Bryan, o Imprevisível V

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***Esteban

Logo que saí da sala de coletagem, Benjamin caminhou até mim. Ele segurava o meu smartphone na mão.

Quando parou à minha frente, meu amigo estendeu-me o celular e disse:

- Ralph acabou de te ligar.

- E o que ele queria? - Perguntei pegando o aparelho e guardando no bolso.

- Queria saber como tu tá. Também perguntou se comeu alguma coisa. - Respondeu ele contorcendo os lábios.

- Ah... Estou sem fome. - Passei uma das mãos sobre o rosto. - Mas... Você explicou para ele toda a situação?! Pediu ele para ver se consegue doadores?! E as meninas?! Você as avisou?!

- Ei... Calma! - Pediu Ben. - Eu fiz tudo que tu mandou antes de entrar naquela sala! Agora precisa se acalmar e ter paciência, ou vai acabar dando defeito!

- Impossível me acalmar, Ben! Eu estou com muito medo de algo ruim acontecer com o Bryan!

- Tu já fez o teste, não fez? - Quis saber ele. - Demora muito pra sair o resultado?

- Não muito. Eles estão trabalhando o mais rápido possível, pois Bryan não pode esperar muito mais. - Falei.

- Falando em esperar... - Meu amigo franziu a testa. Parecia ter se lembrado de alguma coisa. - Ralph pediu pra te avisar que vem pra cá logo que conseguir falar com os amigos.

- Obrigado por tudo, Ben... Eu não sei o que faria sem a sua ajuda.

- Que nada, cara! Não precisa agradecer, afinal de contas, nós somos amigos. - Ele deu um meio sorriso.

Logo a seguir, o rapaz pousou sua mão em meu ombro e disse olhando-me nos olhos:

- Vem comigo... Vamos nos sentar ali. Não há mais nada que possamos fazer no momento, a não ser esperar.

Acompanhei-o até às poltronas do corredor, nos sentamos e então olhei ao redor. O ambiente estava menos movimentado e mais silencioso naquele momento. Antes de fazer uma pergunta ao meu amigo, mordi meu lábio inferior:

- Ben, por acaso você sabe pra onde doutora Suzana levou a dona Vallentina?

- Não faço a mínima idéia. - Respondeu ele.

- Espero que ela esteja bem... - Fiz uma pausa. - Se bem que, levando em consideração tudo o que tem passado, acho muito difícil ficar bem.

- Talvez tenha razão. - Concordou ele. - Eu não a conheço... Mas pelo pouco que vi, ela me pareceu ser uma mulher bastante forte. Ela vai conseguir segurar a barra.

- Tomara que esteja certo, amigo... Tomara!

- Temos que pensar positivo, cara. - Disse ele enquanto afagava minhas costas. - Quer que eu pegue alguma coisa pra tu beber? - Perguntou por fim.

- Não, amigo. Não acho que vou conseguir engolir qualquer coisa até ter certeza de que Bryan ficará bem. - Respondi enquanto inclinava o meu corpo um pouco mais para a frente e mirava o chão.

- De boa... Qualquer coisa é só tu me pedir.

- Obrigado. - Agradeci.

O corredor, que já estava silencioso, ficou ainda mais quieto com a ausência de minha voz e de Benjamin. Um sentimento de medo e esperança se misturavam dentro de mim.

Ao mesmo tempo em que eu temia muito passar pela perda de Bryan, eu ainda tinha esperanças de vê-lo sair daquela situação delicada e voltar a fazer as brincadeiras bobas que ele fazia comigo. No fim das contas, eu já estava com saudades das provocações dele... Também sentia falta de ouvir a voz dele chamando-me de Rosinha.

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now