Curando Feridas, Parte Final

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***Bryan

Dias depois:

Era para ser só mais uma manhã de sábado como outra qualquer, mas felizmente não era.

O que teria sido da minha vida se eu não tivesse passado por todas aquelas provações até aquele presente momento?... Será que eu ainda teria uma vida?

Foram tantas lutas, tantas quedas, tantas descobertas e tantas decepções. Mas, no fim, tudo tinha valido apena. Eu diria que se fosse para ser plenamente feliz daquele momento em diante, todo o preço pago foi válido.

As porradas que a vida me deu, fez com que meu caráter fosse sendo moldado aos poucos, fez com que eu amadurecesse. Eu precisava ter passado por todas aquelas aflições.

Eu havia acabado de me aprontar. Vesti uma camiseta grená, um short preto e calcei um par de chinelos. Agora eu olhava pela janela... A área da piscina nunca esteve tão movimentada de pessoas que realmente velessem apena como naquela manhã de sábado.

Ouvi a porta do quarto se abrir, logo após alguém ter batido algumas vezes anunciando que eu já não estava mais sozinho ali. Virei-me para averiguar, avistei dona Vallentina, usando um vestido de verão bastante colorido. No rosto ela tinha um grande óculos de sol, na cabeça um chapéu de palha com aba exageradamente larga.

- Bom dia, querido! Animado para passar o dia com os seus amigos? - Ela perguntou logo que se aproximou, depositando um beijo em minha testa.

Foi necessário um certo cuidado, já que aquela larga aba de chapéu quase que cobria todo o seu rosto.

O dia lá fora, pela primeira vez em muito tempo, estava firme. O sol aparecia meio tímido entre muitas nuvens e a temperatura parecia estar agradável.

- Nunca imaginei algo assim, sabe? - Confessei a ela.

- Assim como? - A mulher me olhou curiosa assim que recuou um passo.

- Tipo... - Fiz uma breve pausa. - Receber na minha casa pessoas a quem tanto desdenhei. Pessoas até que eu prejudiquei sem motivo algum.

- Filho... Me ouça bem... - Ela segurou minha mão direita. - Esses sim são seus amigos de verdade. Todos que estão lá fora, vieram por quem você é, não pelo que você tem. Eles gostam de você de verdade e perdoaram, de coração, todos os seus erros. Todo mundo merece uma segunda chance, e esta, está sendo a sua segunda chance. Agora, cabe a você aproveitá-la e escrever um futuro diferente.

- É... Talvez você tenha razão. - Concordei meio cabisbaixo.

- Agora trate de erguer essa cabeça e ir aproveitar esse dia lindo com seus amigos. Estão todos te esperando! - Finalizou minha mãe.

Eu assenti com a cabeça e, imediatamente, comecei a seguí-la para fora do quarto.

Enquando caminhávamos em direção às escadas, que davam acesso ao piso térreo, perguntei:

- E o envelope? Já chegou?

- Sim, senhor! - Comunicou ela. - Está em cima da mesinha de centro da sala. O que pretende fazer?

- Quero abrí-lo junto com o Esteban. Se tu não se importar, é claro. - Respondi.

- Mas é óbvio que não me importo. Inclusive, acho até melhor. Vocês dois são os mais interessados nessa história toda. - Ela deu um largo sorriso.

Embora estivesse sorridente por fora, eu sabia que, por dentro, aquela mulher estava destruída.

Descobrir todas as barbaridades que a própria irmã havia feito por ambição, foi um golpe duro para ela... Mesmo assim, Vallentina Greggio mantinha-se firme como uma rocha, pelo menos era o que ela lutava para transmitir a quem a visse.

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now