Conta Própria I

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***Bryan

A semana passou rápido... Confesso que até mais do que eu gostaria.

Uma coisa que não mudou durante a passagem desses dias, foram: a minha tristeza e o estado de saúde de Cristopher, a quem eu fui visitar todos os dias no hospital.

Eu ansiava por boas notícias. Eu precisava de uma injeção de ânimo, para quem sabe assim, eu poder ter um alívio para o meu coração que tanto estava sofrendo.

Eu não consegui ir à faculdade sequer um dia daquela semana sofrida. Eu não tinha ânimo, ou sequer condições para pensar em algo que não fosse o meu amigo, que estava lutando pela vida sobre um leito de hospital.

Por volta das nove da manhã, eu recebi uma ligação inusitada. Era Esteban... Ele queria que eu o acompanhasse até à delegacia. O garoto queria começar a busca por respostas sobre o misterioso caso de sua mãe.

Como eu já havia o dito: com certeza o acompanharia. Algo naquela história mal resolvida parecia me atrair. Eu poderia dizer que, precisava daquelas respostas tanto quanto Esteban.

Não muito depois de receber a ligação, fui até meu quarto e me arrumei bastante apressado. Apanhei o casaco mais quente que encontrei pela frente e, aproveitando que dona Vallentina não estava, apanhei a chave do meu carro. Passaria no campus para pegar o garoto, e depois iríamos para o centro da cidade.

***

Assim que estacionei o veículo na entrada da faculdade, logo avistei Esteban. O garoto de cabelo rosa estava usando um casaco grosso em um tom de roxo bem escuro. Uma calça de moletom preta, e uma touca também de mesma cor.

Ele parecia estar imerso em seus pensamentos. Estava encostado no muro com o olhar perdido. Se eu ficasse em silêncio, provavelmente ele nem sequer perceberia a minha chegada. Mas o tempo que tínhamos não era muito, e minha ansiedade por respostas tornava as coisas ainda mais complicadas. Eu estava impaciente.

Vendo que o rapaz não perceberia que eu estacionei o carro logo à sua frente, apertei a buzina com força.

Em um quique, Esteban afastou-se do muro, inclinando-se para a frente. Seus olhos estavam arregalados.

Depois de presenciar aquela cena um tanto cômica, abri o vidro do carro e gritei a todos pulmões:

- Bora, Rosinha!!! Tá dormindo em pé aí?!

O garoto olhou para a direção do meu carro e meio que fez uma careta. Havia, enfim, entendido o que tinha acabado de acontecer.

Imediatamente, ele caminhou em minha direção. Eu debrucei sobre a janela do veículo e fiquei o olhando chegar cada vez mais perto.

- Quer me matar do coração, é?! - Disse ele colocando as mão na cintura, assim que chegou perto o suficiente.

- Sem drama, Rosinha... Foi só um sustinho! Quem sabe da próxima vez, tu fica mais ligado?

- Ora, seu... - Ele franziu o cenho.

- Olha a boca... - Provoquei-o. - Cuidado com o que vai falar, te deixo sem carona.

- Você é mesmo um babaca, sabia? Foi você mesmo quem pediu para me acompanhar. Não te pedi para me levar. - Protestou ele.

- É, eu sei... - Concordei. - Não vê que tô só pegando no teu pé? Entra aí logo e para de cena!

- Idiota! - Murmurou ele dando a volta no carro.

- É, eu sei que tu me ama... Não precisa ficar me elogiando... Bora logo! - Caçoei colocando meu corpo para dentro do veículo e fechando o vidro.

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now