B and E [Livro 3]

A Festa II

***Bryan

Depois do infeliz encontro com o garoto de cabelo rosa, eu e meus amigos conseguimos escapar do local sem qualquer problema.

Naquele momento, eu estava sentindo uma satisfação enorme. Era como se eu tivesse lavado a minha alma. Ter dado uns bons socos nele fez eu ficar momentaneamente eufórico. Ele havia recebido o que merecia, e eu esperava que a partir daquele momento a amiga esquisitona dele parasse de me desafiar. Eu havia mandado o recado. Se aquela garota Xandryni continuasse a me importunar, o amiguinho dela é quem sofreria com as consequências.

Eu caminhava apressadamente até o meu carro, queria alcançá-lo logo para me afastar de vez daquele local. Meu três amigos vinham caminhando logo mais atrás, foi quando Tobias se manifestou:

- Cara, o que foi aquilo lá atrás? Eu nunca te vi com tanto ódio de alguém assim antes!

- Sem perguntas, Toby! - Fui seco.

- Eu ainda não consegui entender por que tu fez aquilo com o garoto, Bryan! - Cris imediatamente meteu o bedelho onde não estava sendo chamado. - Eu sei que tu é explosivo e tal, tem seus problemas e tudo mais... Até tento compeender que tenha seus motivos, mas daí pagar homofóbico?!

- Eita, Cristopher, que papo mais esquisito é esse agora?! Virou defensor dos viadinhos, foi? - Tristan confrontou o outro.

- Calados! - Ergui o tom da voz. - Ele apenas teve o que mereceu!

Naquele momento, eu parei de caminhar e me virei para trás. Encarei o três bobalhões, que imediatamente ficaram estáticos antes de se aproximar. Passei uma mão pelo rosto e disse:

- Não quero ouvir mais nenhum dos três comentando sobre o que aconteceu lá, estão me entendendo?!

Eles apenas fizeram sinal de positivo com a cabeça. Depois daquele breve silêncio, olhei para Cristopher e mandei a real:

- Quanto a você, Cris... Ou você está comigo ou está contra mim, ouviu? Não venha dar uma de que me conhece... Não venha querer entender os meus motivos! Se tu dá uma de defensor de viadinho, é viado também!

O rapaz ficou em silêncio. Eu pude notar a frustração em seu rosto e em seu olhar triste após eu dizer aquelas palavras.

Cristopher, apesar de ser alto e do tipo sarado que sempre presava a malhação para adquirir cada vez mais músculos, sempre teve um rosto de garoto ingênuo e um olhar um tanto triste. Eu também concordava com Tobias quando o mesmo dizia que nosso amigo tinha cara de sonso.

Enquanto nos encarávamos, ouvi Tobias interromper aquele momento, quebrando a tensão que pairava no ar:

- Bryan, deixa o cara... Não se esqueça que ele é nosso parceiro. Vamos ao que realmente importa, que é a compra do restante das coisas para a festa de hoje à noite.

- De boa. - Suspirei e me virei para retomar o trajeto.

A seguir caminhamos até o meu carro, entramos e dei a partida para irmos em direção à outro mercado.

***

Aquela noite estava moderadamente fria. A festa já havia começado faziam algumas horas, e o jardim de minha casa estava lotado de adolescentes e jovens adultos. Muitos ali eu nunca sequer me lembrava de ter visto antes. Provavelmente, eram amigos de amigos de amigos...

Eu estava sentado em uma cadeira na beira da piscina iluminada com um copo de bebida na mão. Uma fumaça subia da mesma, por conta dos aquecedores estarem ligados. Algumas garotas de biquíni se banhavam enquanto jogavam bola, bebiam e curtiam a música alta... Outras apenas se pegavam com alguém.