegou em sua não a a trouxera para mais perto, Anne prendeu a respiração incapaz de fugir daquele olhar que deslizava pelo seu vestido preto e curto, indo parar no seu decote profundo na frente onde o início dos seios ficavam a mostra.

- Como você consegue tão maravilhosa todo o tempo? - Gilbert disse admirando a trança bem feita dos cabelos de Anne que começava no alto da cabeça e terminava nas pontas, deixando todo o rosto dela à mostra em uma visão inesquecível. As mãos dele estavam em sua cintura, e acariciavam com o polegar a lateral do vestido, deixando Anne perceber a intenção por trás das palavras. Se não estivessem indo para uma festa, ela sabia bem como aquilo terminaria, pois o desejo nos olhos de Gilbert assemelhavam-se aos seus. Por esta razão, ela disse acabando com o clima sensual entre eles.

- Temos uma festa para ir, Gil, não se esqueça.

- Que pena. Pensei que pudéssemos fazer nossa própria festa particular. - ele disse com uma risadinha.

- Vamos, ou chegaremos atrasados. - Anne disse puxando-o para o carro.

Chegaram no hospital e Gilbert levou o carro até o estacionamento destinado aos médicos. Em seguida, segurando na mão de Anne, ele a levou até o salão onde a festa estava sendo realizada, e onde muitas pessoas já estavam alegremente entrosadas. Anne foi apresentada a tantas pessoas que minutos depois nem se lembrava direito do nome de cada uma delas. O que ela pôde perceber e que a deixara orgulhosa era a maneira como as pessoas falavam com Gilbert com respeito e afeição, o que a fez pensar com tristeza que ele faria muita falta ali também. Então, aconteceu o discurso onde vários companheiros de trabalho de Gilbert o elogiaram e disseram como o hospital tinha sorte de ter um médico tão dedicado e competente em seu quadro de funcionários, e entregaram a ele uma placa de honra ao mérito, o que deixou Anne ainda mais orgulhosa dele. Enquanto recebia a placa, o olhar de Gilbert cruzou com o de Anne, e o que viu dentro deles era tanto amor que desejou que ela jamais deixasse de olhá-lo daquele jeito.

Perto da meia noite, ele olhou para ela e disse:

- Quer ir embora?

- Sim, está ficando tarde.

Se despediram de todos e foram par Green Gables. Logo, Gilbert estava estacionando o carro no portão da fazenda dos Cuthbert, e Anne abriu o cinto de segurança e fez menção de sair do carro, mas Gilbert segurou seu pulso e disse:

- Por que a pressa? Você fugiu de mim a noite toda, agora não vou permitir que escape.

-Gil, não acho que seja...Não pôde terminar, pois a boca dele já estava sobre a sua e em instantes, Anne estava sentada no colo de Gilbert com uma perna de cada lado da cintura dele, enquanto as mãos dele a tocavam por baixo do vestido. As sensações eram intensas, seu corpo todo estava arrepiado pelo toque de Gilbert em seus seios. Anne desejava Gilbert na mesma proporção que o amava, e as duas emoções juntas eram poderosas demais. Anne deixou que Gilbert explorasse seu corpo como quisesse, pois ela precisava daquilo, mais ainda do que ele. De repente, a camisa dele estava aberta até a cintura e Anne começou a beijá-lo no pescoço, empurrando-o de encontro ao banco do carro, chegando até o abdômen perfeito, onde ela passava a língua devagar sorrindo ao ouvi-lo ofegar, mas quando sentiu as mãos de Gilbert na lateral de sua calcinha ela parou imediatamente o que estava fazendo e disse:

- Não acho que fazer amor dentro de um carro seja minha ideia de romantismo.

- Então, porque não vem comigo para a minha fazenda? - ele disse com a voz rouca.

- Hoje não amor. Confesso que ainda estou brava com você, e não quero fazer amor com você sentindo essa raiva dentro de mim.

- Está bem. Não vou mais insistir. – Ele disse permitindo que Anne saísse do colo dele, dando-lhe um selinho e saísse do carro.

Quando Gilbert girou a chave do carro nada aconteceu, ele tentou mais três vezes e nada do carro funcionar.

- O que foi, Gilbert? - Anne perguntou intrigada.

- Você não vai acreditar, mas parece que meu carro resolveu não funcionar. – Ele disse sem graça. - Acho que terei que ir para minha fazenda a pé.

- Por que não passa a noite aqui? Você pode ficar em um dos quartos de hóspedes. – Anne ofereceu.

- Marilla e Matthew não vão se importar?

- É claro que não. Eles te adoram.

- Está bem. Se acha que não vou atrapalhar eu aceito.

Assim eles entraram na casa, tomando o cuidado para não acordar Matthew e Marilla. Eles foram até um dos quartos e Anne disse:

- Pode ficar nesse quarto. Vai encontrar tudo o que precisa no armário do banheiro. Boa noite. - ela disse dando um passo na direção dele, e beijou-o nos lábios suavemente, e indo para o próprio quarto.

Ela se despiu, vestiu uma camisola curta e foi para cama, mas não conseguia dormir. Virava de um lado para outro, pensando em Gilbert no quarto ao lado, então, se rendeu ao inevitável. Ela se levantou, foi até o quarto de Gilbert e bateu na porta.

Quando ele surgiu na sua frente ela engoliu em seco. Gilbert estava vestido somente com a calça do pijama, exibindo seu corpo nu até a cintura que brilhava a meia luz. Então, ele sorriu, e Anne atirou seus braços ao redor do pescoço dele ficando na ponta dos pés para beijá-lo em um beijo quente que deixou a ambos sem fôlego. Em seguida, com os olhos queimando de desejo Gilbert a pegou no colo, enquanto fechava a porta atrás de si.

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Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
Wanted By Jessica

Fanfiction

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⚠️A história se passa depois do último capítulo do Jogo DUSKWOOD.⚠️ S/N está aflita sem notícias de Jake e você ainda tem que se manter firme para aj...