Curando Feridas I

189 40 9
                                    

***Bryan

Eu estava mega ansioso naquele dia. Era, enfim, chegada a hora de eu ir para minha casa. Sair daquela clínica e começar a retomar a minha rotina diária era um dos meus maiores desejos. Tudo só dependia de minha liberação oficial por doutora Suzana.

Minha mãe estava me fazendo companhia, como sempre. Ela folheava uma revista que tinha foco em negócios, estava tentando manter seu pensamento ocupado. Porém, seus olhos revelavam uma grande tristeza em sua alma.

Chamando a atenção de ambos naquele quarto, ouvimos batidas na porta. Logo em seguida, a médica responsável por minha cirurgia, entrou no cômodo segurando uma prancheta em uma das mãos.

- Olá! Como estamos hoje?! - Perguntou a doutora de forma bastante simpática.

- Não vejo a hora de poder sair desse quarto e ir para casa. - Respondi.

- Já vai poder fazer isso, meu jovem. - Comunicou a mulher, caminhando até minha mãe.

- Olá, doutora Suzana! - Dona Vallentina a cumprimentou.

A médica tirou um dos papéis da prancheta e a estendeu para a minha mãe dizendo:

- Assine a liberação do seu filho... E isto que tenho em mãos, é a receita da medicação que mencionei ontem.

- Obrigada, doutora! - Agradeceu minha mãe, fazendo uma rubrica no documento preso à prancheta e a devolvendo em seguida.

Doutora Suzana, entregou a prescrição de medicamento para a outra, e em seguida comunicou:

- Agora vou deixar isso na recepção. Já podem ir para casa. - Ela começou a caminhar para sair do quarto, enquanto continuava falando. - Sem exageros, senhor Bryan, por favor!

- Pode deixar, doutora! - Concordei animado. Em seguida, a mesma terminou de se retirar do cômodo, e fechou a porta atrás de si.

Minha mãe levantou-se de onde estava e caminhou até o armário do quarto. Depois que abriu a porta do mesmo, ela mirou-me e disse:

- Bem... Vamos para casa então! Vou arrumar as suas coisas.

Eu apenas assenti com a cabeça, enquanto a girava para o outro lado, na intenção de observar a janela.

O dia estava um pouco escuro lá fora. As nuvens estavam turvas, o que indicava que a qualquer momento uma chuva poderia cair sobre a cidade. Eu preferia que o tempo estivesse firme, gostaria que a minha volta ao mundo exterior fosse mais marcante para mim... Mas não era o que me parecia que viria a acontecer. Uma tempestade parecia estar se aproximando de WorldHidden.

Eu ainda não havia tido qualquer notícia de Esteban até aquele momento... Será que o Rosinha estava bem? Será que Ralph e os outros haviam conseguido alguma pista que lavasse até ele e àquela maluca homicida que eu chamava de tia?

Aquela era outra razão pela qual eu queria logo abandonar aquele quarto. Eu precisava saber de notícias do meu irmão.

Ouvi um telefone tocando. Rapidamente voltei à realidade daquele quarto de clínica. Quando virei-me para averiguar do que se tratava, vi minha mãe já tirando seu aparelho de dentro da bolsa que estava sobre o sofá... Ela o atendeu e o aproximou da orelha. Tudo que fiz, foi prestar atenção em suas palavras soltas:

- Alô!... É ela mesma!... O quê???!!!... Mas, como isso???!!!... - Quando???!!!... Onde?!... Eu não posso acreditar!... Sim... Estou indo agora mesmo!...

Ao encerrar aquele ligação breve, dona Vallentina me fitava com os olhos arregalados e marejados. Ela parecia ter acabado de ouvir a pior das notícias, estava pálida.

B and E [Livro 3]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora