Bryan, o Imprevisível VIII

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***Esteban

Eu, realmente, não estava conseguindo assimilar o que aquele homem havia acabado de nos dizer.

Eu não enxergava qualquer sentido naquela frase que ficou ecoando pela minha cabeça: "tudo começou com eles". O que aquilo poderia significar? Qual seria a ligação de Addora com o investigador que cuidou do caso de minha mãe, e que agora, cuidava da investigação da morte do meu pai e do atentado contra a vida do tal Cristopher?! Eu estava enlouquecendo... Me sufocando em meus próprios pensamentos que não faziam sentido.

Só conseguia olhar para àquelas fotos na pasta e, a seguir, olhar para Ralph ao meu lado, que também apresentava a mesma expressão confusa que eu.

Diante de tantas coisas que eu queria saber, comecei a bombardear o detetive com as minhas perguntas:

- O que quer dizer com "tudo começou com eles?" O que esses dois tem haver com tudo que vêm acontecendo recentemente? Eu não consigo entender!!!... Como o senhor chegou à conclusão que eles têm culpa de algo?!

- Calma, garoto! - O homem deu um meio sorriso e franziu o cenho. - Uma pergunta de cada vez. Eu sei que pode parecer tudo muito confuso no início, mas quando eu terminar de explicar, você vai ver como tudo que estou prestes a dizer, se encaixa perfeitamente e faz total sentido.

- Então... Bora! Não aguento mais tanto suspense! - Pressionou Ralph. - Precisamos saber logo o que tem a dizer. Temos que voltar para a clínica logo, caso Bryan precise do Esteban!

O senhor mordeu o lábio inferior, em seguida contorceu os lábios e tirou o óculos de leitura pousando-o sobre a mesa. Antes de voltar a falar, ele deu um longo suspiro:

- Escutem bem, garotos!... - Ele sussurrava em tom de alerta. - Antes de qualquer coisa, eu preciso que saibam que, aconteça o que acontecer, não deixem que os documentos desta pasta caiam em mãos erradas. A segurança futura do jovem Bryan e sua também, jovem Esteban... - Ele me olhou diretamente. - Dependem destes documentos!

- Como assim?! - Perguntei usando quase o mesmo tom de voz. Eu estava cada vez mais atordoado.

- Não entregue esse dossiê ao investigador Summers! Se possível, não entregue na delegacia da cidade. Por segurança, eu o aconselharia a entregar esses documentos em outra jurisdição... Outro distrito. - Completou.

- Caramba! - Exclamou Ralph. - A parada é séria mesmo.

- Você não faz idéia, rapaz! - O detetive o fitou. - A partir do momento em que saírem pela porta desta cafeteria em poder desta pasta, suas vidas correm sério perigo! Portanto, mantenham o máximo de discrição e tentem não fazer qualquer alarde.

- Meu pai amado!!! - Agora eu estava ainda mais assustado. - Eu acho que minha vida já estava correndo perigo antes, agora a coisa só vai piorar então! Eu não sei se vou conseguir suportar o que está por vir!

- Calma, amor... - Sussurrou Ralph, pousando a mão sobre meu joelho e dando uma leve apertada. - Eu tô contigo! Não vou deixar que nada de mal te aconteça.

- Essa gente é ambiciosa e perigosa, rapaz. Não acho que um garotinho como você possa fazer muita coisa. - Detetive Markson nos interrompeu.

- O senhor não sabe o quanto meu namorado é incrível! - Soltei. - Ele é capaz de coisas inimagináveis!

O homem deu um meio sorriso, e em seguida falou:

- Que bom que confia nele e acredita que ele realmente possa te proteger. Admiro isso no amor juvenil, se acham os super-heróis imbatíveis, de certa forma, isso é encantador. E... Realmente, você precisará de todo apoio possível, senhor Esteban.

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now