SALVA PELO CHEFE (COMPLETO)

By rivanialima

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*Ainda não seu sei manterei essa capa, mas gostei, então vou mantê-la por enquanto.* + Vou voltar a postar al... More

AVISOS
PRÓLOGO
SINOPSE 2
A FOTO
FURIOSO
INCOMPETENTE?
O BEIJO
PEQUENO ESCLARECIMENTO
A DESCOBERTA
DAVI
FEVER
SEM CONTROLE
O DIA SEGUINTE
CALLEB?
[CORREÇÃO DE CAP.]QUASE UMA NOVELA E UM BEBÊ
[CORREÇÃO DE CAP.] FAÍSCA
O APAGÃO
CONFISSÃO
UMA 'QUENTE' NOITE DE CHUVA
I'M BACK
UMA SENSAÇÃO RUIM
MENSAGENS
PÉSSIMA MENTIROSA
A REUNIÃO
Correção (n é capitulo)
QUEM É B?
ESTOPIM
SEMI NU E COM TESÃO
DAVI
MARCAS
NÃO HÁ COISA ALGUMA... não pode haver...
FUGINDO
O BAILE parte I: Preparativos
ODEIO VOCÊ
O BAILE: preparativos parte II
DAVI
UMA DANÇA E UM BADBOY
MEU BALSAMO?
SITUAÇÃO DIFÍCIL
UM POUCO DE DIVERSÃO
DANÇA COMIGO AGORA?
O BAILE parte II: Escandalos
SEM PERGUNTAS
NÃO VOU DESISTIR
AT LAST
CONVERSA INTERESSANTE
Água ou Fogo?
AMOR OU MEDO?
[CORREÇÃO] A LIGAÇÃO
[CORREÇÃO] MELHOR REMÉDIO
QUEM ESTÁ FALANDO EM AMOR?
ENCONTRO MARCADO
AGENTE DUPLO?
ADIAMENTO (NÃO É CAPITULO)
VAMOS COMPENSAR ISSO, ENTÃO!
B de BENNET
NÃO QUERO QUE VÁ EMBORA
NÃO QUERO SER DE MAIS NINGUÉM
ESCLARECIMENTOS
CONFIDENCIAL
INUTILIDADE
Pequenissímo aviso
Seria covardia de minha parte?
Algumas informações... importantes
UMA CONVERSA COM MARIA
NÃO É CAPITULO
TROCA DE E-MAILS
EU O AMO
EU A QUERO
CÂMERAS DE SEGURANÇA
HAUNT
EXPERIÊNCIA
MAIS ERROS QUE ACERTOS
FOI A TEQUILA
SINTO MUITO: parte I
SINTO MUITO parte II
RESULTADOS DEVASTADORES
Clichês
CONVERSA NO ESCURO
DECISÃO MENOS ERRADA
HEREDITÁRIO
Ele é meu
RECONCILIAÇÃO
TROCA DE INFORMAÇÕES
CORRESPONDÊNCIA
NAMORADA
INSIGHT
BAILARINAS
CONVITE À AMEAÇAS
DEDO NO GATILHO
INTERROGATÓRIO
LONDRES
REVELAÇÕES parte I
DOMINGO DECISIVO
FLÓRIDA
PRECISO FAZER SOZINHA
LIBERTAÇÃO
REVELAÇÕES parte II
UM ENCONTRO DE VERDADE
PEDIDO DECENTE
EPÍLOGO
BÔNUS
Bônus 2
LIVRO POSTADO

TRANSAÇÕES

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By rivanialima

 'Ange'

Davi já estava o mais calmo que podia quando todos os outros chegaram, mas ainda se percebia pela sua frieza que estava remoendo muita coisa por dentro o que me deixava preocupada, mas tínhamos outras coisas importantes a resolver agora. Estávamos todos na cozinha sentados a mesa com as piores das expressões, afinal amanhã era a reunião com os italianos e a tensão já estava se antecipando... mas eu finalmente teria uma boa notícia para dar.

– Então qual a emergência para estarmos aqui? – pergunta Lincoln o menos a vontade, óbvio, Davi estava ainda menos feliz em recebê-lo, ainda mais depois do que contei sobre o pai de Lincoln e é impossível que Davi não o considere um suspeito embora eu não concorde, mas me mantive calada para evitar discussões.

– Eu encontrei um meio de resolvermos todo o problema do desvio sem, no fim das contas, precisar dos relatórios maquiados. – Mike e Lincoln ficaram surpresos quando Davi e Lance não pareciam muito satisfeitos... ingratos!

– Qual o milagre? – pergunta Mike tentando não sorrir quando seu irmão o fuzilou com seu olhar gelado.

– Eu tenho todo o dinheiro para devolver a todas as contas e vai ser como se os desvios nunca tivessem acontecido...

– Como é? – Lincoln e Mike perguntam ao mesmo tempo.

– Descobri uma herança de família que eu não estou muito a fim de ficar, mas é o suficiente para as contas...

– Você não está a fim de alguns milhões de dólares? – pergunta Lincoln fazendo a todos me olharem como se estivesse louca e isso está me cansando.

– Não são alguns milhões... – diz Lance nervoso me fazendo revirar os olhos – aqueles diamantes somam quase novecentos milhões, tem ideia do que é ser quase bilionária? – pergunta sarcástico me encarando muito perto de estar furioso, eu apenas dei meu olhar de 'fada-se', Mike assoviou impressionado eu acho.

– Isso é que é herança! – diz também me olhando daquele jeito...

– Eu não sou louca! – digo controlando meu tom para não gritar – só não tenho porque ficar com todo esse dinheiro quando posso salvar a P&C e tudo o que a empresa envolve, se isso for descoberto vai virar um escândalo e o banco nunca vai se reerguer e ainda Nicoladelli não vai simplesmente deixar pra lá... eu não quero e não preciso desse dinheiro...

– Tudo bem! – diz Davi me interrompendo – essa é sua decisão final?

– Com certeza! – digo certa de minha decisão, fazendo todos ainda me olharem surpresos, até mesmo Lance.

– Então vamos ao trabalho! – diz Davi se levantando.

– Como vamos fazer essas transações a essa hora da noite...? – pergunta Lincoln.

– Somos os donos do banco, podemos fazer o que quisermos! – diz Mike com uma animação que só ele teria em momentos como esse.

******

Apesar do que Mike disse... não era tão simples assim! Trocar diamantes por dólares e creditá-los em todas as contas como se os próprios titulares o tivessem feito ainda levaria um ou dois dias, então tivemos que cobrir o rombo nas contas dos italianos com o que já tínhamos no banco, e mesmo fazer toda essa transação e manter as contas encobertas no banco parceiro nos levou a noite toda e parte da manhã.

Ninguém dormiu, regrados a xícaras de café, computadores e números sem fim! Movimentar uma grande quantia de dinheiro em contas diferentes, mesmo que pelos donos realmente não ficava fácil... tecnicamente não estávamos cometendo nenhum crime, de qualquer forma se os desvios fossem descobertos o banco teria de devolver todo o dinheiro apesar de não ser culpa da P&C, mas até que descobrissem isso e quem é o responsável a empresa já estaria falida e as famílias na mira dos italianos, estávamos apenas evitando o caminho difícil.

Eram sete e meia da manhã quando finalmente havíamos consigo terminar todo o processo da transferência, Lance e eu havíamos feito novos relatórios com dados verdadeiros dessa vez, pelo menos como deveriam ser... enfim! Davi estava ao telefone com o pessoal de Chicago explicando porque as contas amanheceram em perfeito estado e... estávamos todos exaustos e parecendo zumbis.

Tínhamos meia hora para tomar um banho e ficar mais apresentável para a reunião com os italianos, mas Davi e eu ainda ficamos quando os outros se foram, ainda tínhamos que enviar e-mails para grande parte dos funcionários não comparecerem hoje... porque apesar de odiar Bennet, aquele foi realmente um ótimo conselho, então com exceção de Lucy, Larry, Jason os suspeitos de estar envolvidos em tudo e alguns que deram alguma boa razão para estar na empresa hoje o que Davi e eu suspeitamos que sejam os tais agentes (não os contrariamos afinal quanto mais investigassem mais descobririam que a P&C não tem nada a ver nem com os desvios e menos ainda com a sujeira dos italianos), mais da metade dos funcionários estariam de folga hoje.

Com tudo finalmente organizado e confirmado também por e-mail com Nicoladelli, estávamos todos de volta a empresa minutos depois e sinceramente, ela ficava um pouco assustadora toda silenciosa e praticamente vazia.

Aquela sensação ruim estava de volta com força total quando Davi e eu entramos no elevador na garagem, fazendo algo pesar em meu estômago e manter meu coração acelerado... talvez fosse a tensão de ter de encontrar com os italianos outra vez, mas bem no fundo algo me dizia que não era só por isso, afinal tudo estava resolvido... nós cinco garantimos de deixar tudo perfeitamente feito... mas ainda havia alguma coisa me incomodando, talvez saber que o sujeito vulgo Homeo havia dispensado Bennet e mandado todas aqueles cartões idiotas a Davi me ameaçando, contribua para toda essa tensão, porque alguma coisa me diz que quem disse aos italianos que havia problemas nas suas contas foi aquela vadia e se eu fosse ela, não perderia essa reunião por nada no mundo, afinal ela poderia assistir quando seu plano finalmente estaria dando algum resultado... como ela faria isso eu não sei e talvez seja isso que esteja me preocupando, não ter ideia do que Homeo está planejando fazer agora... ela, com certeza, vai ficar furiosa quando descobrir que conseguimos colocar tudo de volta ao seu devido lugar e uma mulher louca varrida como ela furiosa pode ser realmente perigoso, certo?

– Vai dar tudo certo! – diz Davi colocando seu braço ao redor de meus ombros me puxando para mais perto, eu tentei sorrir, mas acho que não deu muito certo.

– Eu sei que vai, estou segura em relação as contas... – digo, e mesmo sem querer, soando meio vaga fazendo Davi franzir as sobrancelhas me olhando com uma atenção redobrada.

– Então o que está preocupando tanto você? – eu ia negar, mas Davi se adiantou – posso ver que algo está te incomodando. – diz tocando entre minhas sobrancelhas franzidas com o indicador, mas assim que eu responderia, as portas do elevador se abrem e o andar completamente vazio me dá arrepios. Assim que Davi e eu saímos do elevador, ele me segura pelos braços e ficamos frente a frente e ele já estava todo senhor Collins. – antes de irmos, eu não... agradeci...

– Davi, não tem...

– Não! Eu tenho sim! – diz soltando meus braços para arrumar pela milésima vez sua gravata que estava perfeitamente arrumada, já que eu a ajeitei todas as milésimas vezes em que ele tocou nela – não tinha que fazer tudo isso, menos ainda quando no começo de toda essa... merda eu tenha meio que culpado você, mesmo sem querer acreditar que você tinha alguma, você não foi embora, não abandonou a P&C como qualquer outra teria feito depois da forma como tratei você, aquilo foi uma grande estupidez da minha parte e... você fez questão de jogar isso na minha cara agindo como a mulher incrível que você é! – ele fez uma pausa para suspirar e limpar a garganta parecendo meio sem jeito e eu apenas estava sem palavras... ele estava fazendo um discurso de agradecimento? – eu sei que pedi desculpas por algumas coisas que fiz, mas nunca por todas as coisas que fiz e disse nos últimos dois anos e não há no mundo uma forma de me desculpar por todas essas coisas, principalmente as últimas das minhas atitudes estúpidas e... saber que mesmo depois de tudo isso você simplesmente abriu mão de todo aquele dinheiro pra salvar a empresa, a minha família... então... obrigado por tudo isso e muito mais e espero que um dia eu possa achar um meio de me desculpar por tudo...

– Está tudo bem, Davi, de verdade! – digo interrompendo-o quando ele parecia ficar meio perdido, eu toquei em seu rosto chamando sua total atenção para mim – não tem que se preocupar mais com isso, acredite que fez mais do que poderia imaginar por mim...

– E-eu fiz? – pergunta surpreso me fazendo sorrir, eu poderia dizer agora a ele que o amava e que de alguma forma ele tem me salvado de mim mesma desde que nos conhecemos... Lance notou antes de mim, mas eu sei que Davi realmente foi a mudança em mim, uma mudança muito boa... mas eu não disse nada, ainda não conseguia dizer as palavras e também fomos interrompidos quando Lance nos chamou para a sala de reuniões, mas fiquei para trás quando Lucy chegou saindo do elevador com uma cara nada boa, parecia até um pouco deprimida e isso tanto me preocupou quanto me deixou intrigada.

– Você está bem, Lucy? – perguntei tentando soar como sempre, eu ainda me sentia magoada pela traição dela, eu mal falei com ela durante todo o tempo depois que descobrimos que estava envolvida e não sei se posso perdoá-la, mas quando seus olhos encontraram os meus percebi que ela realmente não estava bem, estavam um pouco inchados e vermelhos como se tivesse chorado e a maquiagem não escondeu suas olheiras...

– Não, mas pela sua cara já sabe disso... – diz pondo alguns fios soltos de seu cabelo atrás da orelha e inspirou fundo aprumando os ombros como se preparasse para dizer alguma coisa importante então eu esperei. – e-eu sinto muito, Angela... de verdade! – diz com a voz falhando e com os olhos iluminando com lágrimas outra vez, eu fiquei surpresa demais para conseguir dizer qualquer coisa e ela saiu apressada murmurando algumas coisas que eu não entendi, eu senti um calafrio na espinha ao imaginar pelo que Lucy sentia tanto e a certeza de que Homeo está planejando alguma coisa só aumenta me deixando tanto aflita quanto nervosa.

– Vai dar tudo certo, Angela! – digo a mim mesma tentando me acalmar com algumas respirações profundas e quando sentia que tudo voltava ao normal o telefone em minha sala tocou ao mesmo tempo em que as portas do elevador se abriram e senti todo meu corpo gelar quando encontrei o olhar azul muito claro... frio e intimidante de Nicoladelli.

– Que bella recepção! – diz ele com um sotaque um pouco pesado e abrindo um sorriso tão frio e assustador quanto seu olhar. Ele era um homem com certa idade, talvez uns cinquenta e poucos ou mais, os cabelos não estavam todos brancos, mas estavam perto disso, mas eu podia ver que foi bonito quando jovem e elegante, seu terno devia custar mais do que meu apartamento e carro juntos... eu tentei abrir meu melhor sorriso, embora fosse um pouco difícil pela forma nada discreta com que o velho me olhava, o que estava me deixando irritada.

– Bom dia senhor Nico-...

– Não tem que me chamar de senhor, somente Giovanni! – diz saindo do elevador seguido por seus sócios que eram três incluindo Pietro, ele era menos simpático e muito mais jovem e devo dizer que bonito, ele até parecia com aqueles atores de filmes antigos como Marlon Brando talvez, mas tão intimidante quanto Nicoladelli e devo dizer que seus olhos escuros me dão calafrios...

– Eu não sei se eu deveria...

– Acho que o chefe não permitiria, não é? – pergunta um tanto sarcástico, mas eu apenas concordo.

Andiamo si!? – diz Pietro impaciente, particularmente assim como eu, então antes que o velho dissesse alguma coisa me adiantei.

– Claro, podem vir comigo, por favor!

*****

Quando entramos na sala o ambiente não estava pesado e tenso como imaginei que estaria, os quatro sentados à mesa se levantaram e pareciam até seguros demais como se os italianos fossem só mais um cliente comum e eu tentei fazer a mesma coisa, Nicoladelli e Pietro pareciam surpresos por não estarmos tão tensos ou nervosos com a presença deles aqui e Pietro ter dito que "parecíamos bem demais para termos que provar que não havia nenhum problema nas contas", deixou isso bem claro e deixou claro também que eles esperavam mesmo encontrar alguma coisa, ou seja, alguém (Homeo) havia dito a eles alguma coisa até porque um dos homens que os acompanhavam tinha um computador e eu aposto que ele está pronto para entrar nos sistemas da empresa só para verificar se o que estamos dizendo é verdade.

Tive certeza quando o tal homem bastante parecido com Pietro apenas se sentou sem dizer nada abriu seu notebook e se concentrou somente nele... bem se ele fosse muito bom podia até encontrar alguma anomalia, mas não poderia dizer que o dinheiro não estava lá e se o dinheiro que eles tinham colocado na conta era ilegal ou não, já não importa porque quando os milhões foram depositados o dinheiro já estava limpo.

Então depois que todos estavam acomodados e Lucy completamente recomposta, ou pelo menos, melhor do que a vi momentos antes, ofereceu as bebidas que foram recusadas, Nicoladelli foi o primeiro a falar e ele estava sério e mesmo por trás de toda sua fachada fria assustadora eu podia notar que também estava irritado tanto quanto Pietro, que cochichava com o quarto homem que também se parecia levemente com ele, ambos pareciam concordar com algo ao acenarem com a cabeça olhando diretamente para mim, senti um calafrio descer minha espinha, mas tentei manter a calma, apesar da sensação ruim ainda me incomodar... ainda mais depois desse olhar, eu estava entre Lance e Davi no lado oposto a eles da mesa onde do outro lado de Davi estava Mike e de Lance estava Lincoln que parecia estranhamente concentrado em qualquer outra coisa menos na sala.

– Eu quero ver tudo, cada pequeno detalhe eu quero ver...

– Desculpe a pergunta, senhor Nicoladelli – foi Lincoln quem interrompeu deixando a todos bastante surpresos e até mesmo o cara do computador parou o que estava fazendo para franzir as sobrancelhas para Lincoln que para minha surpresa não se abalou, mas Davi pareceu bastante irritado podia senti-lo tenso ao meu lado, mas evitei olhá-lo. – eu sei que esse tipo de reunião é comum de tempos em tempos, mas esta em particular está fora de época e padrão e por alguma razão é porque o senhor acredita que há problemas nas contas... agora essa razão seria porque o senhor percebeu alguma anomalia por si mesmo ou obteve ajuda? – sua pergunta me fez ter vontade de rir, mas me segurei. Lincoln estava realmente perguntando se alguém havia contado a ele sobre suas contas.

Era a pergunta que todos queríamos fazer na verdade, principalmente eu, só para ter certeza de que Homeo era esse alguém. Nicoladelli ficou em um silêncio frio por alguns instantes, talvez pensando como devesse responder.

– Está me perguntando se alguém fez minha cabeça sobre isso?

– Exatamente! – responde ele imediatamente fazendo Davi suspirar ao meu lado.

– Um amigo tem me alertado sobre possíveis problemas na verdade, eu não achei que estivesse certo, mas pela sua insistência decidi verificar! – ele poderia até parecer calmo, mas qualquer um poderia ver que era apenas fachada.

– Entendo...

– Então vamos ao que interessa! – diz Davi interrompendo Lincoln que não se importou muito com a interrupção e voltou a se concentrar em seus pensamentos pelo que percebi.

Quando o velho disse 'cada pequeno detalhe' ele não estava brincando! Ele nos fez trabalhar em um dia o que geralmente fazíamos em quase um mês, tudo tinha que ser checado, e então revisado e explicado e então checado outra vez e ainda tinha que ser aprovado pelo cara do computador que descobri em uma das minhas aventuras em meu próprio computador estar mesmo em nosso sistema 'passando o pente fino' em tudo!

Isso me deixou um pouco nervosa, mas como eu disse o dinheiro estava na conta o que no fim era o que importava de onde ele veio e como foi parar lá não era o que estava em discussão aqui, nós nunca perguntamos a eles então eles não tinham que perguntar a nós... ainda sim fiquei de olho nele o tempo todo pelo meu próprio notebook, se tem uma coisa que também aprendi com Bennet foi burlar qualquer sistema como um bom hacker, levou algum tempo pra eu voltar a pegar o jeito da coisa, mas foi o suficiente para impedir que o cara de Nicoladelli conseguisse investigar mais do que era seguro.

Davi parecia apenas o bom e velho senhor Collins o homem de negócios... responsável pelo negócio da família e eu tentava não ficar com os olhos presos nele apesar de ele ser incrivelmente tentador quando está tão envolvido em tudo isso e apesar de ser a máfia italiana do outro lado da mesa que quase descobriu que através da P&C foram roubados, Davi era o homem seguro que sempre foi quando se trata em ser o presidente da empresa e defender o negócio que não era somente da sua família e a forma como conduzia tudo conseguindo convencer aos italianos que tudo estava exatamente como deveria estar, só conseguia me deixar ainda mais apaixonada por ele... quero dizer olhe só para ele! Quem poderia dizer que suas palavras não são verdadeiras? A forma como ele as diz... a convicção e até mesmo a paixão com que fala... não haveria no mundo uma forma de não acreditar em Davi e posso dizer que mesmo sabendo como resolvemos todo o problema eu mesma quase acreditei.

– Então, só nos parece que seu amigo estava equivocado sobre o que quer que ele tenha dito ao senhor. – diz Davi com um leve tom sarcástico, já era tarde e nem mesmo Nicoladelli quis parar para o almoço, então estamos quase o dia todo sem comer e exaustos. Nicoladelli estava muito mais sério agora do que esteve durante todo dia enquanto, numa pequena reunião particular, ouve Pietro e o cara do computador que parece um pouco irritado e eu sabia exatamente o porque, afinal eu havia conseguido com algum esforço que exigiu de mim mais do que boa memória, impedi-lo de ir longe demais em suas pesquisas.

– Bem – Nicoladelli se volta para nós novamente parecendo cansado também – não sei como fizeram isso, mas não importa! – diz se levantando assim como os outros três que pareciam mais do que cansados, mas irritados também principalmente Pietro, os rapazes também se levantaram, mas eu ainda estava meio que monitorando tudo só para ter certeza... ninguém se importaria se eu permanecesse sentada, afinal ele não é nenhuma realeza! – com certeza não há nada fora do lugar aqui e fico realmente aliviado que tenham feito o que quer que tenham feito, afinal ninguém gostaria se algo estivesse errado. E Davi, devo dizer que tem mesmo alguém, como posso dizer?... speciale como auxiliar! – o tom sugestivo que o velho usou me fez erguer os olhos para ele com as sobrancelhas franzidas – sei quem é você, bella e acho uma perda de talento estar presa aqui – meu corpo todo gelou quando ele sorriu e eu não tinha certeza sobre o que exatamente ele estava falando e agora todos os olhos estavam sobre mim tornando tudo ainda pior... – demorei um pouco, mas descobri onde havia ouvido falar de seu sobrenome e a ligação com Ivanov...

– Eu não tive nada a ver com aquilo! – digo friamente sentindo meu corpo todo tencionar quando fechei o computador com um pouco de força...

– Não? – pergunta Nicoladelli cético, eu limpei a garganta tentando fazer minha voz sair.

– Não, Bennet é o idiota Winey, não eu! Eu só tentei...

– Ajudar, exatamente como está fazendo aqui! – diz o velho me interrompendo – como eu disse, um desperdício!

– Vocês não estavam de saída? – pergunto me levantando antes que pudesse me impedir, mas tudo o que eu menos precisava agora era me lembrar de meu tio e do que ele fez... mas não consegui evitar pensar de repente que me surpreende Ivanov não ter tentado ir até meu tio até agora, ou talvez tenha e Bennet simplesmente não quis me contar... e isso nem sequer importa no fim das contas! Dane-se meu ti-... Bennet!

Nicoladelli sorriu um pouco mais, embora eu esperasse que ficasse irritado, nem mesmo Pietro se sentiu ofendido com o que eu disse, ele apenas balançou a cabeça e disse algo para o velho que concordou.

– Estamos, o dinheiro está ai é o que importa e quero adiantar que vamos transferi-lo para um lugar mais seguro...

– Podemos fazer isso agora! – diz Lincoln parecendo um pouco... ansioso? Mas Nicoladelli pareceu não se importar com o estado de Lincoln e depois de uma troca de olhar com seu sócio, concordou em fazê-lo imediatamente.

Então apenas Davi e eu voltamos ao trabalho em sua sala junto com os italianos enquanto os outros ficaram na sala de reuniões a pedido do próprio Nicoladelli. Estávamos finalmente nos livrando dos italianos e o alívio foi evidente em cada um de nós a cada minuto que estávamos mais perto de tirar aqueles milhões da P&C e nos livrar também do FBI, afinal não havia nada que pudesse realmente prejudicar o banco e agora nada que nos ligasse aos italianos.

A P&C estava finalmente livre depois de quase uma hora estranhamente silenciosa e quando Pietro e Giovanni finalmente assinaram o encerramento das contas foi como se um peso enorme tivesse sido tirado de meus ombros e com certeza Davi sentiu o mesmo, embora não esboçasse nenhuma reação. Nós os acompanhamos até a porta quando estavam finalmente de saída, mas Nicoladelli ficou por último e depois que os outros três estavam a certa distancia conversando entre si em italiano, o velho se voltou para nós.

– Eu sinto que devo agradecer, mesmo que eu não goste de fazer isso, acho que nenhum outro lugar teria feito o que fizeram...

– Tenho certeza que aceitar as contas não...

– Não falo sobre nos aceitar – Nicoladelli interrompe Davi e nós dois ficamos um pouco tensos e confusos com o olhar um tanto estranho dele, parecia que tinha algo a falar embora não quisesse e isso deixou sua expressão de alguém irritado. – falo sobre mantê-las intactas apesar de tudo, eu adoraria retribuir o favor, mas – ele faz uma pausa dando de ombros com certa arrogância me deixando ainda mais confusa, eu tinha a impressão de que Nicoladelli sabia exatamente o que havia acontecido com seu dinheiro, explicaria as coisas que disse na sala de reuniões mais cedo sobre não saber 'como fizemos isso'. – essa guerra não é minha e eu não me meto em coisas que não me trariam beneficio algum. – diz me fazendo ficar ainda mais confusa.

– Guerra? – pergunto sem pensar se deveria, mas o velho apenas sorriu apertou a mão de um Davi tão sério quanto antes e beijou a minha antes de finalmente ir até os outros, ele disse algo aos três que os fizeram dar de ombros enquanto pegavam seus telefones indo embora para o elevador. – do que ele estava falando, entendeu alguma coisa? – pergunto me voltando para Davi depois de alguns minutos que a porta do elevador finalmente havia se fechado levando todos os nossos problemas embora. Davi arqueou uma sobrancelha para mim como se estivesse surpreso com minha confusão.

– Você que é sempre tão esperta não adivinhou essa? – pergunta com sarcasmo, ele parecia irritado e toda sua frieza e seriedade de antes estava dando lugar a sua expressão furiosa, ele não me deu tempo de responder quando me deixou para trás para voltar à sala de reuniões, me sentindo um pouco ofendida com seu tom, saí atrás dele.

– Considerando que não durmo direito há dias, eu posso não estar cem por cento... a não ser que... – eu paro de andar quando a ideia chega a minha cabeça. – ele sabe sobre Homeo, claro que foi ela quem disse que havia problemas nas contas... mas o que ele quis dizer com 'essa guerra não é minha'? Como ele sabe que Homeo quer acabar com a empresa?... eu... – Davi me interrompe voltando até mim e segurando em meus braços com força me fazendo sair de minha cabeça e ficar atenta a ele, seus olhos estavam brilhantes, mas não de um jeito bom... ele estava mesmo furioso.

– Aquela mulher é uma manipuladora e acredite que nem mesmo os italianos se deram conta do que os atingiu, com certeza deu um jeito de enganá-los e fazer com que acreditassem que nós estávamos ferrando com eles e que estava...

– Disposta a ajudar! – termino, foi então que Davi e eu ouvimos um som alto de um baque como se algo grande tivesse caído e meu coração já estava enlouquecido quando aquela sensação ruim estava de volta.

Não deu pra saber exatamente de onde o som vinha, mas a primeira ideia que tivemos foi ir até a sala de reuniões praticamente correndo e quando Davi abriu as portas com violência a sala estava vazia, mas toda desorganizada, haviam cadeiras caídas e papéis jogados pra todo lado, a pequena mesa com as jarras com água e café em um canto da sala também estava caída e tudo quebrado, deixando uma mancha de marrom no piso, mas também de pegadas que levavam direto para a outra saída, as sala para onde Davi e eu seguimos, tentamos ouvir alguma coisa que pudesse vir do outro lado, mas estava apenas um silêncio ainda mais assustador

– Me perguntou o que me incomodava tanto hoje de manhã – digo erguendo meus olhos para Davi que me encara com as sobrancelhas franzidas, preocupação cobrindo seu rosto – acho que não me enganei sobre meu mal pressagio...

– Não, você não se enganou mesmo... Angel! – a voz de Homeo atrás de nós fez um arrepio descer minha espinha e uma vontade quase incontrolável de simplesmente acertar sua cara antes mesmo de vê-la.

***____***____***____***____***

N/A: Esses serão os capítulos de hoje. Então o próximo, DEDO NO GATILHO, ainda não foi postado e não vai aparecer. Até breve, com os capítulos quase finais! bjão.

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