Bryan, o Imprevisível I

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***Esteban

Na manhã seguinte, acordei sentindo-me envolvido pelos braços do meu pequeno Ralph. Despertar sentindo todo o carinho e cuidado que aquele garoto sentia por mim, era tudo que eu mais precisava naquele momento.

Meu namorado encontrava-se totalmente colado às minhas costas, eu conseguia ouvir o som de sua respiração, enquanto sentia seu peito se mexer lentamente.

Fiquei apenas ali, parado durante algum tempo pensando em tudo que estava acontecendo ultimamente. Eu precisava encontrar um bom jeito de, usar aquela informação que Plínio havia me conseguido na noite anterior.

Se o tal do investigador, de fato, estivesse metido em toda aquela sujeira, eu precisava ter ainda mais cuidado. Eu tinha muito medo do que poderia acontecer se aquele homem descobrisse que Bryan havia levantado uma desconfiança quanto a ele.

Se não fosse pelo garoto ter feito aquele comentário, na vez em que fomos à delegacia, talvez eu não tivesse aberto os meus olhos com relação ao homem conhecido como Summers. Saber que o mesmo havia cuidado do caso de minha mãe, só fazia com que eu sentisse ainda mais cheiro de algo podre no ar... Talvez fosse o cheiro da índole dele.

Estiquei o meu braço até à mesinha de cabeceira e apanhei o meu celular. Desbloqueei o mesmo, então, comecei a olhar as notificações. A maioria eram de minhas contas em redes sociais, outra era de Ben... Nenhuma de dona Vallentina, ainda... Tantas horas já haviam se passado, e a mulher ainda não havia me dado qualquer notícia sobre a cirurgia de seu filho.

Abri o aplicativo de mensagens, para ver o que meu colega de quarto no campus havia me mandado:

Benjamin: Oi, amigo! Quero saber como tu está. Tô sentindo muito a tua falta no quarto e nas aulas. Espero que esteja se sentindo bem... Não sei exatamente como é passar por isso, mas quero que saiba que pode sempre contar comigo pro que precisar.

Eu também estava sentindo muita falta do meu amigo. Eu queria muito poder voltar para a faculdade logo, mas ainda não me sentia emocionalmente preparado... Precisava de mais um tempo longe de toda aquela agitação... Precisava tentar cicatrizar minhas feridas, e também precisava descobrir o culpado por tudo de ruim que estava acontecendo comigo e, também com Bryan.

Respondi a mensagem à meu amigo que, naquele horário, provavelmente estava assistindo às aulas:

Eu: Provavelmente voltarei logo, amigo. Também estou sentindo muito a sua falta. Assim que eu me sentir melhor, eu volto. Mande um beijo para as garotas por mim. Amo vocês!

Depois de clicar em enviar, procurei o número de dona Vallentina em minha lista de contatos e fiz uma chamada. Eu já não estava suportando mais ficar sem notícias de Bryan. Eu estava em ponto de ter um surto.

A ligação chamou por algumas vezes, até que, a inconfundível, educada e carinhosa, porém cansada, voz de dona Vallentina, atendeu do outro lado da linha:

Vallentina: Esteban?!

Eu: Sim...! Sou eu!

Vallentina: Está sentindo-se melhor, meu querido?!

Eu: Na verdade, nenhum pouco! Estou preocupado demais com o Bryan para conseguir sentir-me melhor! A senhora não deu nenhuma notícia ainda!

Vallentina: Ele ainda está em cirurgia, Esteban, por isso ainda não lhe dei nenhuma notícia!

Eu: Ah, sim! Perdão por parecer estar pressionando, é que fico muito ansioso diante de situações como esta!

Vallentina: Você precisa se acalmar, já passou por tanta coisa! Entendo que se preocupa com meu filho, não precisa se desculpar por querer saber como andam as coisas!

B and E [Livro 3]Where stories live. Discover now